ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
dos Santos Dias, I. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; dos Santos Pires, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; de Lima Campos, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Brito Pantoja, H. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)
Resumo
Objetivou-se com este trabalho realizar a análise dos jogos desenvolvidos para o ensino ciência na perspectiva inclusiva de discentes surdos como instrumento de ensinagem na construção de conceitos químicos. Verificou-se que jogos pesquisados não são maioria que utilizaram a libras como elemento inclusivo, entretanto aplicaram o apelo visual. Em sua grande maioria marcam-se pela abordagem que privilegiam a memorização. Dentre os conteúdos mais abordados foram Funções Orgânicas e Inorgânicas e Tabela Periódica. E todos foram direcionados para aplicação em sala regular.
Palavras chaves
Lúdico; Surdez; Funções Inorgânicas
Introdução
A surdez foi eleita como a principal responsável pela suposta dificuldade de aprendizagem dos surdos. Hoje sabe-se que esta dificuldade refere-se ao modelo de ensino-aprendizagem ouvintista. Este modelo elencaria os insucessos escolares e a limitação linguísticos e cognitivos daqueles desprovido de audição (OLIVEIRA, 2003; DIAS, 2007). É habitual encontrarmos discentes surdos, inseridos em salas regular onde à metodologia de ensino utilize somente o uso da língua portuguesa, alavancando ainda mais a diferença linguística entre surdos e ouvintes. Concernente ao ensino de ciências para discentes surdos, especificamente ao ensino de química. Sousa e Silveira (2008) apontam alguns entraves encontrados no ensino de química, por exemplo, a ausência de materiais didáticos direcionado para o atendimento aos surdos em suas especificidades. Diante disto, devem-se assumir novas concepções de educação para alunos surdos. O ensino para surdos precisa estar pautado na utilização de instrumentos em que privilegiem recursos visuais, ferramentas visuais adequadas e recursos pedagógicos adaptados em que os alunos surdos possam ter acesso a uma educação de qualidade. (QUADROS; SCHMIEDT, 2006).A fim de avaliar a respeito da temática de ensino de química na educação de surdos envolvendo jogos foi realizado um levantamento. Esta pesquisa visa o levantamento bibliográfico dos jogos já propostos para o ensino de química na perspectiva inclusiva de discentes surdos como instrumento de ensinagem na construção de conceitos químicos. E a fim de contribuir neste sentido elaborou-se o jogo Memória Química Bilíngue, considerando a libras (Língua de sinais Brasileira).
Material e métodos
Este trabalho trata-se uma pesquisa exploratória de caráter bibliográfica e descritiva, constituída de artigos científicos e livros acerca da temática. E para levantamento do material foram realizadas buscas nos principais Periódicos Nacionais de Ensino de Ciências. E bem como anais de eventos relacionados com o ensino de Química.
Resultado e discussão
Em sua grande parte os jogos apresentados marcam-se pela abordagem nos temas
que privilegiam a memorização. E utilizam materiais de baixo custo. Dentre
os conteúdos mais abordados foram Funções Orgânicas e Inorgânicas e Tabela
Periódica, sendo que o público alvo para a maioria dos trabalhos são alunos
de Ensino Médio (EM). E direcionado para aplicação em sala regular. Em nossa
análise verificamos trabalhos que são cópias de jogos já publicados,
diferenciando apenas o conteúdo explorado.
Os jogos verificados não são maioria que utilizaram a libras como elemento
inclusivo, porém aplicaram o apelo visual para orientar o discente surdo.
Propomos um material que vinculasse a questão da inclusão e a
ludicidade, atendendo a especificidade linguística do discente surdo, não
somente explorando o aspecto visual, orientando – os também quanto à língua
portuguesa e Libras (datilologia).
A escolha do conteúdo de Funções Inorgânicas se deu por entendermos
que o conteúdo é parte fundamental do entendimento sobre diversas
substancias ligadas ao no cotidiano, sendo necessário conhecer os riscos que
algumas oferecem e aplicação nas diversas áreas, como na medicina e na
indústria.
O Jogo proposto, que aqui denominamos de Memória Química Bilíngue,
segue as regras tradicionais de um jogo de memória, entretanto, em vez do
aluno correlacionar duas imagens iguais, ele deverá fazer a associação da
fórmula estrutural de uma substância inorgânica (primeira carta do par) com
sua nomenclatura (segunda carta do par). Objetivo do jogo é orientar na
construção do conhecimento que associa as fórmulas dos compostos químicos
inorgânicos a sua nomenclatura correta, o reconhecimento das funções
inorgânicas (ácido, sal, base e óxido) e a aplicação cotidiana destes
compostos.
Conclusões
A publicação de trabalhos sobre jogos no ensino de Química com a perspectiva inclusiva tem crescido. As regiões brasileiras que mais publicaram artigos nesta temática foram às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. As modalidades de jogos diversificam-se em: Bingos, Caça-Palavras, Cruzadas, Jogos de tabuleiro, Jogos de Cartas e Quebra-Cabeça e outros. Observamos a preocupação maior em utilizar os jogos com o objetivo de memorização. Constata-se também que a maioria foram destinados para o Ensino de Química no nível médio.
Agradecimentos
Referências
SOUSA, S. F. S.; SILVEIRA, H. E. S. Terminologias Químicas em Libras: A Utilização de Sinais na Aprendizagem de Alunos Surdos. Química Nova na Escola, v. 33, n. 1, p. 37-46, fevereiro. 2011.
Quadros, R. M. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.
Quadros, R. M.; SCHMIEDT, M. L. P. (2006). Ideias para ensinar português para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP.
VIANA, F.R.; BARRETO, M.C. A construção dos conceitos matemáticos na educação de alunos surdos: o papel dos jogos no processo de ensino e aprendizagem. Anais. In: XIII Conferência Interamericana de Educação Matemática – CIAEM. Recife, Brasil, 2011. Disponível em < http://www.gente.eti.br/lematec/CDS/XIIICIAEM/artigos/1560.pdf>, acesso 10 novembro 2014.