ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Osajima, J.A. (UFPI) ; Furtini, M.B. (UFPI) ; Oliveira, W.V. (UFPI)
Resumo
O estágio curricular se configura como um espaço formativo de fundamental importância, pois proporciona uma aproximação, compreensão e desenvolvimento de habilidades referentes à profissão docente. Durante a regência o estudante tem a oportunidade de colocar em prática o que foi aprendido durante o curso e conhecer o campo profissional no qual irá atuar posteriormente, portanto, o estágio supervisionado caracteriza-se como um momento indispensável na formação. A pesquisa foi realizada com alunos do curso de Graduação em Licenciatura em Química da Universidade Federal do Piauí, visando investigar e questionar o papel dos estágios supervisionados na formação inicial dos professores de química e discutir sobre os principais desafios, perspectivas e os objetivos alcançados.
Palavras chaves
Estágio; Formação Inicial; Professores de Química
Introdução
O curso de Licenciatura em Química tem sido pouco procurado, isso devido principalmente por ser uma área voltada para o ensino e também por ser considerada por muitos um campo pouco atraente. Muitos alunos que ingressam nas Universidades nos cursos de licenciatura, como por exemplo, a Licenciatura em Química, abandonam o curso antes de concluí-lo e alguns dos estudantes que concluem enfrentam problemas e dificuldades após iniciar a carreira docente. Portanto, destacam-se três aspectos importantes na formação do professor: a qualificação, a formação pedagógica e a formação ética e política (ARANHA, 2006, p. 44). Dessa forma, um amplo desafio com o qual o estudante de um curso de licenciatura tem de lidar é a articulação entre teoria e prática. Se essa dificuldade não for solucionada ou pelo menos reduzida durante a vida acadêmica do educando, esse problema se refletirá na sua prática como educador. Diante disso, faz-se necessário que se questione: A formação inicial nos cursos de licenciatura em química realmente está sendo eficaz? Os estágios supervisionados realmente exercem o seu primordial papel, que é o auxílio à formação de um profissional capaz de atender as expectativas de uma sociedade? Qual o verdadeiro sentido dos estágios supervisionados? Neste trabalho objetiva-se, investigar o papel dos estágios na formação inicial dos graduandos em Licenciatura em Química da Universidade Federal do Piauí.
Material e métodos
Nesta pesquisa foram utilizados como técnicas e instrumento para a coleta e discussão de dados uma pesquisa de campo com questionário misto e pesquisa bibliográfica. A pesquisa de campo foi realizada através de entrevista com questionário, sendo que os sujeitos totais entrevistados foram 21 (vinte e um) estudantes de graduação em Licenciatura em Química da Universidade Federal do Piauí, regularmente matriculados, que cursam ou já cursaram as disciplinas de estágios supervisionados. Foram aplicados os questionários individuais com perguntas/questões abertas e fechadas, de múltipla escolha e de resposta numérica para atender as finalidades específicas da pesquisa. Quanto aos fins a pesquisa realizada foi de caráter descritivo e explicativo. Descritivo porque expõe características de uma população, neste caso alunos graduandos de Licenciatura em Química. Constituiu-se também como de caráter explicativo devido procurar justificar algumas razões da existência de alguns fatores relacionados aos estágios supervisionados. A análise bibliográfica foi realizada com obras de autores direcionadas para a área da educação e ensino. Baseando-se na pesquisa bibliográfica procurou-se explicar e justificar as respostas e argumentos dos entrevistados após realizarem os estágios supervisionados.
Resultado e discussão
Dentre os procedimentos metodológicos de ensino na ordem dos mais para os menos
utilizados pelos estagiários durante a atuação em sala de aula destacaram-se: a
aula expositiva, estudo dirigido, trabalhos em grupo, apresentação de ideias,
ensino com pesquisa, solução de problemas, debate, seminários, ensino por
projetos, estudo do meio e aulas experimentais. A aula expositiva foi um
procedimento de ensino de uso comum a todos os entrevistados, sendo, portanto o
mais utilizado, seguido do estudo dirigido e trabalhos em grupo. Embora a
química seja uma disciplina de caráter experimental, o uso de aulas
experimentais foi um dos procedimentos menos utilizados. Alguns entrevistados
ficaram surpreendidos por terem gostado da experiência que pensavam que seria
insatisfatória. Com outros aconteceu o inverso, após se depararam com uma
realidade impactante (salas de aulas cheias, falta de estrutura das escolas e
desinteresse dos alunos). Nesse sentido vale destacar o que diz Esteve (1999),
quando afirma que a crise de identidade docente passa por contradições entre
seu "eu real" e seu "eu ideal". O gráfico 01 mostra em dados percentuais como
os alunos estagiários consideraram sua a vivência em sala de aula e o gráfico
02 demonstra em dados percentuais a importância e contribuição dos estágios
para os alunos em formação. Comparando-se esses gráficos observa-se que há um
salto considerável em relação a muito boa vivência em sala de aula (47,61%)
para à contribuição dos estágios como muito importante (66,66%). Isso demonstra
que embora a vivência em sala de sala não possa ter sido muito boa, os estágios
são muito importantes para a formação. Quando se refere em seguir a carreira
docente, maioria 85,72% pretende continuar atuando no campo profissional e
14,28% não.
Gráfico 1. Como considerou a sua vivência em sala de aula? Gráfico 2. Qual a importância do estágio para os licenciandos?
Conclusões
Com a análise dos dados é possível concluir que o estágio supervisionado pode influenciar os alunos de licenciaturas na decisão de seguir a carreira docente. Nota-se que para se obter aprendizado e confiança em sala de aula é necessário a satisfação por parte do atuante. Percebeu-se ainda que maioria dos licenciandos concordam que o estágio proporciona experiência em sala de aula. Embora possa haver dificuldades,o estágio é uma importante oportunidade de desenvolvimento profissional, pessoal e social, além de proporcionar uma importante integração entre escola, universidade e comunidade.
Agradecimentos
Agradecimentos a Universidade Federal do Piauí.
Referências
ARANHA, M. L. A. Filosofia da Educação. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
ESTEVE, J. M. O mal-estar docente: a sala de aula e a saúde dos professores. Trad. Durley de Carvalho Cavicchia. Bauru, SP: EDUSC, 1999.
PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004.