ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Brasil, T.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS) ; Souza, F.C. (SEDUC) ; Rocha, J.A. (UEA) ; Assis Júnior, P.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS) ; Eleutério, C.M.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS)
Resumo
Esta experiência foi desenvolvida no Estágio Supervisionado em uma escola pública no município de Parintins/AM. Foi realizada uma atividade experimental utilizando materiais do cotidiano dos alunos para contextualizar o tema “misturas homogêneas e heterogêneas” na aula de regência. Foram envolvidos nesta atividade professores, estagiários e alunos do 1º ano do Ensino Médio. A turma foi dividida em grupos e cada grupo recebeu um kit diferente para realizar seu experimento. Os resultados serviram como parâmetro de avaliação da aprendizagem e corroboraram que a experimentação no Ensino de Química ainda é uma estratégia didática capaz de suscitar o interesse e a curiosidade dos alunos. Isso justificou a opção por este tipo de prática no contexto da escola campo-estágio.
Palavras chaves
Estágio Supervisionado; Materiais alternativos; Experimentos
Introdução
Os conteúdos da disciplina Química na maioria das vezes são ministrados nos espaços escolares sem uma devida contextualização. Os PCN + (2002) expõem que a contextualização no ensino de ciências deve envolver competências que possibilitem a introdução da ciência e suas tecnologias. Esses mesmos documentos mostram a importância de se abordar os conteúdos disciplinares a partir de temas pelo fato de atender não apenas a linguagem, mas também a investigação (experimentação) e a contextualização. A contextualização dá significado aos conteúdos e facilita a aprendizagem dos alunos. A nosso ver, a experimentação não é apenas uma estratégia didática exclusiva das aulas de laboratório, onde os alunos recebem um roteiro elaborado e cujos resultados já são previamente conhecidos. Não é apenas uma atividade que permite a articulação entre o fenômeno e as teorias contidas nos livros didáticos, mas é uma forma de olhar com outras lentes os conteúdos disciplinares, pois, de acordo com Silva (2007) a contextualização possibilita ao docente ensinar conceitos das ciências ligados à vivência dos alunos. Segundo esta autora ela pode se apresentar como recurso pedagógico ou como princípio norteador da prática docente. Nesta experiência, a experimentação estabeleceu relação entre o conteúdo escolar “misturas homogêneas e heterogêneas” e o contexto do aluno quando foram envolvidos nos experimentos, materiais do dia-a-dia.
Material e métodos
O procedimento metodológico desta experiência foi estruturado da seguinte forma: aula teórica e aula experimental. Na aula teórica foi apresentada a temática “misturas homogêneas e heterogêneas”, relacionando-a com o cotidiano dos alunos. No segundo momento os alunos foram divididos em cinco grupos e cada grupo recebeu um kit com um roteiro previamente elaborado e organizado pelos estagiários. Os materiais foram distribuídos na seguinte ordem: Grupo 01: copo de vidro (reciclado), colher, água, vinagre e areia. Grupo 02: copo de vidro (reciclado), colher, água, serragem e areia. Grupo 03: copo de vidro (reciclado), colher, água, vinagre e sal. Grupo 04: copo de vidro (reciclado), colher, água, óleo e areia. Grupo 05: copo de vidro (reciclado), colher, água, sal, óleo e areia. Após esse procedimento os grupos iniciaram as experiências adicionando as substâncias nos recipientes, observaram e responderam as seguintes questões: a)Qual o tipo de mistura presente no experimento? b)Quantas fases são possíveis visualizar no experimento? c)Qual o processo de separação viável para estes tipos de misturas?
Resultado e discussão
Os dados foram alocados em um quadro para melhor compreensão dos alunos:
Os resultados demonstraram que os alunos do Ensino Médio conseguiram responder as questões “a e b” a partir da observação. Porém, a questão “c” os alunos só conseguiram respondê-la consultando o livro didático e com auxílio dos estagiários. Isso demonstrou a necessidade de maior aprofundamento a respeito dos processos de fracionamento de misturas homogêneas e heterogêneas no 1° ano do Ensino Médio.
Conclusões
De maneira geral, podemos afirmar que a experimentação no Ensino de Química se configura em uma estratégia didática que possibilita a compreensão de fenômenos que se fundamenta em bases teóricas. Em relação à contextualização Pereira et al. (2012) assegura que esta pode proporcionar uma compreensão maior dos conceitos químicos, bem como o desenvolvimento de habilidades e competências, para que o aluno da educação básica possa tomar decisões conscientes, constituem os elementos fundamentais das novas Diretrizes Curriculares Nacionais.
Agradecimentos
Ao Curso de Química do CESP/UEA e aos professores de Química da Escola Estadual Tomaszinho Meireles – Escola campo-estágio.
Referências
BRASIL. PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.
PEREIRA, Júlia Raquel Peterle. O projeto "Vida Saudável" e a contextualização no Ensino de Química. III Jornada do IFES de Iniciação à docência. 2012. (Encontro).
SILVA, Erivanildo Lopes da. Contextualização no Ensino de Química: ideias e proposições de um Grupo de Professores. Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo. Instituto de Química. Depto. Química Fundamental. São Paulo, 2007.