O USO DA PRÁTICA EXPERIMENTAL ALTERNATIVA COMO ESTRATÉGIA FACILITADORA NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE PILHAS ELÉTRICAS

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Barbosa Júnior, A.S. (UEPA) ; Machado, D.M. (UEPA) ; Reis, J.D.E. (UEPA) ; Costa, W.C.L. (UEPA) ; Feio, A.M. (UEPA) ; Lopes, D.P. (UEPA) ; Barros, D.M.B. (UEPA) ; Ramos, G.C. (UEPA)

Resumo

O presente trabalho teve por finalidade utilizar materiais alternativos de baixo custo e de fácil acesso, no ensino de pilhas elétricas, visando a utilização da experimentação e da contextualização, métodos eficazes no processo de construção do conhecimento. A atividade foi desenvolvida com discentes da 2ª série do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Médio Ademar Nunes de Vasconcelos, Salvaterra – PA; dividida em três fases: aula teórica, aula prática e preenchimento de um questionário. Observou-se que os alunos conseguiram entender melhor o conteúdo abordado, e que a atividade experimental foi a sua metodologia preferida, por colocar em prática o que foi visto na teoria.

Palavras chaves

Contextualização; Experimentação; Materiais Alternativos

Introdução

Eletroquímica é o estudo da interação da eletricidade e reações químicas. Ela permite compreender como as reações químicas podem ser usadas para gerar eletricidade e como a eletricidade pode ser obtida através de reações químicas (ATKINS; JONES, 2001). Segundo Atkins; Jones (2001) para entender estes processos eletroquímicos, é imprescindível saber conceitos, como: oxidação, redução, reações de oxirredução, formação de íons, transferência de elétrons, transformação da matéria em energia, corrente elétrica, condutibilidade elétrica em soluções, dentre outros saberes necessários à compreensão de vários fenômenos elétricos na natureza. Entretanto, boa parte dos educandos ainda apresentam “resistência” ao se depararem com este assunto, principalmente quando este é apresentado de forma tradicional, abstrata e sem correlação com o cotidiano, envolvendo exclusivamente a teoria (MAIA et al., 2009). Muitos profissionais de ensino, afirmam que este problema é devido à falta de laboratórios ou de equipamentos que permitam a realização de aulas práticas experimentais (OLIVEIRA; SILVA, 2012). A experimentação alternativa pode representar uma “saída” ao diminuir o custo operacional dos laboratórios, como também gera condições favoráveis para a construção de novos conhecimentos. Desta forma, o referido trabalho tem como objetivo propor o uso eficaz da prática experimental alternativa, com materiais de baixo custo, a fim de melhorar o ensino-aprendizagem do conteúdo pilhas elétricas.

Material e métodos

O trabalho foi realizado com alunos pertencentes a 2ª série do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Médio Ademar Nunes de Vasconcelos, no município de Salvaterra - PA. Sendo organizado em três etapas: PRIMEIRA — Uma aula expositiva-dialogada foi ministrada junto aos discentes, abordando os principais conceitos relacionados à temática “Pilhas Elétricas”, ao passo que facilitasse, esclarecesse e valorizasse a importância destas para o cotidiano do homem. SEGUNDA — Em seguida, os educandos foram dispostos em 3 (três) equipes para o desenvolvimento de 2 (duas) práticas experimentais com questões para discussão, utilizando materiais de baixo custo e de fácil acesso. Para a prática 1 — Construção da pilha de Daniell — baseada no artigo “CONSTRUÇÃO DE PILHAS ELÉTRICAS SIMPLES - UM EXPERIMENTO INTEGRADO DE QUÍMICA E FÍSICA”, foram utilizados os seguintes materiais (para cada grupo): 1 lâmpada de LED, 1 chapa de zinco (de aproximadamente 2 x 10 cm), 1 chapa de cobre (de aproximadamente 2 x 10 cm), 2 copos de vidro, 2 terminais tipo "jacaré", suco de limão e multímetro digital. Para a prática 2 — Bateria de latinha de alumínio — baseada no artigo “THE SALTY SCIENCE OF THE ALUMINUM-AIR BATTERY”, foram utilizados os materiais (para cada grupo): 1 lâmpada de LED, 1 fio de cobre, 1 latinha de alumínio, sal, água, 2 terminais tipo "jacaré", papel toalha; multímetro digital. Logo após, a prática de confecção das baterias, com auxílio de um multímetro digital, cada equipe foi disposta a medição da voltagem de seus respectivos experimentos. E por fim, os mecanismos foram acoplados para uma medição final. TERCEIRA — Para o encerramento das atividades, um questionário foi aplicado, sobre o uso da metodologia alternativa como ferramenta complementar do assunto abordado.

Resultado e discussão

Em todas as fases da execução da atividade os discentes se mostraram interessados, participativos e motivados, sobretudo na etapa da experimentação com materiais alternativos, a qual a maioria dos participantes avaliou, no questionário, como sendo uma ótima maneira de se trabalhar o conteúdo de Química, neste caso Pilhas elétricas (figura 01). De acordo com os alunos, o assunto foi melhor entendido graças a prática experimental alternativa (Figura 02), que os possibilitou associar o conteúdo abordado com situações do seu dia a dia. “...o limão não é só limão, vejo que podemos usá-lo com outras propriedades, como para gerar energia”, comentou um deles. “Usamos energia para várias coisas na nossa casa”, afirmou outro. “A energia está em tudo que fazemos. As pilhas, baterias... O experimento nos mostrou como ocorre a geração de energia”, tais depoimentos indicam que somente o uso da teoria torna o processo de ensino-aprendizagem menos eficiente. Portanto, se faz necessário o rompimento do método tradicional de ensino, para que a construção de conceitos acerca do assunto estudado se torne mais eficiente (MAIA et al., 2009).

Figura 1

Avaliação do assunto trabalhado em sala de aula a partir dos experimentos alternativos.

Figura 2

Alunos realizando aula prática.

Conclusões

Admite-se que a experimentação e a contextualização são importantes metodologias para as relações de ensino e aprendizagem, uma vez que estas proporcionam ao aluno uma íntima interação com o objeto estudado, tornando-o protagonista da sua ação educativa. Além disso, a reutilização de materiais alternativos e acessíveis, implica em uma melhor assimilação dos conteúdos, pois desperta um maior interesse do educando. Desta maneira, acredita-se que não é tarde para mudar o lastimável quadro do ensino de Química, em nosso país, para tal se faz necessário a criação de novas metodologias.

Agradecimentos

À Escola Estadual de Ensino Médio Ademar Nunes de Vasconcelos por ceder seu espaço para realização deste trabalho.

Referências

ATKINS, P.ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto alegre: Bookman, 2001. Cap.12, p.603-635.

MAIA, J. O. et al. Maresia: uma proposta para o ensino de eletroquímica. Química Nova na Escola, vol. 31, n° 3, p. 190-197, 2009.

OLIVEIRA, C. A. L. de; SILVA, T. P. da. Aplicação de aulas experimentais de Química com materiais alternativos a partir de sucatas e materiais domésticos no Ensino de JOVENS E ADULTOS (EJA). In: ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA/ UEPB, 2012, Campina Grande - PB. Anais eletrônicos... Campina Grande: UEPB, 2012.

Patrocinadores

CAPES CNPQ FAPESPA

Apoio

IF PARÁ UFPA UEPA CRQ 6ª Região INSTITUTO EVANDRO CHAGAS SEBRAE PARÁ MUSEU PARAENSE EMILIO GOELDI

Realização

ABQ ABQ Pará