ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ambiental
Autores
Leder, P.J.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Santiago, J.C.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Santanna, J.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ) ; Corrêa, M.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Gama, V.J.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ)
Resumo
A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece que toda a sociedade deve contribuir, por meio da logística reversa, para a diminuição dos impactos ambientais provenientes do gerenciamento inadequado pós-consumo dos resíduos sólidos, dentre os quais, as lâmpadas fluorescentes. Nessa perspectiva, o presente trabalho objetivou conscientizar estudantes de uma escola pública de Belém/ PA sobre a importância da adoção da logística reversa e dos benefícios ambientais, econômicos e sociais que ela proporciona. A atividade foi realizada em junho de 2016 com três turmas do Ensino Médio. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário contendo 5 perguntas abertas e fechadas, dessa forma pode-se constatar que os estudantes tinham pouco conhecimento acerca da temática abordada.
Palavras chaves
Lâmpadas Fluorescentes; Resíduos Sólidos; Logística Reversa
Introdução
Houve um grande aumento no consumo de lâmpadas fluorescentes (LF) nos últimos anos, pois além de vantagens tais como a durabilidade desse tipo de lâmpadas ser cerca de dez vezes maior em relação as incandescentes (LI), o principal motivo é a economia energética que as LF proporcionam. O consumo desse tipo de lâmpada deve ser ainda maior nos próximos anos, pois a portaria No. 1.007, de 31 de dezembro de 2010 estabeleceu o fim da fabricação e comercialização das lâmpadas incandescentes entre 41 e 60 watts em todo o Brasil até o dia 30/06/2016, e prevê a extinção total da mesma em todo o país até o dia 30/06/2017 (MME, 2011). Juntamente com a elevação desse consumo vem o aumento dos impactos ambientais provenientes do gerenciamento inadequado desse tipo de resíduo. Apenas 6% dos componentes das LF são considerados rejeitos, os outros 94% são resíduos, dessa forma, devem ser tratados e reciclados (APLIQUIM, 2016). Os diversos produtos químicos contidos nas LF como: pó fosfórico, alumínio, mercúrio, dentre outros, não são biodegradáveis, logo, é importante que haja controle no gerenciamento pós-consumo desses resíduos, evitando a contaminação das águas, do solo e o contato dos seres vivos com esses materiais (SILVA, 2013). A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) instituída pela Lei 12.305/2010 estabelece que a responsabilidade pela destinação final adequada dos produtos pós-consumo é de responsabilidade de todos, do fabricantes ao consumidor (MMA, 2011). Nessa perspectiva, é de grande importância que a haja uma conscientização ambiental por parte da sociedade, pois só assim pode haver a expansão da prática da logística reversa, a qual objetiva viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor produtivo, ou a destinação ambientalmente adequada.
Material e métodos
Para a realização deste trabalho, foi desenvolvida uma pesquisa com uma turma de cada ano do Ensino Médio de uma escola de Belém/PA, totalizando 62 alunos. A pesquisa objetivou avaliar se estes estudantes possuíam conhecimento em torno dos danos socioambientais causados pela destinação inadequada dada as lâmpadas fluorescentes pós-consumo, e sobre o funcionamento da logística reversa desse resíduo especial. O trabalho foi desenvolvido em três momentos. O primeiro momento foi um diálogo com os estudantes sobre qual o destino dado as lâmpadas fluorescentes utilizadas em suas residências, se estes alunos possuíam conhecimento sobre o descarte adequado desse tipo de material, e quais os benefícios e malefícios associados a esse gerenciamento pós-consumo das LF. No Segundo momento, realizou-se uma exposição oral acerca dos componentes que constituem uma lâmpada fluorescente, visando esclarecer a importância da logística reversa desses materiais, e os potenciais impactos ambientais e na saúde, proveniente do descarte indiscriminado das LF. Em seguida, foram prestados esclarecimentos sobre a PNRS, a qual não isenta nenhuma pessoa física ou jurídica da responsabilidade pela destinação correta pós-consumo dos resíduos sólidos no geral, dentre os quais estão as LF. No terceiro momento, para a coleta de dados, foi aplicado aos alunos um questionário contendo cinco perguntas abertas e fechadas. É de fundamental importância que a educação ambiental esteja atrelada ao descarte das LF, e que hajam mais políticas públicas voltadas para a conscientização da população sobre a importância do descarte apropriado das mesmas.
