ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Mota, M.L. (UFPA) ; Franco, L.H.M. (UFPA) ; Junior, N.J.S.R. (UFPA) ; Monteiro, A.J.S. (UFPA) ; Dantas, K.G.F. (UFPA) ; Marinho, P.S.B. (UFPA)
Resumo
No ensino de eletrólise é comum encontrarmos obstáculos que dificultam o processo de ensino-aprendizagem. Um desses obstáculos é a falta de visualização de como realmente ocorre esse processo químico. Logo, o objetivo deste trabalho, além de fugir dos métodos tradicionais, foi expor um experimento bastante inteligível e de baixo custo, como instrumento de ensino, que evidencia os procedimentos e fatores da eletrólise aquosa. Os alunos participaram ativamente durante a prática, e acharam interessante a forma de abordagem do conteúdo com a realização do experimento.
Palavras chaves
experimento; eletrolise aquosa; ensino de química
Introdução
A experimentação é um instrumento essencial, principalmente quando se trata do ensino de química, pois existem inúmeras dificuldades do aluno em saber interpretar a teoria com a prática. Segundo Freire (1997), para compreender a teoria é preciso ‘experienciá-la’. Portanto, a prática de experimentos, especialmente de baixo custo, representa uma ferramenta competente para que o aluno faça a experimentação do conteúdo e possa estabelecer a dinâmica e indissociável relação entre teoria e prática, além de constituir uma das alternativas na construção de uma ponte entre o conhecimento ensinado na sala de aula e o cotidiano dos alunos (VALADARES, 2001). Assim, visando estimular o estudo, contextualizar e aprofundar o temaEletroquímica – Eletrólise Aquosa, o presente trabalho teve como objetivo propor a realização de um experimento químico facilmente acessível e que aprofunda bem os detalhes do conteúdo além de diversas contextualizações. As atividades supracitadas foram realizadas por alunos do 2º e 3º ano do Ensino Médio do colégio Nossa Senhora de Lourdes, localizada em Icoaraci – Belém – Pará.
Material e métodos
Para a construção da atividade experimental, os materiais utilizados foram água, bicarbonato de sódio (NaHCO3), um pote com tampa, martelo, dois pregos de tamanhos diferentes, uma pequena mangueira, uma pilha de 9 volts, uma pistola de cola quente, dois fios condutores, dois pedaços de grafites, um copo, sabão e um isqueiro para fogão. No primeiro momento, uma cuba eletrolítica foi preparada com esses materiais, colocando água e bicarbonato de sódio no recipiente.Com o martelo e os pregos foram realizados três furos na tampa, dois para os grafites e um para a mangueira, que foram coladas com a cola quente. A mangueira foi ligada até o outro copo com água e sabão para criar bolhas.Os fios condutores foram ligados nos grafites e na pilha de 9 volts. Com o início do experimento, foi possível observar rapidamente algumas bolhas nos grafites (evidenciando a reação química). Como na eletrólise aquosa o bicarbonato de sódio não vence do oxigênio nem do hidrogênio presentes na água, esses gases (hidrogênio e oxigênio) são liberados, passando pela mangueira e chegando ao outro copo com sabão.Logo, são formadas bolhas que ao se aproximar o isqueiro, produzem leves explosões (daí o nome "bolhas explosivas"). No segundo momento, após realização do experimento, os conceitos teóricos da eletrólise foram explicados a partir de cada detalhe que aconteceu no experimento. Além disso, ainda foi discutido o porquê das bolhas serem explosivas.
Resultado e discussão
Antes do experimento e da aula teórica foram distribuídos questionários com
perguntas sobre o assunto para os alunos. Vale ressaltar que o conteúdo já
tinha sido explicado pelo professor antes da aula prática. No questionário
as perguntas eram bem diretas e dividas entre fácil, médio e difícil. Após o
experimento, o mesmo questionário foi entregue, esperando-se que os alunos
apresentassem alguma mudança positiva ou negativa com relação ao primeiro
questionário. Foi percebido que a média de acertos antes da aula prática foi
de 4,7 e após a aula prática foi de 8,1. Isto mostra que houve evolução no
conhecimento sobre eletrólise aquosa. Além disso, outro questionário foi
entregue no final da aula prática para os próprios alunos avaliarem, de 0 a
10, o desempenho da aula e o quanto puderam aprender com a mesma. A média
foi de 8,5. Com esses resultados, foi notado que a atividade contribuiu para
o processo de aprendizagem dos alunos a respeito do tema, não somente a
experimentação é suficiente para melhoria do conhecimento, mas a forma que é
abordado.
Conclusões
A utilização da experimentação como instrumento no ensino de química se mostrou bastante eficaz, mas principalmente quando o experimento é de baixo custo e acessível,pois isso expande o instrumento para escolas que não possuem laboratórios ou equipamentos sofisticados e ainda contribui para que os alunos sintam-se bastante interessados e curiosos com o experimento pela fácil acessibilidade dos materiais no cotidiano.Os resultados evidenciaram que houve desenvolvimento no conhecimento acerca da eletrólise aquosa.
Agradecimentos
À Capes (PIBID Química/UFPA),Colégio Nossa Senhora de Lourdes e ao canal "Manual do Mundo".
Referências
FERREIRA, L. H.; HARTWING, D. R.; OLIVEIRA, R. C. Ensino experimental de química: uma abordagem investigativa contextualizada. Química Nova na Escola, v. 32, n. 2, p. 101-106, 2010.
GAZOLA, R. J. C.; et al. O Experimento Investigativo E As Representações De Alunos
De Ensino Médio Como Recurso Didático Para O Levantamento E Análise De
12
Obstáculos Epistemológicos. V Encontro Regional Sul de Ensino de Biologia (EREBIOSUL).
Londrina: UEL, 2011.