APLICABILIDADE DO SOFTWARE ACD/CHEMSKETCH (FREEWARE) 12.0 E SUA FERRAMENTA ACD/3D VIEWER COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE QUÍMICA ORGÂNICA PARA ALUNOS DO NÍVEL MÉDIO

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Costa, M.S.L. (SEED-AP) ; Souza, J.R.T. (UFPA) ; Trindade, M.S. (SEDUC-PA) ; Pereira, C.R.M. (UFPA) ; Santos, D.L. (UFPA) ; Delgado, J.P.S. (UFPA) ; Quaresma, J.B. (UFPA)

Resumo

O objetivo foi avaliar a aplicabilidade do software computacional, ACD/ChemSketch (Freeware) 12.0 e sua ferramenta ACD/3D Viewer, como recurso didático no ensino de Química orgânica para alunos do Nível Médio. A pesquisa foi realizada com 15 alunos, selecionados pelas avaliações em Química da Escola Madre Zarife Sales, em Belém-PA. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados duas avaliações. A 1ª baseou-se em um teste objetivo, utilizando 3 questões adaptadas de processos seletivos, a 2ª avaliação foi um questionário de onze perguntas relacionadas à aplicabilidade do software. Os resultados revelaram que o uso do software é significativo para o ensino de Química orgânica, resultando em um ambiente virtual de aprendizagem favorável para o saber científico.

Palavras chaves

Software computacional; Ensino de Química; Química orgânica

Introdução

A Informática Educacional é o processo que coloca o computador e sua tecnologia a serviço da educação. Knave (1997) relata que a escola pode se tornar um ambiente mais agradável e prazeroso com a utilização do computador. As aulas tenderiam a serem dinâmicas, contextualizadas e proporcionariam a formação de alunos mais concentrados e motivado. A Química, uma disciplina de contexto experimental, apresenta conteúdos abstratos e de difícil compreensão e visualização. Para Arroio et al. (2005) a Química Computacional no Ensino Médio é considerada complexa para o entendimento, pois parte de conceitos abstratos que são, na maioria das vezes, não intuitivos. Mas, trazendo a integração da linguagem e dos conceitos científicos para um melhor entendimento do microscópico a partir do macroscópico, o nível de abstração do aluno pode ir se aprofundando ao observar, por exemplo, as moléculas em seu aspecto tridimensional e conformacional. Este problema pode ser minimizado com a utilização de softwares específicos, como: software para demonstração de moléculas em três dimensões, jogos educativos envolvendo problemas ambientais, laboratório virtual para visualização de reações e vidrarias, simulações de fenômenos microscópicos e macroscópicos. Assim, os softwares educativos dão novos significados às tarefas de ensino, atendendo as propostas para uma nova educação, como LDB e PCN (BONA, 2009). Diante do exposto, este trabalho tem como proposta analisar a aplicabilidade do software ACD/ChemSketch (Freeware) 12.0 e sua ferramenta ACD/3D Viewer, como recurso didático no ensino de Química orgânica no Nível Médio, verificando se este programa computacional gratuito, auxilia os alunos no processo de ensino e aprendizagem, proporcionando habilidades e competências na construção do conhecimento

Material e métodos

Este trabalho tem como proposta uma pesquisa de campo e uma pesquisa-ação qualitativa e quantitativa, segundo a concepção de Chizotti (2003). Tendo como objeto de estudo o software computacional, ACD/ChemSketch (freeware) 12.0 e sua ferramenta, ACD/3D Viewer. Foi realizada a análise da aplicabilidade do software educacional, com 15 alunos do segundo e terceiro ano do Ensino Médio da Escola Madre Zarife Sales do município de Belém-PA, selecionados a partir do bom desempenho nas médias escolares da disciplina Química. O trabalho foi dividido em três momentos. No primeiro momento, os alunos foram direcionados para a sala de informática, em que foi utilizado o software educacional para elucidar os conceitos básicos de química orgânica. No segundo momento, os alunos realizaram uma avaliação objetiva, em que responderam um questionário de três questões, adaptadas para o uso do software, de processos seletivos da UFPA, ENEM Brasil e Mackenzie. No terceiro momento foi aplicado outro questionário de onze questões, com foco diferenciado, verificando se a informática educacional, evidenciando o software ACD/ChemSketch, se adequa como ferramenta pedagógica. Os dados obtidos foram analisados em duas categorias; 1) Avaliação objetiva em relação ao uso do software educativo para o ensino de química orgânica; 2) Avaliação da aplicabilidade do software educativo, a serviço da educação e ao conteúdo de química orgânica. Na primeira categoria, para analisar a avaliação objetiva dos dados obtidos sobre a evolução conceitual e na construção de compostos orgânicos com o uso do software, os resultados foram separados em níveis de compreensão:1)Compreensão Total;2)Compreensão errônea;3) Compreensão Parcial; 4)Nenhuma compreensão.

