ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Costa Figueira, (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Lucena de Sales, A. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Barbosa Andrade, E.M. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Moreira Braga, E. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Silva de Souza, V. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Mendes da Costa, M. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Salgado Pinto, L. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Furtado dos Anjos Oliveira, L. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Rodrigues Lacerda, S. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Castilho Miranda, P. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ)
Resumo
É importante tornar a ciência Química mais próxima do aluno como uma fonte de estudo se mostre mais agradável. Assim, este tem como objetivo apresentar uma nova abordagem para o ensino de Química no contexto dos alunos baseada na literatura de cordel, fazendo com os alunos desenvolvam a capacidade de interpretar alguns conceitos químicos ligados ao seu cotidiano. A pesquisa foi realizada na Escola Estadual Maria do Carmo, Macapá/AP, numa turma de 3º ano do ensino médio, com 35 alunos. As técnicas para a coleta de dados foram questionários e observações. Os resultados evidenciaram as dificuldades do ensino de química no ensino médio e pode-se observar que a prática da elaboração de cordéis somados ao apoio teórico dos assuntos de química facilitou o entendimento e interação dos alunos.
Palavras chaves
Cordel; Metodologia diferenciada; Ensino de Química
Introdução
A qualidade da educação pública no Brasil é deficiente e quando se fala a respeito do ensino das disciplinas de ciências exatas, fica mais evidente o quão deficitário é o ensino no país. No contexto educacional no que diz respeito à ciência química, há uma grande lacuna na aprendizagem dos alunos do ensino médio, para isso os professores têm que usar metodologias diferenciadas para que haja uma aprendizagem significativa. De acordo com o autor Ausubel apud (1963, p. 58), a aprendizagem significativa é o mecanismo humano, por excelência, para adquirir e armazenar a vasta quantidade de ideias e informações representadas em qualquer campo de conhecimento. Para que isso aconteça os professores podem usar mecanismos que facilitem no entendimento do ensino da química, para muitos estudantes a química é de difícil compreensão, e talvez sejam uns dos motivos para que muitos desses estudantes não se interessem em aprender essa ciência, não percebendo a importância dessa disciplina no seu dia a dia. Com essa problemática viu-se a importância de tornar a ciência Química mais próxima do aluno como uma fonte de estudo prazerosa e que se mostre agradável, podendo-se aprender essa ciência ouvindo cordéis e, talvez, melhorando a qualidade de ensino. Segundo Costa (2010), cordel é um tipo de poesia popular ou gênero textual que está situado numa rede de comunicação humana. Sendo assim, questionou-se se pode ser significativo o uso da literatura de cordel no ensino da química como um método diferenciado de ensino, possibilitando ao professor sair do método tradicional, para uma nova metodologia que chame a atenção de seus alunos e que desenvolva a capacidade de interpretar alguns conceitos químicos que estão diretamente ligados ao seu cotidiano.
Material e métodos
A pesquisa foi descritivo-qualitativa do tipo estudo de caso etnográfico no sentido proposto por Lüdke e André (1986), pois busca a interpretação e a descoberta do fenômeno, de forma holística, isto é, levando em consideração o todo da situação e suas interações e influências recíprocas, tendo como principal fonte de dados o seu acontecer em seu ambiente de “significados” culturais e natural dos alunos. Foi realizado por acadêmicos de licenciatura em química do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Amapá e aplicado em uma turma de 3º ano do ensino médio com 35 alunos, entre 15 e 18 anos, na Escola Estadual Maria do Carmo na cidade de Macapá/AP. No primeiro momento aplicou-se um questionário com 10 questões simples para o diagnóstico a respeito das defasagens referentes à disciplina de Química no Processo de ensino-aprendizagem dos alunos, posteriormente fez-se a realização da leitura de cordéis contextualizados e elaborados por outros autores sobre modelos atômicos, tabela periódica, ligações químicas e hidrocarbonetos. Por fim, foi proposto que os alunos escrevessem seus próprios cordéis em cima do modelo trabalhado, sendo que deveriam conter alguns assuntos específicos da química como ligações químicas, modelo atômico e elementos químicos relacionados com os questionários que passamos. Foram aplicadas as técnicas de coleta de dados a partir dos resultados do questionário, observações e indagações orais após a elaboração dos cordéis.
Resultado e discussão
Mensurou-se o nível de conhecimento dos alunos a partir das respostas do
questionário, os dados apontaram para um elevado índice de desconhecimento
por parte dos alunos sobre a química, seus conteúdos e até em relação a
importância dessa ciência em sua vida prática. Nas questões aplicadas, 98%
dos alunos não obtiveram êxito nas respostas, não sabendo o que escrever ou
até deixando em branco. De acordo com Chassot (2004), a química da forma que
é trabalhada no ensino médio é considerada uma ciência esotérica, assim o
desinteresse somado com o ensino defasado em química, resultou em alunos com
pouco ou quase nada de conhecimento de conteúdos básicos. Em relação aos
cordéis produzidos, uma equipe apresentou oralmente e as demais sentiram
sutis dificuldades em escrever e ler os cordéis. Segundo os alunos,
aprenderam pouco nos anos anteriores, achavam a disciplina de difícil
compreensão e entediante. Entretanto, a visão sobre a disciplina mudou
através da prática trabalhada. Com a ajuda dos acadêmicos os alunos puderam
elaborar corretamente seus próprios cordéis. Notou-se que eles se
demostraram mais interessados e envolvidos com a aula e as temáticas
anteriormente propostas, mesmo sem muito conhecimento sobre elas. De acordo
com Alves (2008), abordar a presença da literatura de cordel em sala de aula
implica refletir, entre outras coisas, sobre as concepções de leitura e
ensino postos em prática no cotidiano das escolas. Sabe-se que a química,
aparentemente é uma matéria complexa de ser estudada, porém há métodos e
técnicas para facilitar os estudos voltados para essa ciência. Assim, pode-
se observar que a metodologia diferenciada facilitou o entendimento e
interação dos alunos, neste caso, somou-se o cordel na aprendizagem dos
alunos submetidos a prática e apoio teórico.
Conclusões
Observou-se que ao submeter alunos à escrita de novos cordéis com assuntos básicos da química, o processo de ensino-aprendizagem se tornou mais eficaz, resultando uma nova perspectiva por partes dos alunos a respeito da disciplina. Notou-se que os alunos tiverem uma maior interação e compreensão após a prática utilizada na execução da aula, evidenciando que a utilização de metodologias diferenciadas auxilia no melhor aprendizado por parte dos alunos.
Agradecimentos
Referências
ALVES, R. M. Literatura de cordel: por que e para que trabalhar em sala de aula. Revista Fórum Entidade. vol 4 .p. 103-109, 2008.
AUSUBEL, D.P. The psychology of meaningful verbal learning. New York, Grune and Stratton, 1963.
CHASSOT, A. Para que(m) é útil o ensino?. 2.ed. Canoas: Ed. ULBRA, 2004.
COSTA, P. P. M. A contribuição do Cordel no processo de aprendizagem de alunos do 9º ano na Escola Pública Municipal De Novo Lino. V Encontro de Pesquisa e Educação em Alagoas, 2010.
LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, E.P.U., 1986.