ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Mendes, A.M.S. (UNILAB) ; Silva, A.M. (UECE) ; Evangelista, L.F. (EEMMP) ; Queiroz, M.M. (EEMMP) ; Sousa, S.A. (EEMMP) ; Sousa, M.V.S. (EEMMP) ; Silva, F.R.S. (EEMMP) ; Lima, G.P. (EEMMP) ; Lopes, J.A. (EEMMP) ; Mendes, E.M.S. (FAK)
Resumo
A tabela periódica lúdica foi baseada na dificuldade que os alunos sentem nas aulas de química-coletada em questionários, pois, segundo estes, manter o foco em uma disciplina complexa é difícil, ainda mais com todos os recursos que eles têm à sua disposição, como por exemplo, o aparelho celular. Pensando nesse fato, percebeu-se que trazer a tecnologia para classe poderia causar entusiasmo e atenção dos alunos ao conteúdo em questão, dando-lhes uma aula mais dinâmica, e, para isso, foi utilizada a metodologia com o aplicativo leitor de códigos (QR code). Portanto, notou-se que, ao trazer esse tipo de recurso para a aula, trouxe um grande benefício, afinal, auxiliou tanto o professor quanto o aluno, pois, foi notório o melhor rendimento, dos alunos com maior dificuldade.
Palavras chaves
Tabela periódica ; QR Codes ; Ensino em Química
Introdução
O processo de ensino/aprendizagem desafia o professor a buscar conhecimentos e dedicação em sua prática pedagógica, exigindo novos métodos que visem o repasse dos conteúdos ministrados de forma dinâmica, por meio da tecnologia que se encontra com intensa presença na vida dos jovens, dando-lhes facilidade para buscar conhecimentos. Atualmente, a tecnologia tem desafiado os docentes na utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação Móveis e sem Fio (TIMS) na sala de aula, no intuito de minimizar o déficit de aprendizagem pela falta de atenção. Dentre as disciplinas prejudicadas devido à complexidade e utilização de metodologias restritas ao pincel/lousas estão as Ciências Exatas (Química, Física e Matemática). A inserção das TIMS em sala é uma opção indispensável de ensino para adotar uma postura participativa, criando entre o professor/aluno a comunicação que facilita o conteúdo ministrado. Bento e Cavalcante (2013) cita que entre as TIMS, temos o celular, um aparelho popular, com aplicativos que podem ser utilizados em sala de aula como recurso pedagógico. O professor precisa ter consciência de que os celulares viraram rotina no ambiente escolar e faz-se necessária a utilização como metodologia didática em classe. Com isso, o trabalho efetuou uma investigação sobre a utilização dos celulares como suporte no ensino químico, tendo a tecnologia dos QR Codes (códigos lidos pelos celulares) como enfoques. Para isso, foi desenvolvida uma tabela periódica lúdica, na qual se encontra apenas o símbolo do elemento e, ao lado, um código que consta as informações deste, uma vez escaneado pelo celular que possua câmera digital e software de leitura para QR Code, o conteúdo é decodificado no visor do celular. Tal proposta pode ser aplicada na aula de química do Ensino Médio.
Material e métodos
A tabela periódica é um mecanismo essencial para o conhecimento científico. O seu estudo, dentre os conteúdos de Química, é relevante por trabalhar características e tendências dos átomos, destacando as propriedades dos elementos e seus compostos que se formam com suas combinações. Segundo Tolentino, Rocha-Filho e Chagas (1997), a Tabela Periódica, como sua própria denominação apresenta, foi um modo encontrado para classificar os elementos químicos de acordo com suas propriedades periódicas, e essa organização pode ser usada tanto como guia de pesquisas quanto como importante instrumento didático. A criação da tabela periódica agregada às tecnologias de QR Codes se deu através de pesquisas quantitativas e bibliográficas sobre novas alternativas metodológicas de ensino, utilizando propostas de atividades didáticas com celulares. A tabela periódica lúdica feita de madeira leve é composta por um tabuleiro contendo 118 cubos (dimensões 07 cm x 07 cm); cada cubo contendo na face superior o símbolo do elemento químico e um código (ver fig. 1), no qual constam informações do elemento, que quando escaneado pelo celular que possua câmera digital, além de um aplicativo de leitura de códigos, o conteúdo é decodificado no visor do celular (ver fig. 2). Vale ressaltar que aplicativos de decodificação estão em lojas de aplicativos online como o Play Store. A proposta da utilização da tabela periódica lúdica foi lançada para 3 professores de química e 50 alunos do ensino médio na escola estadual de Pacoti - CE, nos turnos manhã/tarde, mostrando que é possível sair do método didático tradicional para algo mais autônomo e dinâmico como o recurso do aparelho celular, instigando o aluno ao método científico, assim, diminuindo a aversão por conteúdos de química como a tabela periódica.
Resultado e discussão
Através dos questionários aplicados aos 50 alunos entre as salas de 1° a 3°
série do ensino médio, foi possível analisar que, em questão de rendimento
na disciplina de química, 28,7% afirmam ser bom; 41,2% regular e 30,1% ruim.
Os 30,1% que representam o rendimento ruim dizem ter dificuldade na
disciplina por ter conteúdos complexos e restritos ao pincel e à lousa, sem
uma contextualização mais dinâmica que estimule sua atenção. Após a inserção
da tabela periódica lúdica em sala de aula, houve um decréscimo de 4,9% dos
alunos que se consideravam com dificuldades na disciplina. A tabela 1
apresenta o nível de dificuldade do manuseio desse recurso tecnológico. O
fator determinante de dificuldade questionado em relação ao manuseio foi a
instalação do aplicativo de leitura do QR Code, porém a escola
disponibilizou acesso wi-fi para facilitar a execução do projeto, contanto
que acontecesse o bloqueio a outros aplicativos irrelevantes para a aula.
Nesse contexto, é notório o entusiasmo dos alunos por aulas mais
dinamizadas, tornando as aulas menos monótonas, além de criar uma relação de
comunicação entre aluno e professor facilitando o ensino/aprendizagem.
Tabuleiro da Tabela Periódica e Introdução do Aplicativo
Nível de dificuldade do manuseio da tabela periódica lúdica
Conclusões
Com base nos dados coletados em pesquisas, percebe-se que os resultados foram relativamente bons, pois foi notória a demonstração de interesse dos alunos com o uso da tecnologia em sala de aula, juntamente com o entusiasmo. Além disso, houve um progresso no rendimento escolar na disciplina de química, tanto em questão de teoria quanto prática, afinal, a metodologia possibilitou a junção dos dois.
Agradecimentos
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB e Escola de Ensino Médio Menezes Pimentel, em Pacoti-CE.
Referências
BENTO, Maria Cristina Marcelino; CAVALCANTE, Rafaela dos Santos. Tecnologias Móveis em Educação: o uso do celular na sala de aula. Revista de Educação, Cultura e Comunicação dos Cursos de Comunicação Social das Faculdades Integradas Teresa D'Ávila - Fatea Issn 2177-5087, [s. L.], v. 4, n. 7, p.113-120, 2013.
TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R. C.; CHAGAS, A. P. Alguns aspectos históricos
da classificação periódica dos elementos químicos. Química Nova. v. 20, n.1, 1997.