ESTUDO DE NITROGÊNIO EM ÁGUAS DO RIO BURITICUPU, SUDOESTE MARANHENSE. Resultados Preliminares.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ambiental

Autores

Santos, E.A.S. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Soares, G.S.S. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI) ; Lima Neto, F.C. (INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGI)

Resumo

O aumento de níveis dos nutrientes em um ecossistema aquático está diretamente ligado ao nível de poluição. Altos índices de nutrientes são várias vezes interpretadas como determinantes de meio poluído, oferecendo um estado de eutrofização. Alguns desses nutrientes que ocorrem em águas naturais são compostos de nitrogênio, apresentam-se como amônia e nas suas formas mais oxidantes e abreviadas nitrito e nitrato. O nitrogênio é importante para a vida dos organismos, pois faz parte das proteínas e do material genético. De posse aos dados dos índices de nitrogênio amoniacal e nitrito durante o estudo, pode-se fazer uma estimativa do impacto ambiental e através desses índices possibilitam uma avaliação concreta da qualidade de um corpo hídrico de água doce.

Palavras chaves

Nitrogênio; Água; Buriticupu

Introdução

O excesso de nutrientes, por decorrência de entrada no sistema aquático carreados pelo escoamento superficial em decorrência de matéria orgânica biodegradável ou águas pluviais, observa-se a ocorrência de eutrofização. (ESTEVES, 1998). A poluição das águas e do solo constitui-se num dos mais sérios problemas ecológicos decorrentes da atividade humana na atualidade (RAMBO et al., 2004). Em águas naturais os compostos de nitrogênio apresentam-se como amônia e íon amônio, que são as formas abreviadas do nitrogênio, enquanto que as formas de nitrato e nitrito são as mais oxidadas. Esses nutrientes são responsáveis pelo nutrimento de seres que virtualmente podem causar a eutrofização de um meio aquático (SCHNEIDER et. al., 2011). A entrada natural de nitrogênio para o ecossistema aquático é pela desnitrificação e volatilização da amônia e também, há uma lixiviação de nitrogênio a partir do ecossistema terrestre para rios e oceanos na forma de nitrogênio reativo (WATANABE & ORTEGA, 2011). Porém, artificialmente ocorre um aumento dessa carga de nitrogênio, principalmente por esgotos domésticos. Por falta de um bom planejamento sobre a utilização das águas fluviais observam-se alterações na qualidade das águas em alguns rios maranhenses, sendo assim o Rio Buriticupu que pertence à micro bacia do Pindaré, localizada na região sudoeste maranhense, apresenta impactos facilmente observáveis. Um dos principais problemas ambientais dos ecossistemas aquáticos é o processo de eutrofização, que causa grandes e negativos impactos ecológicos, econômicos e de saúde, mediante a degradação de um recurso elementar e finito, a água (TUNDISI, 2003). A eutrofização é considerada um dos maiores problemas ambientais em níveis mundiais.

Material e métodos

A área de estudo o rio Buriticupu afluente do Rio Pindaré, onde foram coletadas as amostras em frasco de polietileno no máximo 20 cm de profundidade, em campanhas, sendo no período chuvoso e no período de estiagem. Efetuou-se as coletas das amostras de água nos municípios de Buriticupu e Amarante do Maranhão. Material: Uma sonda multiparamétrica da marca horiba, modelo US-32 para a determinação das variáveis físico-químicas; Na determinação da amônia mediu-se a totalidade de nitrogênio amoniacal N- NH3 + N-NH4, no qual a reação ocorre em duas etapas. Na primeira, o nitrogênio amoniacal reage com o hipoclorito de sódio, em meio alcalino para formar monocloramina. Na segunda etapa a monocloramina reage com o fenol, na presença do excesso de hipoclorito e também do nitroprussiato de sódio, formando o azul de indofenol.

Resultado e discussão

A bacia do Rio Buriticupu possui pequenos rios que o alimentam e este desagua no Rio Pindaré. Foram 3 (três) estações de coletas amostradas, sendo os Buritizinho - município de Buriticupu; São José, na cidade de Bom Jesus das Selvas e nascente, no município de Amarante do Maranhão. As variáveis físico-químicas foram de suma importância para o monitoramento e estudo do nitrogênio. A temperatura da água a partir das analises encontrou-se os valores mais baixos, 26,15°C e 26,53°C, respectivamente nos pontos Nascente Faveiro e C3 e valores mais altos, 28,41°C e 28,30°C, nos pontos Buritizinho VI e C8 (gráfico 1). A variação máxima de temperatura entre os pontos de coletas foram de 2,26°C e médias de temperaturas de 27,03°C. A difusão do calor por meio do corpo d’água pode acontecer de modo hábil, já que a densidade da água nessas condições é praticamente a mesma em todas as camadas, onde o vento é o agente fornecedor da energia imprescindível para a mistura das massas d’água. Os valores de amônia na primeira campanha, realizada em 26.11.2015 (período seco) variaram entre: Buritizinho 2,388 mg/L a 2,884 mg/L, maior concentração encontrada. São José variou entre 2,709 mg/L a 2,978 mg/L e nascente entre 0,906 mg/L e 1,212 mg/L. Para a segunda coleta, realizada em 27.03.2016 (período chuvoso) variaram entre: Buritizinho 1,017 mg/L a 0,997, mg/L, mais uma vez obteve maior concentração encontrada. São José variou entre 1,412 mg/L a 2,005 mg/L e nascente entre 0,715 mg/L e 0,902 mg/L.

