Avaliação do crescimento micelial do fungo endofítico Q.F.5 isolado das folhas de Aspidosperma sp frente a diferentes concentrações de cobre como alternativa para despoluição de ambientes contaminados por metais pesados.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ambiental

Autores

Dias, J.T. (UNIFESSPA) ; Alves, M.A.P.M.S. (UNIFESSPA) ; Silva, S.Y.S. (UNIFESSPA) ; Silva, S.C. (UNIFESSPA)

Resumo

A seguinte pesquisa analisou a linhagem fúngica Q.F.5 (Espécie.2.folha.5) para verificar a capacidade de crescimento em diferentes concentrações de metal cobre, avaliando a linhagem cultivada em meio BDA (Batata, Dextrose e Àgar) em diferentes temperaturas (22, 25 e 30ºC), e realizar a avaliação da toxicidade ao sal de Cobre, onde o mesmo foi analisado através do crescimento em meio de cultura com diferentes valores de pH e concentrações de Sulfato de Cobre Pentahidratado (250, 500 e 750 ppm), com o objetivo de verificar se a linhagem pode agir como um possível agente biorremediador.

Palavras chaves

Biorremediação; fungo endofítico; Metais pesados

Introdução

Atualmente, os problemas ambientais têm se tornado cada vez mais críticos e frequentes, principalmente devido ao desmedido crescimento populacional e ao aumento da atividade industrial (KUNZ, 2002). Segundo MALAVOLTA (1994), a vida útil dos metais pesados no solo varia, sendo de 70-510 anos para o Zn, 13-1100 anos para o Cd, 300-1500 anos para o Cu e 740-5900 anos para o Pb. A completa remoção dos contaminantes metálicos dos solos é quase impossível. Sendo assim, para despoluir ambientes contaminados, utiliza-se a biorremediação para eliminar ou minimizar a poluição presente no ambiente. A estratégia de biorremediação consiste na utilização de processo ou atividade biológica por meio de organismos vivos (micro-organismos e plantas), que possuam a capacidade de modificar ou decompor determinados poluentes, transformando, assim, contaminantes em substâncias inertes (JACQUES, 2010). Portanto, o presente trabalho propõe-se a avaliar o crescimento da linhagem fúngica Q.F.5 em concentrações de 250, 500 e 750 ppm de cobre em meio de cultura BDA com diferentes valores de pH.

Material e métodos

O experimento foi realizado no Laboratório de biologia da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - Unifesspa. Inicialmente foi selecionada a linhagem Q.F.5 (Espécie.2.folha.5) isolada das folhas de Aspidosperma sp. Posteriormente, foi reativada em placa de Petri em meio de cultura BDA (Batata, Dextrose e Ágar) com temperaturas de 22ºC, 25°C e 30°C incubadas em BOD pelo período de oito dias, com o objetivo de observar em qual temperatura a linhagem demonstraria melhor desenvolvimento. Em seguida, avaliou-se a linhagem cultivando em meio BDA, analisando o seu crescimento em diferentes concentrações de Sulfato de Cobre Pentahidratado (250, 500 e 750ppm), com a influência de quatro valores de pH (2, 4, 8 e 10) que foram variados com adição de HNO3 (Ácido nítrico) e KOH (Hidróxido de Potássio). Após o meio ter solidificado transferiu-se fragmentos de micélios para as placas de Petri, em seguida foram incubadas em BOD. O experimento foi acompanhado a cada dois dias, por um período de 10 dias.

Resultado e discussão

De acordo com as temperaturas testadas, observou-se que o crescimento da linhagem fúngica variou. No entanto, notou-se que a linhagem apresentou maior desenvolvimento na temperatura de 30°C. Nas concentrações utilizadas a linhagem fúngica selecionada apresentou um pequeno crescimento no pH 8 e 10. No entanto, no pH 4 não observou desenvolvimento da linhagem em nenhuma das concentrações testadas. Porém, observou-se um bom crescimento no pH 2 com as concentrações de 250, 500 e 750ppm. Levando-se em consideração a esses aspectos observados durante os experimentos, que a linhagem apresentou um bom desenvolvimento nas concentrações testadas com pH 2. Segundo Soares, há relatos na literatura de micro-organismos que apresentam melhor desenvolvimento quando expostos ao meio contaminado com cobre, propondo à grande capacidade de adaptação a presença do metal. Podendo concluir que esta linhagem é resistente à presença do metal Cobre com altas concentrações com o respectivo pH 2.

Desenvolvimento da linhagem Q.F.5 no pH 2 frente a concentração de 250

Controle-250 ppm (pH 2)

Desenvolvimento da linhagem Q.F.5 no pH 2 frente a concentração de 500

Controle-500 ppm (pH 2)

Desenvolvimento da linhagem Q.F.5 no pH 2 frente a concentração de 750

Controle-750 ppm (pH 2)

Conclusões

Dessa forma, conclui-se que de acordo com os resultados obtidos pode-se verificar que a linhagem fúngica Q.F.5 apresentou-se um bom crescimento nas diferentes concentrações de Cobre com pH 2. Pode-se concluir que o sal de cobre não foi tóxico para a linhagem em meio sólido nas concentrações utilizadas com pH 2.

Agradecimentos

A UNIFESSPA pela infraestrutura operacional.

Referências

KUNZ, A. et al. Novas Tendências no Tratamento de Efluentes Têxteis. Revista Química Nova, São Paulo, v. 25, p. 78-82, 2002.
MALAVOLTA, E. Fertilizantes e seu impacto ambiental: micronutrientes e metais pesados, mitos, mistificações e fatos. São Paulo: ProduQuímica, 1994, 153p.
JACQUES, R.J.S.; SILVA, K.J. da; BENTO, F.M.; CAMAR- GO, F.A.O. Biorremediação de um solo contaminado com antraceno sob diferentes condições físicas e quími- cas. Ciência Rural, v.40, n.2, p.280-287, 2010.
SOARES, I. A. Fungos na biorremediação de áreas degradadas. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Rua do Cajueiro s/n, Santo Antônio de Jesus 2011.

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