Resultado e discussão

Na avaliação objetiva, os alunos foram instigados a construir estruturas orgânicas a partir do software, considerando o aluno como sujeito ativo no processo educacional, dispondo de condições propícias na busca do conhecimento e experiências novas, de acordo com a concepção de Libâneo (1992). Tratando os dados quantitativamente, verificou-se uma porcentagem em média de compreensão total de 78%. Este índice de acerto elevado ocorreu devido o assunto lecionado já ter sido ministrado em sala de aula, facilitando o sucesso do trabalho, confirmando o que Moraes (1999) diz que para o sucesso do aprendizado o aluno deve ter conhecimento prévio, assim assimilando novos conceitos numa concepção de construção. Em termos avaliativos do software educacional ACD/ChemSketch (Freeware) 12.0 e sua ferramenta ACD/3D Viewer, a média das notas avaliativas foi de 9,63. Segundo os alunos o fato do programa computacional não ter alcançado a nota máxima foi devido apresentar apenas a versão em inglês, dificultando a leitura dos comandos. A maioria dos alunos aprovou a utilização do software como recurso didático na construção do conhecimento de química orgânica. A criação de estruturas químicas, a visualização de propriedades físicas e químicas e a transformação dos compostos orgânicos 2D para 3D, com o software, foram bastante facilitadas, determinando que este instrumento pode ser utilizado com vantagens em relação a utilização do livro didático no processo de ensino e aprendizagem de Química orgânica. Porém, é necessário que o professor assuma o papel de organizador e mediador, apresentando situações problemas vinculado ao cotidiano, valorizando as concepções prévias dos alunos para uma aprendizagem significativa dos conceitos fundamentais exigidos pela sociedade contemporânea.

Conclusões

Este estudo revelou que o uso do recurso tecnológico proporcionou motivação e interesse na busca de conhecimentos, favorecendo a construção de uma atitude positiva em relação ao ensino. Além de adquirir conhecimento específico, o software computacional em estudo, possibilitou tornar as aulas mais dinâmicas e atrativas. Portanto, foi possível verificar com êxito a aplicabilidade do software ACD/ChemSketch (Freeware) 12.0 e sua ferramenta ACD/3D Viewer como recurso didático na compreensão do estudo de Química orgânica para o Nível Médio. Porém, por si só, não garante o sucesso da aprendizagem.

Agradecimentos

Aos alunos, professores e a direção da Escola Madre Zarife Sales, em Belém(PA) por participarem e permitirem a aplicação desta pesquisa.

Referências

ARROIO, Agnaldo; HONÓRIO, Kathia Maria; WEBER, K. C; MELLO, P. H; SILVA,

BONA, Berenice Oliveira. Análise de softwares educativos para o ensino de matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. Experiências em Ensino de Ciências, vol.4, n. 1, pp.35-55, 2009.

CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 2003

KNAVE, Bengt. Information Technology (IT) in schools. In: International Scientific Conference On Work With Display Units, 5.,1997, Tóquio. Proceedings. Tóquio, p.107- 108, 1997.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1992.

MORAES, Roque. Concepções de aprender de professores de terceiro grau. Revista da ADPPUC (Associação dos professores e pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Porto Alegre. n.1. Outubro 1999.

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