ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Guimaraes, A.S.S. (UEMA) ; Nascimento, C.S. (UEMA) ; Rodrigues, L.T.A. (UEMA) ; Silva, R.P. (IFMA) ; Santos, M.O. (IFMA)
Resumo
A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino que veio como uma solução às pessoas que por algum motivo deixaram de estudar e que desejam retornar a sala de aula.Desde o início desta modalidade de ensino o índice de analfabetismo tem regredido. Os indivíduos participantes desta modalidade de ensino vivem um desafio, pois o retorno a sala de aula não é fácil. O ensino de Química na educação básica regular sofre problemas e devem atingir, com maior impacto, o ensino de Química no EJA. O professor além de saber como trabalhar com os conteúdos deve adaptar tudo quanto ao tempo e quanto a linguagem de seus alunos. Este trabalho fala sobre o ensino de Química nessa modalidade de ensino em uma escola pública de Caxias MA, focando nas metodologias que são utilizadas.
Palavras chaves
EJA; ensino de química; metodologia
Introdução
A modalidade de ensino EJA – Educação de Jovens e Adultos vem dar uma segunda chance a pessoas que estão fora da escola por algum tempo, seja ele da alfabetização ou do ensino médio. Esta modalidade de ensino garante a formação básica escolar do indivíduo da mesma forma que o ensino regular, porém em um prazo reduzido, uma vez que estes alunos geralmente cursam no período noturno, horário em que normalmente as aulas são reduzidas.A EJA na década de 1990 foi tema central em uma conferência do MEC – Ministério da Educação e das Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Nesta conferência organizaram um espaço com a finalidade de garantir a educação para todos as pessoas independente de sua idade, raça etnia ou religião. Observando tais problemáticas o trabalho objetiva ter um contato com as principais formas de ensino utilizadas dentro da sala de aula pelo professor de Química, visando estudar como os alunos veem a disciplina Química e se as aulas são atraentes. Além de apresentar ao professor algumas metodologias que podem ser utilizadas nas aulas. Assim, os objetivos do trabalho estão relacionados em verificar as principais metodologias utilizadas no ensino de Química, além de identificar as principais dificuldades dos alunos da EJA em assimilar conteúdos, observar as principais dificuldades do professor em suas aulas de Química além de propor metodologias diferenciadas ao ensino de Química na EJA.
Material e métodos
O trabalho foi realizado em uma escola pertencente a rede pública estadual de educação. A escola encontra-se localizada na cidade de Caxias no estado do Maranhão. A escola possui as modalidades de ensino: Educação para jovens e adultos (EJA) e Ensino Médio regular. Seu corpo discente é formado por uma média de 250 alunos por turno, e seu corpo docente é composto por 46 professores com graduação e 40 especializados. Inicialmente realizou-se uma visita à escola escolhida, onde foi solicitada a direção a autorização para a realização da pesquisa. Posteriormente, foi feita uma entrevista com o professor de Química da modalidade EJA. Após a entrevista com o professor foi a vez de entrevistar os alunos participantes da pesquisa. As duas turmas da EJA pertencentes a escola era dividida em EJA I e EJA II, somando um total de 42 alunos. Os alunos responderam um questionário dividido em duas categorias: 1. Perfil do Aluno/ 2. Aluno e as Aulas de Química, totalizando 10 questões, para traçar o perfil dos mesmos, questões essas indo desde o sexo, classe social, e principais dificuldades em aprender Química. Após o levantamento de dados foram elaboradas as metodologias junto com o professor da disciplina, e a aplicação destas metodologias foram utilizando práticas lúdicas e algumas atividades de TV em vídeo.
Resultado e discussão
A partir das entrevistas com os alunos da EJA, pertencentes a escola campo,
foi possível traçar o perfil desses alunos onde verificou-se que a grande
maioria tem idade entre 20 e 30 anos, casado e com filhos, sendo a maior
parte deles com mais de 3 filhos (40%), e um dado importante é que a menor
parte dos alunos possui idade entre 18 e 19 anos. Quanto a relação entre os
alunos e a disciplina Química boa parte deles se mostrou interessada nas
aulas e quando questionados a respeito da afinidade com a disciplina, 64%
dos alunos afirmaram gostar da disciplina.
Os alunos foram instigados a falar sobre que recursos mais gostavam de
ver nas aulas de Química, 42% deles afirmaram gostar do uso do livro
didático, sendo que a escola não possui material didático de Química para
EJA, e a falta desse material prejudica boa parte dos alunos. Sem mencionar
o tempo que professor economizaria tempo para utilizar mais dele com
explicações.
Outros 29% citaram o uso do projetor de imagens (Data Show) que o professor
afirma não usar com frequência em suas aulas. Uma pequena parte dos alunos,
afirma gostar da utilização de TV, Jogos, Jornais e Revistas e outros
recursos nas aulas, o que impressiona pelo fato de o natural é que esses
últimos chamem mais atenção dos alunos, mas isso pode ser explicado pelo
fato dos alunos não terem acesso aos mesmos dentro da sala de aula, recursos
esses que são simples e sem complicação de serem utilizados.
Quando os alunos se depararam com a questão de como desejavam que fosse as
aulas de Química 39% deles responderam que queriam aulas mais longas, pois
além de apenas uma hora e meia de aula por semana em uma das turmas esse
horário. Os alunos afirmaram precisar de um tempo maior para as aulas de
Química, para que assim pudesse haver uma melhor aprendizagem. Outros 39%
dos alunos defendiam o ritmo das aulas, pois boa parte deles conseguiam
acompanhar seu raciocínio apesar do pouco tempo para a aula.
Conclusões
O ensino de Química na EJA tem suas dificuldades porém, não é uma realidade longe do ensino médio regular, sendo de ensino público ou privado. A Química ainda é temida pelos alunos, o que pode ser apontado como resultado da maneira pela qual o professor os apresenta a disciplina. As dificuldades dos alunos da EJA não são muito diferentes das dificuldades dos alunos regular, estes alunos com idade superior, trazem problemas relacionados a sua vida profissional e familiar que acarreta em sua aprendizagem.O trabalho não traz soluções para o problema no ensino de Química na EJA, mas traz sugestões que podem ajudar alunos e professores a se entenderem melhor dentro da sala de aula. Contribuindo assim, para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem para essa modalidade de ensino.
Agradecimentos
Ao nosso orientador Roberto Perreira Silva, e a UEMA pelo suporte.