ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ambiental
Autores
Silva, B.M.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE) ; Damasceno, M.C.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARA) ; Faial, K.C.F. (INSTITUTO EVANDRO CHAGAS) ; Fernades, B.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARA)
Resumo
Este trabalho teve como objetivo determinar a concentração de Ba, Cd, Pb, Cu, Fe, Mn, Ni e Zn em um efluente na orla de Macapá, Amapá. Para isso, foi coletada uma alíquota de efluente a cada hora, sendo coletadas ao total dez, que posteriormente compuseram uma amostra composta. Os resultados obtidos foram comparados com os valores máximos permitidos pela Resolução no 430/2011 do CONAMA para águas doces Classe 2. Os resultados indicaram que todos os elementos analisados estão de acordo com as concentrações previstas pela legislação brasileira, o que pode estar relacionado à grande vazão do rio e com isto, a capacidade de diluição dos efluentes. Assim, sugere-se que para o rio Amazonas seja desenvolvido padrões diferenciados, tendo em vista as especificidades desta bacia hidrográfica.
Palavras chaves
Bacia hidrográfica; Poluentes; Resolução CONAMA
Introdução
A água é uma substância indispensável à manutenção da vida dos seres vivos, no entanto, para consumo humano é necessário que seja tratada e possa estar em condições de potabilidade. Dentre as diferentes etapas no tratamento da água, destaca-se o processo de filtração, que além de ser importante para a qualidade da água, é responsável por gerar resíduos sólidos. As estações de tratamento, ao realizarem a limpeza de suas unidades filtrantes, descartam esses resíduos em corpos d’água próximo às unidades de tratamento. A regulamentação da concentração de metais é dada pela Resolução CONAMA 430 de 2011. Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar se a concentração dos metais Bário (Ba), Cádmio (Cd), Chumbo (Pb), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Níquel (Ni) e Zinco (Zn) de um dos efluentes lançados pela Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA) no rio Amazonas, orla da cidade de Macapá esta de acordo com os limites de concentrações permitidos pela legislação vigente.
Material e métodos
Área de estudo O rio Amazonas possui uma descarga hídrica de 5.7 x 10¹² m³. ano-1, entretanto, a descarga máxima e mínima alcança, respectivamente, 220.000 m³ . s-1 em maio e 100.000 m³ . s-1 em novembro (Santos et al., 2007). A costa estuarina em Macapá possui uma dinâmica influenciada pela descarga hídrica e sólida do rio Amazonas, pelas correntes de maré e pela ação antropogênica proveniente da urbanização acelerada e desordenada no seu entorno. O ponto selecionado para coleta compreende o efluente da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA), situado à margem do rio Amazonas, a aproximadamente a 700 m da estação de captação de água para o abastecimento público da cidade. Coleta e preparo das amostras A coleta foi realizada no período de descarga máxima do rio Amazonas, 220.000 m³ (período chuvoso), com as marés máximas (3.9 e 3.9) às 05:04h e 17:23h e a mínima (0.6) às 12.02. A amostragem iniciou às 7h, com a coleta de uma alíquota de 1L com auxílio de um balde e uma corda e prosseguiu até às 16h, o que perfez um tempo de 10h de amostragem e dez alíquotas. A amostra efetivada foi do tipo composta, conforme a Tabela 1, que de acordo com Von Sperling (2008) é a mais adequada para efluentes, uma vez que minimiza os efeitos da variabilidade das concentrações ao longo do dia. Para preparar a amostra composta, foram misturadas as dez alíquotas de modo a evitar a sedimentação de cada percentagem ao longo do tempo de amostragem. A determinação dos elementos traços foi realizada por meio da técnica de Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP OES), de acordo com o método 200.7 da EPA.
Resultado e discussão
Os metais são elementos incapazes de serem biodegradáveis e por isto, podem
ser potencialmente tóxicos quando disponíveis nos ecossistemas aquáticos, e
com isto, representar riscos à saúde humana. Isto ocorre devido ao
lançamento de efluentes oriundos de atividades industriais, agrícolas, além
da emissão proveniente de veículos e do descarte de resíduos sólidos
(BISINOTI et al, 2004; CASTRO, 2007).
Ao se comparar os resultados obtidos com os estabelecidos pela Resolução
CONAMA 430/2011, constatou-se que todos os elementos analisados mostraram-se
de acordo com os limites estabelecidos. Este fato pode indicar que a vazão
do rio Amazonas possui alta capacidade de diluição e autodepuração do corpo
hídrico, e com isto, as concentrações de metais podem não representar a
realidade.
Conclusões
Os resultados indicaram que todos os elementos analisados estão de acordo com as concentrações previstas pela legislação brasileira, o que pode estar relacionado à grande vazão do rio e com isto, a capacidade de diluição dos efluentes. Assim, sugere-se que para o rio Amazonas seja desenvolvido padrões diferenciados, tendo em vista as especificidades desta bacia hidrográfica.
Agradecimentos
Ao Instituto Evandro Chagas pela realização das análises.
Referências
1.BISINOTI, et al. Avaliação da influência de metais pesados no sistema aquático da bacia hidrográfica da cidade de londrina-PR. Revista Analytica, n. 08, p. 22-27, Dezembro/Janeiro 2004.
2.CASTRO L. M. A. Proposição de metodologia para a avaliação dos efeitos da urbanização nos corpos de água. 2007. 321f. Tese (Doutorado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. Minas Gerais. 2007.
3.Resolução nº 430, de 13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução n° 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. 9 p.
4.SANTOS, M. L. S.; MUNIZ, K.; FEITOSA, F. A. N.; BARROS NETO, B. Estudo das diferentes formas de fósforo nas águas da plataforma continental do Amazonas. Química Nova, n. 3, p. 569-573, maio/jun. 2007.
5.USEPA (United States Environmental Protection Agency). 2007. Method 6010C. Inductively coupled plasma-atomic emission spectrometry. Revision 3
6.VON SPERLING, M. Estudos e modelagem da qualidade da água de rios. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais, 2008.