Gráficos das variáveis: Temperatura, turbidez, pH e potencial Redox


Gráficos das Variáveis Físico- químicas:Condutividade, Oxigênio Dissolvido e Sólidos Totais dissolvido.

Conclusões

Pode-se observar que o Rio Buriticupu além de receber o esgoto dos bares e residências ribeirinhas, utilizam as águas do rio para lavar seus automóveis, caminhões, carros e motos. O rio Buriticupu em várias amostras apresentou uma concentração baixa de oxigênio dissolvido e outras variáveis físico-químicas, comparada com os valores encontrados na Nascente. Os valores para nitrogênio amoniacal foram todos inferiores aos estabelecidos pela legislação.Os resultados preliminares indicam que se faz necessário o monitoramento desse corpo hídrico.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus Buriticupu – IFMA e À Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico Tecnoló

Referências

ANDRADE, M. C. A questão do Território no Brasil. Ediouro, São Paulo, 1997.
ANTUNES, P. B. Direito ambiental / Paulo Antônio de Bessa – ed. – São Paulo: Atlas, 2012.
APHA, American Public Health Association. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 19. ed., American Water Works Association and Water Pollution Control Federation: Washington, DC, 1995.
BUENO LF, GALBIATTI JA, BORGES MJ. Monitoramento de Variáveis de Qualidade da Água do Horto Ouro Verde – Conchal – SP (2005). Engenharia Agrícola 25:742-748.
CHRISTIN, M.S. et al. Effects of agricultural pesticides on the immune system of Xenopus laevis e Rana pipiens. Aquatic Toxicology 67, 33-43, 2004.
EMBRAPA FLORESTAS. Manual de procedimentos de amostragem e análise físico-química de água. Paraná, 2011 p.
ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia. 2ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1998.
FEITOSA, A. C. TROVÃO, J. R. Atlas escolar do maranhão: Espaço Geo-Histórico e cultural. Editora Grafset, 2006.
FRANÇA, S. Efeitos da disponibilidade de Nitrogênio e água na fotossíntese, crescimento e produção do milho, em diferentes sistemas de cultura. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2003.
GENEROSO, T. N et. al. Influência do local de amostragem nos valores de variáveis de qualidade de Água em uma seção transversal do Rio Catolé - Ba. Enciclopédia biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.6, n.11; 2010. p.1.
MAIA, C. E.; CANTARUTTI, R. B. Acumulação de nitrogênio e carbono no solo pela adubação orgânica e mineral contínua na cultura do milho. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 8, n. 1, p. 39-44, 2004.
MOTA, S. Preservação e Conservação de Recursos Hídricos. 2ª Edição. Rio de Janeiro. ABES, 1997.
RAMBO, L.; SILVA, P. R. F. da; ARGENTA, G.; BAYER, C. Testes de nitrato no solo como indicadores complementares. Ciência Rural, Santa Maria, v. 34, n. 4, p. 1279-1287, 2004.
SANTOS, E.A. Perfil de Concentração das espécies de fósforo e do nitrogênio nas águas das bacias do rio Bacanga e Anil, São Luís – MA e sua relação com a qualidade da água./ Edmilson Arruda dos Santos. – 2012.
SCHNEIDER, R. M. et. al. Estudo da influência do uso e ocupação de solo na qualidade da água de dois córregos da Bacia hidrográfica do rio Pirapó. Acta Scientiarum Technology Maringá, v. 33, n. 3, p. 295-303, 2011.
SILVA, G. S; JARDIM, W. F. Um Novo Índice de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática Aplicado ao Rio Atibaia, Região de Campinas/Paulínia – SP. Revista Quimica. Nova, Vol. 29, No. 4, 2006.
TUCCI, C E. M. Gerenciamento da Drenagem Urbana. Instituto de Pesquisas Hidráulicas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Recursos Hídricos. v. 7, n.1, Jan/Mar, 2002, 5-27.
TUNDISI J.G. Água no Século XXI: Enfrentando a Escassez. Editora Rima, 2003.
WATANABE M.D.B. & ORTEGA E. Ecosystem services and biogeochemical cycles on a global scale: valuation of water, carbon and nitrogen processes. Environmentalscience&policyv14 (2011) p.594 – 604.