ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Silva, C.P.F. (UEPA) ; Araujo, N.S. (UEPA) ; Nascimento, J.P.S. (UEPA) ; Oliveira, L.S.C. (UEPA) ; Silva, M.D.B. (UEPA)
Resumo
O trabalho teve como objetivo desenvolver a interação entre a teoria e prática no Ensino de Química. Assim, uma oficina foi desenvolvida para atender vinte graduandos do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais – Habilitação Química da Universidade do Estado do Pará - UEPA, onde foram apresentados seis experimentos, utilizando – se materiais alternativos. Com relação aos conteúdos trabalhados nos experimentos, os graduandos foram unânimes em relatar que a química pode ser abordada em sala de aula utilizando a experimentação como uma ferramenta viável e facilitadora para a aprendizagem, tendo apresentado resultados promissores durante a realização dos experimentos.
Palavras chaves
Ensino de Química; Experimentação; Interação
Introdução
A química é a ciência que estuda a matéria, sua transformação e sua relação com o meio ambiente. Ela representa parte importante das Ciências Naturais, pois fornece conhecimento científico para o entendimento das reações químicas que ocorrem em nosso dia a dia. Para Wartha (2013) ao se falar no termo “cotidiano”, em relação ao ensino de química, há um tipo de consenso, principalmente entre os professores do Ensino Médio. Estes autores também comentam que o termo é amplamente conhecido e, aos olhos da maioria, é uma abordagem fácil de ser exposta em prática. Apesar do reconhecimento do termo “cotidiano” por muitos professores, a conexão entre ele e a química muitas vezes não ocorre, o que reflete em um desinteresse por parte do aluno. “ O aluno que não reconhece o conhecimento científico em situações do seu cotidiano, não foi capaz de compreender a teoria” (SERAFIM 2001) “. O estudo de diferentes ferramentas pedagógicas vem sendo realizado, uma destas ferramentas é a experimentação como método de ensino, que é considerada imprescindível para o bom desenvolvimento do aluno. Esta importância da experimentação foi ratificada por Freire (1997), que afirmou: para compreender a teoria é preciso experiencia-la. A realização de experimentos, em Ciências, representa uma excelente ferramenta para que o aluno faça a experimentação do conteúdo e possa estabelecer a dinâmica e a indissociável relação entre teoria e prática. Portanto, este trabalho teve por objetivo enfatizar a importância da experimentação como metodologia de ensino eficiente para fixação dos conteúdos de química abordados no Ensino Médio.
Material e métodos
Para o desenvolvimento do trabalho foi realizada uma oficina para um público de vinte graduandos da Habilitação Química, onde foram apresentados experimentos utilizando - se materiais alternativos sobre os seguintes conteúdos: força dos ácidos, cinética química, combustão, polímeros, densidade e solubilidade, facilitando de forma positiva que esses experimentos fossem realizados em sala de aula. Após a oficina, aplicou-se um questionário com questões abertas referentes ao assunto abordado, com intuito de fazer um levantamento sobre a importância da experimentação para o Ensino de Química uma vez que esses graduandos estão em Formação Inicial e serão professores de química no Ensino Médio.
Resultado e discussão
Para obtenção dos resultados, acerca da compreensão dos participantes sobre
a importância da experimentação como ferramenta de ensino, obtiveram-se os
seguintes relatos: “Sua importância é para facilitar o aprendizado
relacionando e incentivando o estudo da química de uma forma que faça o
ensino ser prazeroso” Graduando A. O graduando B relata que “além de ajudar
os alunos a fixar o conteúdo, auxilia na aprendizagem, expondo a teoria na
prática”. De acordo com os relatos, percebemos que a inserção da
experimentação como ferramenta de ensino contribui positivamente para a
compreensão do conteúdo. Neste sentido, Reginaldo (2012), comenta que o
trabalho experimental torna-se importante por diferentes aspectos, mas que
tragam um significado às teorias que foram estudadas, tornando-as claras,
não para serem comprovadas, mas para serem estudadas, compreendidas,
discutidas e, porque não, modificadas. Quando questionados se os conteúdos
são melhores absorvidos quando desenvolvidos em consonância com a
experimentação, os graduandos relataram: “Com certeza, pois vivenciamos na
prática aquilo que aprendemos na teoria” (Graduando C). O graduando D relata
“sim, com a experimentação absorvemos os conteúdos com maior clareza”. De
acordo com os resultados, percebe-se que os graduandos compreendem a
importância da utilização da experimentação como ferramenta didática para
seus futuros alunos. Segundo Lopes (2004), a concepção que os professores
têm sobre o trabalho experimental na Ciência vai condicionar de forma
decisiva a forma como integram o trabalho experimental no currículo, a forma
como preparam as atividades experimentais e a forma como organizam o
trabalho na sala de aula.
Conclusões
Em análise aos relatos dados pelos graduandos a experimentação é uma metodologia eficiente para o Ensino de Química, pois estes adquiriram conhecimentos sobre a importância da sua utilização, além de terem percebido que ela não é utilizada apenas em laboratório, mas que também pode ocorrer em sala de aula com o uso de materiais alternativos, proporcionando uma compreensão mais cientifica acerca dos assuntos abordados. Assim, é indispensável que o professor proporcione aos alunos metodologias que visem um melhor aprendizado de conteúdos de Química.
Agradecimentos
Referências
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997
LOPES, J. B. Aprender e Ensinar Física. Fundação Calouste Gulbenkian. Fundação para Ciência e a Tecnologia: APPACDM de Braga, 2004.
REGINALDO, C.C.; SHEID, N. J.; GULLICH, R.I.C. O Ensino da ciência e a Experimentação. Seminário de pesquisa em educação na região sul. Caxias do Sul. 2012.
SERAFIM, M. C. A Falácia da Dicotomia Teoria-Prática. Rev. Espaço Acadêmico. 2001 <Disponível em: www.espacoacademico.com.br >. Acesso em 14.jul.2016
WARTHA, E. J.; SILVA, E. L.; BEJARANO, N. R. R.; Cotidiano e contextualização no ensino de química. Química Nova na Escola. São Paulo. 2013.
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