ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Silva, M.C.R. (UFPA) ; Almeida, C.R. (UFPA) ; Martins, A.S. (SEDUC-PA) ; Teixeira, B.J.B. (UFPA) ; Reis, A.F.V.F. (UFPA) ; Marinho, P.S.B. (UFPA) ; Dantas, K.G.F. (UFPA)
Resumo
Neste trabalho foi analisado a eficiência da experimentação como recurso didático para a aprendizagem dos conteúdos de misturas, soluções e polaridade. A pesquisa foi realizada em uma escola pública no município de Belém-PA. Inicialmente, os alunos responderam a um questionário para uma avaliação diagnóstica do conhecimento prévio do referido assunto. Depois foi realizado uma explanação de uma aula. Após a aula teórica sobre o assunto foi executado o experimento “Pomada de andiroba” pelos estudantes. Ao final do experimento, os alunos responderam outro questionário com a finalidade de saber o quanto foi aprendido com a prática e a opinião deles quanto ao recurso utilizado. Nesta pesquisa, as análises dos resultados apontam que a experimentação é eficaz e pode ser aplicada ao ensino.
Palavras chaves
Ensino de Química; Experimentação; Recurso didático
Introdução
O ensino de Química no nível médio ao longo dos anos vem tornando-se um tanto “enfadonho”, cansativo e complicado na visão dos alunos. Essa dificuldade está historicamente relacionada à forma como a disciplina é aplicada em sala de aula. “A forma de ensino na maior parte das instituições, nada mais é do que uma transmissão de matéria, onde o docente apresenta o que está no livro didático e os alunos ouvem e memorizam” (PEREIRA, 2014). Uma das principais características do ser humano é a curiosidade e a necessidade de descobrir os segredos da natureza. Para alcançar esse objetivo, nem sempre a simples observação é suficiente. Por isso, há séculos o homem vem criando experimentos que simulam os fenômenos naturais. A interpretação lógica e criativa dos resultados desses experimentos tem sido um dos pilares do conhecimento científico (USBERCO; SALVADOR, 2000). Para Araújo et al. (2013) “a experimentação é uma ferramenta que contribui para o ensino de Química, pois a mesma é capaz de criar problemas que envolvam a contextualização e investigações de diversos conteúdos”. Nesta perspectiva e diante dos aspectos positivos que uso da experimentação como recurso didático pode proporcionar ao ensino, este trabalho teve como objetivo analisar a eficiência da experimentação como facilitadora do ensino dos conteúdos de misturas, soluções e polaridade.
Material e métodos
A pesquisa foi realizada na escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Frei Daniel localizada no município de Belém-PA com alunos de turmas do EJA (Educação de Jovens e Adultos) do turno da noite nos meses de setembro e outubro de 2015 (total de oito aulas de 40 min cada). Em um primeiro momento, os alunos responderam ao primeiro questionário com questões voltadas ao conteúdo de Química proposto na atividade com o intuito de obter informações do quanto de conhecimento estes alunos tinham a respeito do assunto. No segundo momento, os alunos participaram de uma aula com a explanação do conteúdo. No terceiro momento, foi feito pelos alunos o experimento intitulado “pomada de andiroba” onde foram utilizados material alternativo como gordura vegetal, óleo de andiroba e aromatizante comercial para a produção da pomada. Após o experimento, os alunos foram submetidos novamente a um questionário com perguntas referentes ao conteúdo e ao experimento proposto com a finalidade de extrair o quanto foi aprendido, bem como a opinião dos alunos.
Resultado e discussão
Após a aplicação do primeiro questionário para os alunos foram obtidos os
resultados do Gráfico 1, onde mostra que o percentual de erros das questões
por aluno foi superior (54%).Essa avaliação diagnóstica é justificada por
Silva (2013), que diz que toda forma de ensino-aprendizagem deve ser
centrada no aluno, que é o principal objeto de estudo. O Gráfico 2 mostra as
respostas dos alunos obtidas no segundo questionário ao final da aplicação
do experimento. Pode ser observado um resultado positivo com um percentual
de acertos superior (92%). Este resultado é reflexo do interesse dos alunos
pela prática. Isso está de acordo com o que ressalta FRANCISCO et al.
(2008), ao qual afirma que as atividades experimentais estimulam o interesse
dos alunos em sala de aula e o engajamento em atividades subsequentes. Foi
perguntado também a opinião dos alunos quanto a contribuição da
experimentação para o aprendizado, onde foi observado que 100% dos alunos
disseram que o experimento contribui para o melhor entendimento do conteúdo.
Percentual de erros e acertos sobre o conteúdo antes do experimento (1º questionário).
Percentual de erros e acertos sobre o conteúdo proposto após o experimento (2º questionário).
Conclusões
De acordo com as análises realizadas, os resultados obtidos com os questionários aplicados e comparando o desempenho dos alunos antes e após a prática experimental pode- se afirmar que, nesta pesquisa, o uso de experimentos é eficiente como recurso didático no auxílio para aprendizagem de Química.
Agradecimentos
A CAPES (PIBID/Química/UFPA) e a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Frei Daniel.
Referências
ARAÚJO, M. L. M.; SANTOS, J. A. M.; SANTOS, C. S.; ALMEIDA, C. L.; PEREIRA, A. F. K. D.; SILVA, R. O.; ARAÚJO, F. T. S.; Neto, M. H. L. A Utilização da experimentação no ensino de Química como forma de analisar o Potencial Hidrogeniônico do solo do Açude Boqueirão do Caís em Cuité-Paraíba. 2013. 1 p.
FRANCISCO JUNIOR, W. E; FERREIRA, L. H; HARTWIG, D. R. Fundamentos Teóricos e Práticos para a Aplicação em Salas de Aula de Ciências. Química Nova na Escola, n° 30, p. 34-41 novembro 2008.
PEREIRA, J. T. A inserção de jogos didáticos na formação de graduandos em Química da UEPB-Campos de Patos. 2014, 69f. Trabalho de conclusão de curso- (graduação em Química)- Universidade Estadual da Paraíba, 2014. 17 p.
SILVA, S.G. As principais dificuldades na aprendizagem de Química na visão dos alunos do ensino médio. IX Congresso de Iniciação Cientifica do IFRN, 2013, 2 p.
USBERCO, J; SALVADOR, E. Química. Volume único. 4ª ed. Editora saraiva. São Paulo. 2000.