ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ambiental
Autores
Messias, R. (UNIFAP) ; Oliveira, G. (UNIFAP) ; Furtado, H. (UNIFAP)
Resumo
Os metais pesados encontrados na água são prejudiciais à saúde. Algumas plantas possuem a capacidade de bioacumulação de metais pesados. A pesquisa caracteriza o solo, água do local e investigar se a planta aquática Thalia geniculata tem capacidade bioindicadora.
Palavras chaves
METAIS PESADOS; BIOACUMULAÇÃO; PLANTAS
Introdução
Metal pesado é um termo utilizado para designar uma espécie química metálica que em concentrações elevadas pode provocar danos ao meio ambiente (CORRÊA, 2006). Organismos como as plantas podem acumular metais no tecido de suas folhas, mais de 100 mg de Cd kg-1 (0,01%) ou mais do que 500 mg kg-1 de Cr (0,05%) podem ser considerada hiperacumuladora (SARMA, 2011). A característica que as plantas apresentam de serem bioacumuladoras de metais pesados as torna um perigo para a saúde humana, pois ao serem consumidas transferem o metal acumulado em suas folhas, caule e raízes, para o organismo humano. Os metais tóxicos afetam, por exemplo, os sistemas gastrointestinais e neurológicos. Os metais mais perigosos são Cádmio, Chumbo e Mercúrio, pois ainda não se encontrou uma função biológica para estes (CHOJNACKA, 2010). O solo e a água são os principais meios pelo qual as plantas absorvem os metais. Pode-se constatar a absorção de Cd (Cádmio) em aveias pretas (GONÇALVES et al., 2008) e em plantas de milho verificou-se uma elevada quantidade de Cd e Pb (FREITAS et al., 2009). Estas plantas que apresentam características bioacumuladoras podem ser excelentes bioindicadoras de contaminação ambiental, pois absorvem com facilidade alguns agentes poluentes. No entanto, o emprego de plantas como bioindicadores não substitui análises convencionais, mas o uso destas é uma opção viável (KLUMPP et al., 2001). Portanto, a presente pesquisa objetiva quantificar as concentrações de metais pesados, Ferro, Manganês, Cádmio, Níquel, Chumbo, Cromo, Cobre e Magnésio, presentes em água, solo e na planta Thalia Geniculata pertencentes à área alagada do Bairro Pantanal, no município de Macapá-AP, averiguando ainda o potencial desta planta como bioindicadora. Ao fim, para avaliar a qualidade da água for
Material e métodos
Foram coletadas amostras de Thalia geniculata, sedimento e água próxima à planta em uma área alagada de influência pluvial no bairro Pantanal (0.066º N, 51.0478º W) no Município de Macapá, Amapá, Brasil. As amostras foram separadas em raiz, caule e folhas e em seguida, secas ao ar. Os sedimentos foram peneirados em peneira de 0,5mm e também secos ao ar. Para a realização das análises, foram pesadas 0,5g de cada parte das amostras, 0,25g do solo. As amostras de planta foram calcinadas e digeridas em solução de água régia, isto é, 1:3 de ácido nítrico e ácido clorídrico. O solo foi digerido na mesma solução utilizada nas plantas e posteriormente aquecidas em condensador. As soluções foram completadas com água em balões volumétricos de 100ml. A amostra de água foi filtrada e inserida em igual balão volumétrico. Os brancos foram preparados seguindo o mesmo procedimento, porém sem a adição das amostras. As análises foram determinadas por espectrofotometria de absorção atômica com chama (Shimadzu, modelo AA-630).
Resultado e discussão
Foram encontradas concentrações de Fe, Mn, Cd, Ni, Pb e Mg em água, não
sendo detectada concentração de Cu nas referidas amostras. Foram encontradas
concentrações de Fe, Cd, Ni, Pb, Cu e Mg em solo. Nas amostras de Thalia
geniculata foram encontradas concentrações de Fe, Mn, Cd, Ni, Pb, Cu, Mg em
todas as partes da planta, com exceção de Pb no caule. Não foi detectado Cr
em nenhuma amostra. Com relação aos parâmetros do CONAMA para água as
concentrações de Fe, Cd e Pb foram acima do permitido para águas potáveis.
As concentrações de Fe, Mn e Ni. Altas concentrações de Fe interferem na cor
e sabor da água (XXX) e em altas concentrações se torna tóxico para o
organismo humano (PIERRE e FONTECAVE, 1999). O Mn, nas águas, se comporta de
forma semelhante ao ferro, porém sua presença é mais rara (PIVELI). No
organismo, a toxicidade causa a doença neurológica managanismo (MENEZES,
2014). A toxicidade de Ni ocasiona anemia e raquitismo (MENEZES, 2014),
estudos demonstram que o metal é carcinogênico e também ocasiona a morte de
peixes por asfixia (PIVELI). O estudo revelou que a Thalia geniculata é
bioindicadora para Fe, Mn, Cd, Ni, Pb, Cu, Mg.
Conclusões
Os metais encontrados nas amostras de água, planta e solo da área alagada do Bairro Pantanal revelam que esta não é própria para o consumo, tampouco favorável para a vida aquática. É importante notar que as plantas presentes ali desempenham um papel natural de equilíbrio da água, como foi revelado na bioacumulação de metais pela Thalia geniculata, sendo de extrema importância preservá-las para que continuem a desempenhar seu papel.
Agradecimentos
Agradecimentos a Universidade Federal do Amapá que por meio do curso de Pós- Graduação em Ciências da Saúde que possibilitou esta pesquisa.
Referências
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº357. p. 58-63, 2005.
CORRÊA, T. L. Bioacumulação de metais pesados em plantas nativas a partir de suas disponibilidades em rochas e sedimentos: o efeito na cadeia trófica. Contribuições às Ciências da Terra Série M, v. 29, p. 2, 2006.
CHOJNACKA, K. Biosorption and bioaccumulation – the prospects for practical applications. Elsevier Ltd, p. 299-307, 2010.
FREITAS, E. V. et al. Disponibilidade de cádmio e chumbo para milho em solo adubado com fertilizantes fosfatados. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 33, p. 1899-1907, 2009.
GONÇALVES, V. C. et al. Biodisponibilidade de Cádmio em Fertilizantes Fosfatados Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.32, p.2871- 2875, 2008.
KLUMPP, A.; et al. Um novo conceito de monitoramento e comunicação ambiental: a rede europeia para a avaliação da qualidade do ar usando plantas bioindicadoras (EuroBionet). Revista Brasil. Bot., São Paulo, V.24, n.4 (suplemento), p.511-518, dez. 2001.
MENEZES, F. J. S. Teores de metais pesados na região do entorno do lago de Sobradinho-BA. Juazeiro, 2014.
PIVELI, R. P. Qualidade das águas e poluição Aspectos físico-químicos. Disponível em <http://www.leb.esalq.usp.br/disciplinas/Fernando/leb360/Fasciculo%208%20-%20Ferro%20e%20Manganes%20e%20Metais%20Pesados.pdf> Acesso em 30 Jul. 2016.
SARMA, H. Metal Hyperaccumulation in Plants: A Review Focusing on Phytoremediation Technology. Journal of Environmental Science and Technology, p. 118-138, 2011.