A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS EXPERIMENTAIS ALTERNATIVOS DE CENTRIFUGAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA EM MACAPÁ-AP

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Oliveira, E.S. (UEAP) ; Dias, M.E.S. (UEAP) ; Neves, P.A. (UEAP) ; Morais, S.S.S. (UEAP) ; Brito, D.C. (UEAP)

Resumo

O objetivo deste trabalho é mostrar como ocorre o processo de separação de misturas por meio do método da centrifugação e viabilizar métodos alternativos para demonstrar este processo em sala de aula, abordando a importância da experimentação no ensino de Química. A investigação iniciou com atividades experimentais de centrifugação no laboratório da Universidade do Estado do Amapá, utilizando uma centrífuga com velocidades à 1000rpm e a 3000rpm, e estende-se com uma oficina que utilizou um método alternativo de centrifugação na Escola Estadual Benigna Moreira Souza. Fez-se o uso dos materiais como areia e água, a fim de aproximar a Química da realidade do educando. Verificou-se que a experimentação investigativa pode estar presente no ensino fundamental.

Palavras chaves

Centrifugação; Experimentação; Ensino

Introdução

Atualmente muitos estudos buscam métodos alternativos que visam facilitar o processo de ensino-aprendizagem de Química, que durante anos ficou centrada no senso comum. Dentre algumas alternativas relevantes para se ensinar Química destacam-se as atividades experimentais como suporte facilitador deste processo. Segundo Fonseca (2001), o trabalho experimental deve estimular o desenvolvimento conceitual, fazendo com que os estudantes explorem, elaborem e supervisionem suas ideias, comparando-as com a ideia científica, pois só assim elas terão papel importante no desenvolvimento cognitivo. Sendo assim, a partir dos conhecimentos sobre tipos de misturas (homogêneas e heterogêneas), bem como métodos de técnicas de separação, viabilizou-se uma técnica simples e acessível aos alunos para que os mesmos possam relacionar as técnicas utilizadas manualmente com o funcionamento de uma centrífuga. Deste modo, o trabalho traz resultados obtidos na aula experimental ocorrida no laboratório de Química da Universidade do Estado do Amapá, apresentando ainda um modelo alternativo para demonstrar e explorar o processo de centrifugação na sala de aula. Chassot (1990) nos adverte que o ensino experimental pode e deve ocorrer dentro de uma realidade de poucos recursos humanos e materiais, desenvolvendo-se, porém, de uma maneira séria buscando a inserção do estudante dentro de toda uma linguagem própria da Química. O trabalho apresenta uma abordagem acerca da centrifugação, e tem como objetivo mostrar como ocorre a separação de misturas através do método de centrifugação e viabilizar métodos alternativos para demonstrar esse processo em sala de aula.

Material e métodos

O procedimento de centrifugação foi realizado no laboratório de Química Geral Experimental da Universidade do Estado do Amapá. Para a prática experimental utilizou-se: 1 centrifuga Sirius 4000, 3 beckeres de 50 mL, 2 pipetas volumétricas de 2 mL, 1 pipetador tipo pera, 1 bastão de vidro, 2 tubos de eppendorf de 1,5 mL, 1 pisseta com água destilada, 2 folhas de papel toalha para cobrir a bancada, solução de K2CrO4 à 0,1M e solução de BaCl2 à 0,1M. Foi adicionado cada uma das soluções em um becker devidamente identificado, posteriormente mediu-se com o auxilio da pipeta 1,5 mL de cada uma das soluções, que foram depositadas no frasco reacional, em seguida foi transferido 1,5 mL da solução resultante da reação química para cada tubo de eppendorf que foram organizados de forma diametralmente para que haja equilíbrio na centrifuga. Ressalta, que foi usada duas amostras da solução, sendo que uma foi submetida a 1000rpm e a outra a 3000rpm, para que seja possível realizar a comparação dos resultados. Posterior à prática em laboratório, realizou-se o experimento de centrifugação na escola que teve como materiais: garrafas PET transparente de 600 mL, fios de barbante, areia fina, baldes plásticos pequenos e água. O procedimento ocorreu com a junção da areia e água em um recipiente plástico para que haja a mistura do sistema. Em seguida, a solução resultante do processo foi depositada na garrafa PET que foi firmemente amarrada no gargalo com o barbante para que fosse possível girá-la vigorosamente.

