IDENTIFICAÇÃO DE METAIS NO ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS FRESCAS DE Bauhinia ungulata (FABACEAE) NO ESTADO DE RORAIMA.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ambiental

Autores

Medeiros, A.N.R.S. (UFRR) ; Melo Filho, A.A. (UFRR) ; Melo, A.C.G.R. (UFRR) ; Ribeiro, P.R.E. (UFRR) ; Laranjeiras, A.G.A. (UFRR) ; Silva, F.S. (UFRR) ; Rodrigues, F.C.C. (UFRR) ; Fernández, I.M. (BIONORTE-UFRR) ; Santos, M.D.V. (UFRR) ; Yanes, C.V.I. (UFRR)

Resumo

A espécie Bauhinia ungulata L. pertence à família Fabaceae cujo epiteto ungulata, em latim, significa casco ou pata de bovino é utilizada pelos índios Tapebas no Ceará para o tratamento da diabetes. Sendo assim este gênero é mais frequentemente estudado quanto a sua ação hipoglicemiate. No material em estudo foram identificados por espectrômetro ótico de emissão atômica com plasma indutivamente acoplado (ICPOES, Radial) 22 elementos químicos, dos quais os metais: Ag, Al, B, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, K, Li, Mg, Mn, Ni, Pb, Sr e Zn encontram-se na concentração menor que 1 ppm; os elementos Ca, Na, P e S entre 1 e 100 ppm e o elemento Si, acima de 100 ppm.

Palavras chaves

Fitometais; Silício; ICPOES

Introdução

Existem inúmeras espécies vegetais de interesse medicinal, dentre elas, encontram-se as plantas do gênero Bauhinia, que são localizadas, principalmente, nas áreas tropicais do planeta, compreendendo aproximadamente 250 espécies (BRACA et al., 2001). A espécie Bauhinia ungulata L. pertence à família Fabaceae cujo epiteto ungulata, em latim, significa casco ou pata de bovino (LORENZI e MATOS, 2002, 2008; LEWIS e OWEN, 1989) é utilizada pelos índios Tapebas no Ceará para o tratamento da diabetes (MORAIS et al., 2005). Sendo assim este gênero é mais frequentemente estudado quanto a sua ação hipoglicemiante (SILVA et al., 2002; PEPATO et al., 2013). Os minerais compõem entre 15 a 20% da massa das plantas não lenhosas sendo o restante composto por água (SALISBURY e ROSS, 2013), nos quais em sua maioria são absorvidos do solo pelas raízes. As frações minerais das plantas podem variar e dependem de fatores tais como idade, espécie, condições de desenvolvimento e da disponibilidade desses elementos em seu substrato, ou seja, uma planta pode ser capaz de absorver ou acumular um ou mais elementos diferentes de outras, mesmo tendo sido desenvolvidas nas mesmas condições (CASTRO, KLUGE e PERES, 2005). O objetivo deste trabalho foi obter o rendimento e identificar os metais presentes do óleo essencial das folhas de B. ungulata.

Material e métodos

Para a realização dos trabalhos experimentais foram utilizadas folhas frescas de B. ungulata coletadas no mês de janeiro na cidade de Boa Vista, no estado de Roraima. Para a obtenção do óleo essencial 600 g do material coletado foi devidamente lavado com água corrente e em seguida cortado em partes menores e depositado em balão de fundo redondo, utilizando como solvente água destilada e, posteriormente, submetido a um processo de hidrodestilação, em um aparelho do tipo Clevenger, marca Spell, por um período de destilação de 3:00 horas ininterruptas, este procedimento foi desenvolvido em triplicata. Para identificação dos elementos químicos, a digestão da amostra foi realizada utilizando-se ácido nítrico concentrado e peróxido de hidrogênio 30%, aquecendo-se em forno micro-ondas sendo o equipamento utilizado para determinação da concentração o Espectrômetro Ótico de Emissão Atômica com Plasma Indutivamente acoplado (ICPOES, Radial) da marca Spectro, modelo Arcos.

Resultado e discussão

O rendimento foi de 0,066% do óleo essencial das folhas frescas de B. ungulata, valor superior ao de Gramosa et al. (2009), para a mesma espécie na região Nordeste de 0,007%. Em dados da literatura, os rendimentos dos óleos essenciais obtidos do gênero Bauhinia variaram, destacando-se B. acuruana com 0,01% (GOIS et al., 2011) e B. rufa com 0,37% (SILVA e CAMARA, 2014). Simões e Spitzer (2004) e Bruneton (2001), dependendo da parte da planta, tipo de coleta, condições climáticas e métodos de extração, os óleos essenciais podem sofrer variações em seu rendimento. Neste trabalho foram identificados 22 elementos químicos: Ag, Al, B, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, K, Li, Mg, Mn, Ni, Pb, Sr, Zn na concentração menor que 1 ppm; Ca, Na, P, S entre 1 e 100 ppm e acima de 100 ppm, o Si. Segundo Castro, Kluge e Peres (2005) e Taiz e Zager (2010), o Si aumenta a tolerância ao excesso de estresse sofrido pelas plantas, De acordo com a literatura o silício (Si) aumenta a tolerância ao excesso de estresse sofrido pelas plantas, e é capaz de formar barreiras contra infecções fúngicas, bem como aumenta a resistência dos tecidos. A presença de silício diminui a toxidade de muitos elementos traço e estimula o crescimento da planta. Os minerais possuem diversos papéis nas plantas, tais como funções estruturais, enzimáticas, regulatórias e iônicas, no entanto a sua deficiência interferi no seu desenvolvimento e pode levar a sua morte (RAVEN, EVERT e EICHHORN, 2011). No gênero Bauhinia concentrações de Fe, K, Zn e Cu foram quantificados sendo os níveis maiores de Zn. Não foi detectado metais tóxicos como Pb, Cr e Ni (FRANCO et al., 2011) diferente deste trabalho em que esses elementos foram identificados e encontram-se na proporção menores que 1 ppm.

Conclusões

O rendimento do óleo obtido foi de 0,066%, para o material estudado em Roraima e foram identificados 22 elementos químicos, ocorrendo variação em espécie desse gênero Bauhinia.

Agradecimentos

CNPq e Capes pelas bolsas concedidas e ao Grupo Oleoquímicos da Universidade Federal de Roraima.

Referências

BRACA, A. et al. Antioxidant Principles from Bauhinia terapotensis. Journal natural products, 7, 64, p. 892-895, 2001.

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