ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Morais Costa, G.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - UEPA) ; de Carvalho Silva Filho, D. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Delgado de Carvalho, C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; de Brito Silva, M.D. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)
Resumo
As dificuldades dos alunos em assimilarem temas de química estão na ausência ou falta da contextualização no Ensino de Química. Com base neste fato, o presente trabalho objetivou compreender a importância da contextualização no processo de ensino-aprendizagem tendo como base a História da Ciência e o cotidiano do aluno. A metodologia utilizada se constituiu nas etapas contextualização e um jogo interativo. Os resultados evidenciaram que de fato o uso de uma abordagem contextualizada associada a vivência do aluno contribuiu de forma significativa no processo de ensino-aprendizagem, comprovando a necessidade da contextualização no Ensino de Química e mostrando ser um caminho promissor a ser seguido.
Palavras chaves
Ensino de Química; História da Ciência; Contextualização
Introdução
A sociedade atual vive uma intensa onda tecno-científica cada vez mais exigente. Neste sentido, o indivíduo precisa se adaptar ao contexto atual adquirindo inúmeras habilidades e as instituições de ensino passam a ter um papel relevante, sendo responsável por conceder um aprendizado significativo permitindo desenvolver tais habilidades, o que requer um trabalho amplo e contextualizado (NUNES e ADORNI, 2010). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNEM) em documentos afirma: “[...] utilizando-se a vivência dos alunos e os fatos do dia-a-dia, busca-se construir os conhecimentos químicos que permitam refazer essas leituras de mundo, agora com fundamentação também na ciência” (BRASIL, 2000), ou seja, os conteúdos abordados não devem ser vistos como mera transmissão de conhecimento. É necessário assumir um contexto, uma relação com o cotidiano que de alguma forma relacione a vivência do aluno. Assim, torna-se imprescindível a utilização de temas do cotidiano para se trabalhar a Química em sala de aula. Dessa forma, abordar o conhecimento químico sobre os compostos que afetam o tratamento capilar por meio de atividades relacionadas ao Ensino de Química e a contextualização é fundamental para a compreensão da construção do conhecimento cientifico.
Material e métodos
A apresentação da oficina foi desenvolvida em três etapas, as quais permitiram subsidiar o desenvolvimento da pesquisa que foi realizada com 19 alunos do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais – Habilitação Química da Universidade do Estado do Pará - UEPA. A fase inicial constituiu- se de um aprofundamento teórico, sobre a construção de conhecimentos voltados para a História da Ciência e evolução dos métodos de modificações capilares. Com base na linha teórica, a segunda etapa delineou-se com um momento dinâmico por meio da aplicação de um Jogo da Memória referente aos temas: Ligações Químicas, Forças Intermoleculares e História da Ciência. A turma foi dividia em quatro grupos, onde cada grupo escolheu uma peça que apresentava a sua junção com a peça seguinte. Por exemplo, a figura de um frasco de água oxigenada teria que ser ligada a sua fórmula molecular H2O2 e assim sucessivamente para as peças de todos os temas trabalhados. A terceira etapa ocorreu com a aplicação de um questionário com questões abertas referentes ao assunto abordado com o intuito de realizar o levantamento do conhecimento adquirido pelo aluno sobre a importância da contextualização dos produtos químicos capilares desenvolvidos no Ensino de Química.
Resultado e discussão
Para a obtenção dos resultados, analisaram-se o desenvolvimento dos alunos
durante o Jogo da Memória e o questionário aplicado ao final da oficina. Ao
questionar se a contextualização dos produtos químicos no cabelo a partir
dos estudos sobre a História da Ciência facilitou seu aprendizado, 98% dos
alunos concordaram, pois promoveu o aprendizado, uma vez que tornou-se claro
o conhecimento dos temas químicos, facilitando a compreensão no
desenvolvimento da oficina, além de ser interessante poder entender as
reações e mecanismos que ocorrem em coisas simples do nosso cotidiano, neste
caso, as tinturas e outros processos capilares. No entanto, 2% dos alunos
não concordaram, pois entendem que a associação do contexto histórico com a
utilização dos temas tratados, não foi eficiente. Quando questionados se as
situações do dia a dia facilitou seu aprendizado nas aulas de química, 95%
dos alunos concordaram em dizer que a compreensão é melhor quando os
conteúdos de química estão atrelados a situações do dia do dia, pois foi
possível observar inúmeras alternativas para correlacionar com os conteúdos
de química. Contudo, 5% dos alunos tiveram dificuldades de entender a
relação dos temas trabalhados com a relevância da História da Ciência. Dessa
forma, é ideal que o professor seja um mediador, apresentando em sua ação
pedagógica, situações problemáticas de vivência do aluno, orientando-os a
buscar o conhecimento necessário para entender os conteúdos de química e
solucioná-los (FREIRE, 1987).
Conclusões
A importância da História da Ciência é fundamental, pois constrói o conhecimento dando relevância ao contexto social. Dessa forma, a abordagem contextualizada torna-se um articulador do ensino-aprendizagem de grande relevância para o desenvolvimento de uma aula de química dinâmica, interessante e atrativa tanto para o aluno quanto para o professor. Dessa forma, foi verificado de forma unânime que os alunos concordaram em considerar a necessidade de interligar os conteúdos de química com as situações do dia a dia por meio da História da Ciência facilitando a compreensão da disciplina.
Agradecimentos
Referências
BRASIL, MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. 2000.
FREIRE. P. Pedagogia do oprimido, 17ª. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.
NUNES, A. S.; ADORNI, D.S. O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010, Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.