ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Mesquita de Souza, D. (IFMT- CAMPUS CONFRESA) ; Barbosa dos Santos, J. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Alves da Silva, J. (IFMT - CAMPUS CONFRESA) ; Franco Leão, M. (IFMT - CAMPUS CONFRESA)
Resumo
Experimentos com materiais alternativos podem ser utilizados como metodologia para ensinar Ciências na Educação Jovens e Adultos. O que pode ser uma solução para atual estrutura de ensino que é precária. Pensando nessa problemática, foi proposta uma aula experimental com estudantes da EJA utilizando materiais alternativos. O objetivo foi promover a interação e a participação dos estudantes e auxiliar no processo de alfabetização científica, ensinando de maneira estratégica e revisando conceitos básicos das Ciências. Essa intervenção aconteceu em junho de 2016, com uma turma de Ensino Médio do CEJA “Creusli", em Confresa/MT. Ao término dessa intervenção, os estudantes foram entrevistados e foi possível constatar que a experimentação pode auxiliar na compreensão dos conceitos científicos.
Palavras chaves
Experiências; Metodologia ; Materiais Alternativos
Introdução
O ensino de Ciências tem sempre considerado a utilização de atividades experimentais, na sala de aula ou no laboratório, como essencial para a aprendizagem científica (MORAES, 2008). A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino, que perpassa todos os níveis da Educação Básica do país. Essa modalidade é destinada a jovens e adultos que não deram continuidade em seus estudos e para aqueles que não tiveram o acesso ao Ensino Fundamental e/ou Médio na idade apropriada (Secretaria de Educação, 2015). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), em seu artigo 37º § 1º diz: Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. Uma vez que a modalidade de ensino é amparada pela lei, os profissionais da área devem se qualificar e buscar estratégias para que o aprendizado seja significativo e adequado a modalidade de ensino. Com todas as limitações decorrentes de uma estrutura escolar precária muitos profissionais deixam de realizar experimentos em sala de aula, e consequentemente, muitos estudantes perdem uma parte essencial da construção do seu conhecimento: a alfabetização cientifica. Pensando na problemática que impede a experimentação em sala de aula e na importância do Ensino de Ciências foi proposta uma aula experimental com estudantes do EJA utilizando materiais alternativos para o ensino de Ciências, com o objetivo de promover a interação e a participação dos estudantes e auxiliar no processo de alfabetização cientifica ensinando de maneira estratégica e revisando conceitos básicos da Ciências.
Material e métodos
A aula experimental foi ministrada para 6 estudantes do 1° ano do Ensino Médio, no mês de junho do ano de 2016 no período vespertino no Centro Educacional para Jovens e Adultos Cheuslhi de Souza Ramos no município de Confresa, Mato Grosso. Para aplicação da aula experimental foram utilizados os seguintes materiais: Papel sulfite; Pinceis; Leite; Velas; Isqueiro. Inicialmente foi solicitado que os estudantes escrevessem uma palavra na folha sulfite utilizando o pincel e o leite como tinta. Enquanto a turma esperou a tinta secar, foram retomados os conceitos de: Estados físicos da matéria; Mudanças de Estados físicos da matéria; Propriedades da matéria (ponto de fusão e de ebulição); Substâncias puras e misturas; e Componentes das misturas. Foi então solicitado que todos aquecessem cuidadosamente suas folhas sulfite em movimentos circulares sobre a chama da vela tomando cuidado. Ao final, após o aquecimento, as letras começaram a aparecer se tornando visíveis ao observador. A conclusão da aula se deu com alguns questionamentos que levaram os estudantes a relacionar o fenômeno observado com os conceitos debatidos anteriormente. Foi explicado aos estudantes que o leite é um alimento de alto teor nutritivo e possui em sua composição substancias como: lipídios, proteínas, glicídios, sais minerais, vitaminas enzimas e gazes, além de água. O leite, que usamos como tinta, é mais sensível ao calor do que o papel, a água contida no leite evapora e as outras substancias queimam, mostrando assim o que foi escrito anteriormente. Após a realização da aula experimental foi aplicado um questionário para verificação da aprendizagem e sondagem da importância do Ensino de Ciência e as metodologias aplicadas para a avaliação e aplicação do conhecimento.
Resultado e discussão
Ao término da aula com aplicação de um questionário para verificação de
aprendizagem foi possível perceber que todos os estudantes haviam
compreendido os conceitos ensinados ou revisados. E conseguiram visualizar
na pratica com a experimentação utilizando os materiais alternativos.
Todos os participantes consideraram importante ou muito importante o estudo
de Ciências da Natureza. Dos estudantes que responderam ao questionário 17%
dizem ter facilidade em compreender os conceitos das ciências, 17% tem pouca
facilidade para aprender e 66% compreende razoavelmente tais conceitos.
Ao serem questionados sobre a frequência das aulas experimentais 66% dos
estudantes responderam que raramente tem aulas que se utiliza de
experimentação, e 34% acreditam que tais aulas acontecem com frequência
intermediaria.
Por ter maior possibilidade de compreender o conteúdo e sua aplicação no
cotidiano 66% dos estudantes acreditam que atividades experimentais
contribuem muito para o aprendizado, enquanto 37% julga razoável a aplicação
de atividades experimentais na construção do conhecimento.
No caráter participativo 66% dos estudantes disseram que participam muito de
aulas experimentais por darem maior possibilidades de participação, e 34%
acreditam que a participação acontece de forma razoável. Em contrapartida
apenas 50% dos estudantes acreditam que participam bastante de aulas somente
teóricas
Em analise a aula experimental aplicada em sala com a utilização de
materiais alternativos 50% dos participantes acreditam que contribuiu muito
para sua alfabetização científica e outros 50% disseram que a aula
experimental contribuiu de maneira razoável na formação de seus
conhecimentos científicos.
Conclusões
O uso de materiais alternativos podem ser uma solução para a experimentação em sala de aula uma vez que os participantes acreditam que em aulas experimentais tem-se maior liberdade para participação e maior contribuição para o aprendizado. Vale ressaltar que a experimentação utilizando materiais alternativos com estudantes da modalidade EJA traz para a sala de aula o cotidiano dos estudantes. Notou-se que toda vez que usávamos exemplos que eles já haviam presenciado anteriormente facilitava a compreensão de determinado conteúdo, fazendo com que a participação fosse algo de grande valor.
Agradecimentos
Ao IFMT e a FAPEMAT por ter proporcionado e subsidiado o desenvolvimento do projeto Elaboração de materiais didáticos e estratégias de ensino inovadoras para o Ensino
Referências
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 20 dez. 1996.
LEÃO, Marcelo Franco: Materiais alternativos para o Ensino de Ciências. III Semana acadêmica das Ciências da Natureza, 2016. Atv 3: Tintas e palavras invisíveis.
PACIEVITCH, Thais. Educação de Jovens e Adultos. Disponível em: < http://www.infoescola.com/educacao/de-jovens-e-adultos/l> Acesso em: 30 jun. 2016.
PERUZZO, Tito Miragaia; CANTO, Eduardo Leite do. Química. Volume único. 2. Ed. São Paulo: Moderna, 2003.