Resultado e discussão

Como mostra a figura 01, ao submeter à amostra a 1000rpm, ocorreu a separação da mistura ficando em evidência um sistema heterogêneo com duas fases, resultado também ocorrido com 3000rpm, porém com maior consistência, formando um liquido sobrenadante e um sólido insolúvel no fundo do eppendorf. Atkins e Jones (2001), afirmam que numa reação de precipitação forma-se um produto sólido insolúvel quando duas soluções eletrolíticas fortes são misturadas. Após a aula em laboratório, aplicou-se a oficina na escola. No 1° momento: ocorreu a descrição macroscópica do sistema inicial, onde o grupo 1 caracterizou a areia como sólida, granulada, fina e cinza, após fez ainda a descrição da água como líquida, transparente, límpida e incolor. O grupo 2 fez a descrição do sistema com observações semelhantes ao grupo 1, sendo a areia sólida, granulada, fina e bege, já a água apresentou características líquida, transparente, incolor e límpida. O 2° Momento: consistiu-se na descrição macroscópica do sistema final como mostra a figura 2, em que o grupo 1 descreveu o produto apresentando duas fases: uma sólida concentrada no fundo da garrafa e observou que a água mudou de cor, ficou marrom e deixou de ser límpida. O grupo 2 descreveu o produto heterogêneo, partículas sólidas concentradas no fundo da garrafa e líquido um pouco turvo, com algumas partículas escuras flutuando. Na fala comum "menos barrenta" Durante o experimento observou-se que os alunos ficaram atentos e curiosos, o que condiz com Farias, Basaglia e Zimmermann (2009), as atividades experimentais permitem ao estudante uma compreensão de como a Química se constrói e se desenvolve, ele presencia a reação ao “vivo e a cores”. Destaca-se as indagações dos alunos sobre o tratamento da água do rio Amazonas par

Figura 1. Processo de centrifugação no laboratório

figura com fotos do do experimento realizado em laboratório na UEAP.

Figura 2. Método alternativo de centrifugação

imagens da demonstração realizada em sala de aula da educação básica. Experimento envolvendo conceitos de física e química.

Conclusões

Muitos são os desdobramentos da discussão em aula acerca da centrifugação como técnica de separação dos materiais. O trabalho possibilitou a fusão dos conceitos teóricos de química/física com os experimentais para auxiliar na compreensão dos conteúdos. Diante da falta de equipamentos e laboratórios na escola, o professor usa métodos alternativos para ministrar os conteúdos em sala de aula, visto que a experimentação, principalmente quando realizada com materiais simples que o aluno tem condições de manipular e controlar, desperta o interesse do discente e facilita o aprendizado dos conceitos.

Agradecimentos

À UEAP e CAPES através do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica pela oportunidade do profissional do magistério voltar à Universidade e aperfei

Referências

ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5 ed. Porto Alegre: Bookman. 2001.
CHASSOT, A. I. A Educação no Ensino da Química. Ijuí: Editora Unijuí, 1990.
FARIAS, C. S.; BASAGLIA, A. M.; ZIMMERMANN, A. A. Importância das atividades experimentais no Ensino de Química. 1º CPEQUI – 1º Congresso Paranaense de Educação Em Química/A educação de química no Paraná, 1º CPEQUI, 2009, Londrina: Paraná. Disponível em: < http://www.uel.br/eventos/cpequi/Completospagina/18274953820090622.pdf. Acessado em: /25 de Jul de 2016
FONSECA, M. R. M. Completamente química: química geral. São Paulo, 2001.

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