ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Sousa, R.L. (IFRN) ; Fonseca, A.B. (IFRN) ; Lopes, S.R.G. (IFRN) ; Lopes, B.G. (IFRN) ; Filho, P.A.L. (IFRN)
Resumo
O exercício da criatividade nas técnicas de ensino é a ferramenta fundamental na eterna busca de uma aprendizagem motivadora no estudo de Química. A partir disso, o objetivo desta pesquisa é desenvolver os conhecimentos dos alunos através da utilização do jogo lúdico Errando e Aprendendo. A metodologia desta pesquisa foi a aplicação do jogo com estudantes da terceira série do ensino médio de uma escola estadual do Município de Açu/RN. Logo, realizou-se uma pesquisa com os alunos a partir de uma pergunta objetiva sobre o jogo, buscando saber se essa metodologia de ensino estimulou a desenvolver mais conhecimentos diante dos erros. Os resultados mostraram um desenvolvimento cognitivo dos alunos através da observação criteriosa entre definições errôneas e corretas de determinados conceitos.
Palavras chaves
Erros; Conceitos; Motivação
Introdução
Muitos são os estudiosos que acreditam numa pacífica convivência dos professores com os erros conceituais apresentados pelos alunos. Tal convivência pode ser realizada através da discussão do tema de uma forma simples e direta, sedimentando nesses alunos a concepção de que o “erro” é um evento totalmente normal no processo cognitivo, mas que necessita de uma abordagem crítica, investigativa, objetivando mitigá-lo ou mesmo eliminá-lo. Essa atitude pode significar um importante passo no processo da construção do conhecimento. Quando essa técnica é executada numa perspectiva lúdica – principalmente num jogo divertido e desafiante - podemos trilhar um caminho bem mais prazeroso na busca de atingir nossos objetivos pedagógicos. Várias são as correntes da psicologia e da pedagogia que dissertam sobre a importância dos jogos no processo de aprendizagem. Piaget (1975) graduava essa atividade em quatro estruturas que se sobrepõem: exercício, simbolismo, construção e regras. Kamii (1978) sua aluna e colaboradora, lista como itens importantes nesse processo lúdico a proposição do desafio, a possibilidade de auto avaliação e a participação integral dos envolvidos no jogo. Dentre as estruturas propostas por Piaget podemos destacar as “regras”, que exercem uma função essencial no processo cognitivo de organização das ações e das ideias, pois restringem as opções e propõem desafios no qual as soluções possíveis dos problemas ocorrem apenas dentro daquele limite espacial. Com isso, o objetivo principal desse trabalho é abordar uma formação escolar diante de situações de erros dos alunos, tanto na questão conceitual teórica, como nas situações de aplicação prática.
Material e métodos
A pesquisa foi realizada em uma escola estadual do Município de Açu/ RN com a turma da 3ª série do ensino médio, com o total de quinze alunos sendo seis do sexo feminino e nove do sexo masculino com idade entre 17 e 29 anos. Dividiu-se a turma em três equipes no qual receberam cartões com perguntas e respostas sobre os conteúdos de Química. Sorteou-se a ordem das equipes e entregou-lhes os cartões com as questões onde cada equipe tentava responder corretamente cada um desses questionamentos e, ao mesmo tempo, com bastante criatividade induzia a outra equipe ao erro nas suas respectivas respostas. A primeira equipe fez a pergunta para as outras equipes, em seguida foi feita a leitura de todas as respostas escritas nas letras “A”, “B”, “C”, “D” do cartão, inserindo também a resposta correta no meio delas, tendo o cuidado de efetuar a leitura da resposta no mesmo tom de voz para não denunciar a resposta correta. Cada equipe teve três minutos para discutir internamente e elaborar uma resposta ERRADA, mas CONVINCENTE e escreveram a resposta num papel e entregaram à equipe que efetuou a pergunta. Logo cada equipe teve dois minutos para discutir internamente, escrever a letra da resposta que entendeu como sendo a CORRETA e entregá-la. Ao receber todos os papéis foi revelada a letra da resposta correta e efetuada a contagem dos pontos, atribuindo 1 ponto para a equipe que acertou, acrescido de 1 ponto para cada vez que recebeu de outra equipe a sua resposta ERRADA como correta e iniciou-se a segunda rodada de perguntas na ordem do sorteio inicial. No final contaram-se os pontos por equipe e declarou-se a equipe vencedora. Logo, fez-se uma pergunta objetiva com os alunos, buscando saber se o jogo desenvolveu mais conhecimentos diante dos erros e 80% responderam sim e 20% não.
Resultado e discussão
O jogo lúdico descrito no presente trabalho apresentou-se um importante
potencial de flexibilidade, pois se utilizou cartões que foram
confeccionados na própria escola, na perspectiva da necessidade de material
de uso rotineiro como caneta e papel, que além de baixíssimo custo de
utilização, pode ser adaptada para outros níveis de ensino formal e por
outras disciplinas. Com isso a metodologia demonstrada nesse trabalho
constatou-se o grau de aprendizagem dos alunos a partir do jogo lúdico
errando e aprendendo, de maneira dinâmica e interativa através dos erros dos
alunos na tentativa de buscar soluções com os seus conhecimentos
preexistentes. Bucker (2014, p.1) afirma que: “[...] O erro pode ser
colaborativo. O acerto também” e Pinto (2000, p.37) explorando um pouco
dessa temática argumenta que “Os erros contêm um potencial educativo que
precisa ser mais bem explorado, não apenas pelos professores, como também
pelos próprios alunos”.
Figura 1. Cartão contendo pergunta sobre Química Orgânica.
Figura 2. A metodologia de ensino através do jogo lúdico “Errando e Aprendendo” lhe estimulou a desenvolver mais conhecimentos através dos erros?
Conclusões
Ao final do desafio do jogo lúdico, os estudantes conseguiram realizar uma criteriosa análise dos conteúdos químicos, através da perspectiva erro/acerto, encontrando argumentos que fomentaram as discussões temáticas, elencando mais um aspecto motivacional no processo de aprendizagem.
Agradecimentos
Agradecemos primeiramente a Deus pelas bênçãos nos concedidas e ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, IFRN/Campus Macau.
Referências
BUCKER, C. A Importância do erro no aprendizado. Disponível em: < http://rescola.com.br/a-importancia-do-erro-no-aprendizado/> Acesso em: 23 Ago. 2015.
KAMII, C. A teoria de Piaget e a educação pré-escolar. Lisboa, Instituto Piaget, 1978.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1975.
PINTO, N. B. O Erro como Estratégia Didática: Estudo do erro no ensino da Matemática elementar. Campinas, SP: Papirus, 2000.