ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Barbosa Andrade, E.M. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Lucena de Sales, A. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Costa Figueira, (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Silva Damasceno, J. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Souza Almeida, N. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Cardoso Balieiro, Z. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; de Carvalho Lopes, D. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Pimentel Coelho, J. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; dos Santos Assunção, M. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ) ; Rodrigues Lacerda, S. (INSTITUTO FEDERAL DO AMAPÁ)
Resumo
Este trabalho apresentou como objetivo favorecer a aprendizagem de química, aos alunos do 3ºano do curso técnico de redes de computadores na forma integrada do Instituto Federal do Amapá/Campus Macapá, de maneira diferenciada, tornando-a mais atrativa e divertida, pensando e explicando o cotidiano através da utilização da tecnologia da informação e comunicação (TIC). Foi utilizado como recurso tecnológico o blog, o qual foi produzido e alimentado com informações por grupos de alunos. Os alunos realizaram paródias, tirinhas, telejornal para aproximar os conceitos químicos do dia a dia. Os resultados demonstraram que os estudantes se envolveram mais com a disciplina e, perceberam a íntima relação dos conteúdos estudados com o cotidiano.
Palavras chaves
Blog; Ensino de química; Cotidiano
Introdução
A presença das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) em nossas atividades tem-se tornando uma necessidade; sobretudo os jovens estão cada vez mais fazendo uso dos recursos que essas tecnologias oferecem. No entanto, ás vezes é difícil para os jovens estudantes saberem o momento utilizar essas tecnologias em sala de aula e, isso pode se tornar um problema para o docente no processo de ensino. Dentre vários recursos das TIC’s, em prol da aprendizagem, pode-se usar o blog com um recurso no processo ensino-aprendizagem. Segundo Pontes e Filho (2011, p. 1477) blog é: “Uma ferramenta advinda da chamada Web 2.0, tida como uma evolução da estrutura da internet que visa uma ampla participação dos usuários da rede por meio de canais colaborativos, nos quais eles podem atuar como emissores e produtores de conteúdo, estimulando a autoria, a interatividade e a socialização”. O uso de blog de forma bem planejada pode favorecer o processo de aprendizagem dos estudantes utilizando a química como meio na formação cidadã dos estudantes. Nunes e Adorni (2010) faz referência ao posicionamento dos alunos quando trata-se de estudar química; como algo distante e sem nenhuma relação com sua vida; logo os conteúdos tornam-se desinteressantes. Isto convida-nos a uma reflexão da maneira de ensinar, pois desta forma o ensino está sendo feito de forma descontextualizada e não interdisciplinar. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo aprender química de maneira diferenciada, tornando-a mais atrativa e divertida, pensando e explicando o cotidiano através da utilização da tecnologia da informação e comunicação.
Material e métodos
A pesquisa foi realizada com 37 alunos do 3º ano do Ensino Médio Integrado do Curso de Redes de Computadores no Instituto Federal do Amapá/Campus Macapá. Os alunos foram divididos em grupos para produzir um blog, cada grupo com temáticas diferentes. O Blog foi escolhido como ferramenta para ensinar química porque os estudantes tinham uma disciplina técnica, em que a elaboração do blog era uma habilidade a ser construída, essa informação foi socializada no encontro pedagógico pelo professor da disciplina técnica. Os estudantes ficaram animados com a proposta apresentada, pois utilizariam outros espaços, além da sala de aula, como meio na construção do conhecimento. Os blogs foram alimentados com diferentes atividades produzidas por grupos de alunos, tais como: vídeos em formato de paródias e telejornais; tirinhas; construção de moléculas orgânicas; resenha relacionando os compostos orgânicos com o meio ambiente; tutorais de programas de geometria molecular (avogadro; chemsketch). Foi utilizado um questionário para saber a opinião dos estudantes sobre a colaboração (ou não) do blog na aprendizagem. A pesquisa desenvolvida foi do tipo qualitativa pois, segundo Marconi e Lakatos (2006) uma das caraterísticas deste tipo de pesquisa é que traduz em números, opiniões e informações para classificá-los e organizá-los.
Resultado e discussão
O resultado foi bem satisfatório, como observa-se no posicionamento dos
alunos diante dos questionamentos:
Setenta por cento (70%) dos estudantes afirmaram que gostam de química. No
que se refere ao envolvimento na elaboração do vídeo, 70% dos estudantes
afirmaram que gostou de elaborar, as palavras citadas pelos alunos foram
divertida e dinâmica; 22% gostaram pouco.
No que se refere ao questionamento sobre a elaboração do vídeo contribuir na
compreensão da temática proposta 76% afirmaram que sim, 13% relatou que um
pouco e 11% relatou não contribuir para compreender a temática do seu
grupo.
Quando questionados se após a elaboração do vídeo a opinião mudou no que se
refere a gostar de química; 99% mudaram de opinião; segundo os mesmos a
química não é tão chata como parecia e está presente no dia a dia deles.
Como demostra um relato de um dos estudantes; “antes eu enxergava a química
como algo paranormal, de outro mundo, impossível de se aprender com o vídeo
isso mudou”.
No que se refere as dificuldades apresentadas para a elaboração do vídeos os
estudantes relataram que foram questões sobre edição de vídeo. Os demais
estudantes relatam a timidez, organização do tempo e o calor.
Os estudantes utilizaram os seguintes recursos tecnológicos para elaboração
dos vídeos: celular (68%), câmera digital (38%), microfone (24%), fone de
ouvido (14%), computador ( 43%), os editores citados foram: Sony Vegas- 30%,
After efecttr- 8%, Viva vídeo-5%, Cantasia Studio-8%.
Segundo Carvalho (2010), as abordagens educacionais que utilizam tecnologias
de informação devem enfatizar reflexões sobre as novas descobertas dos
alunos, produções e dificuldades, respeitando os momentos de apropriação,
internalização e produção individual de cada aluno, conforme as preferências
de aprendizagem.
Conclusões
Quando colaboramos com a formação cidadã dos estudantes de forma efetiva percebemos que a química é um meio e não um fim nesta formação que é sempre continuada. Quando as TIC’s são utilizadas com finalidades estabelecidas é um ótimo recurso no processo de ensino aprendizagem. Isso é refletido nas mais de doze mil visualizações no YouTube da paródia “Compostos orgânicos e inorgânicos”, produzida com base no vídeo clipe da música Sorry, de Justin Bieber, pois tem despertado o interesse e/ou curiosidade de outros estudantes.
Agradecimentos
Referências
CARVALHO, F. C. A. de. Tecnologias que educam: ensinar e aprender com tecnologias da informação e comunicação. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
MARCONI, M. de A. e LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
NUNES, A. S. ; ADORNI, D.S . O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos.. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010, Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.
PONTES, R. L. J.; FILHO, J. A. de C. O uso do blog como ferramenta de ensino-aprendizagem por professores participantes do Projeto Um Computador por Aluno (UCA). Anais do XXII SBIE - XVII WIE. Aracaju, 21 a 25 de novembro de 2011.