Resultado e discussão
De acordo com as respostas dadas pelos alunos aos questionamentos, nota-se
que há um déficit na promoção de políticas públicas que orientem a população
quanto ao gerenciamento adequado das LF, e aos danos causados pela exposição
aos subprodutos nelas contidos, a exemplo do mercúrio. O primeiro
questionamento foi: Antes do desenvolvimento da presente atividade, você
sabia qual a diferença entre rejeito e resíduo sólido? 96,7% alegaram que
desconheciam a diferença entre ambos. O segundo questionamento foi: Onde
você descarta as LF pós-consumo utilizadas em sua residência? A1 diz:
“descarto no lixo comum, pois achava que era um resíduo como outro
qualquer”. São consumidas anualmente no Brasil cerca de 100 milhões de
lâmpadas fluorescentes, sendo 94% descartadas em aterros sanitários, sem que
haja tratamento algum desse resíduo, contaminando o solo e a água com metais
pesados (ADAM, 2013). O terceiro questionamento foi: você conhecia a
logística reversa e a importância da mesma? Neste, 88,7% disseram “não”. A2
diz: “Até hoje não sabia da logística reversa, e na escola nunca foi falado
sobre isso”. O quarto questionamento foi: você tinha conhecimentos dos
impactos socioambientais provocados pelo descarte inadequado desse resíduo?
A3 diz: “Eu não sabia que as lâmpadas fluorescentes tinham substâncias
tóxicas que faziam mal aos homens e pro ambiente, como o mercúrio.” O último
questionamento foi: Como você avalia a presente atividade realizada em torno
do descarte das LF? Neste, 64,5% dos alunos avaliaram a atividade como
excelente, e 35,5% avaliaram boa. A conscientização da sociedade em torno
das questões ambientais é fundamental para que a prática da logística
reversa dos resíduos sólidos, bem como das LF, seja cada vez maior e eficaz
na diminuição dos impactos ambientais.
Conclusões
A compreensão dos problema ambientais são de grande importância e envolve a sociedade como um todo, necessitando que as autoridades promovam mais políticas públicas que esclareçam os benefícios atrelados à essa conscientização, e que a população participe de forma ativa para reverter esse quadro. Foi observado no decorrer da atividade que a maioria dos estudantes estavam tomando conhecimento da logística reversa envolvendo as lâmpadas fluorescentes pela primeira vez. Logo, é necessário que mais atividades de conscientização ambiental sejam promovidas no ambiente escolar.
Agradecimentos
Referências
ADAM, Izabel Cristina Ortiz. LÂMPADAS FLUORESCENTES: Um fim sustentável. In: 33º EDEQ, 2013.
APLIQUIM Brasil Recicle. Descarte De Lâmpadas E Política Nacional De Resíduos Sólidos: O Que Você Precisa Saber. Disponível em http://www.apliquimbrasilrecicle.com.br/saibamais. Acesso em 23/06/16.
MMA- Ministérios do Meio Ambiente. Guia de Elaboração dos Planos de Resíduos Sólidos. Brasília, 2011.
MME- Ministérios De Minas Energia. Portaria MME/MCT/MDIC no 1.007/2010 - fl. 3. Brasília, 2011.
SILVA, Fernando Rodrigues da. Impactos Ambientais Associados a Logísticas Reversa de Lâmpadas Fluorescentes. Revista de saúde e Meio Ambiente e Sustentabilidade. Vol.8, n°1, 2013.