CONDUÇÃO E OSMOSE: O TRANSPORTE DE ÁGUA NOS VEGETAIS

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Físico-Química

Autores

Conceição, C.N. (IFMA) ; Morais Neto, M.D. (IFMA) ; Santos, W.C. (IFMA) ; Pereira, (IFMA) ; Oliveira, M.R.A. (IFMA) ; Lima, K.M. (IFMA) ; Cantanhede, E.K.P. (IFMA) ; Matias, S.R.S. (IFMA) ; Abreu, A.O. (IFMA) ; Sobrinho, O.P.L. (IFMA)

Resumo

O trabalho teve como objetivo conhecer os processos fisiológicos condução e osmose em vegetais. A metodologia aplicada empregou o uso de flores brancas embebidas em água e corante anilina, representando o processo de condução da água através do vasos condutores, mostrando aspectos alaranjados nas flores devido a entrada da anilina. Para a osmose empregou o uso de seis fatias de pimentão, 5 cm cada, postas 2 por placa de petri contendo diferentes soluções, sendo estas com água destilada, água com sal e água natural, ocorrendo o inchaço, murcha e o equilíbrio hidrostático respectivamente das fatias de pimentão. Assim, os dois métodos apresentaram-se adequados para representação, sendo-os de fácil aplicação e compreensão do transporte de água nos vegetais.

Palavras chaves

Condução; Osmose; Transporte de água

Introdução

A água presente no sistema solo-planta-atmosfera busca estar em constante equilíbrio termodinâmico obedecendo à tendência universal de se mover de locais de maior energia para níveis de menor energia (LACERDA; FILHO; PINHEIRO, 2007 apud FERREIRA, 1988). Como um componente essencial para os vegetais, Silva e Freitas (1998 apud DIAS, 2008) afirmam ser o solvente que permite que gases, minerais e outras substâncias possam penetrar nas células e fluir entre as mesmas e entre os vários órgãos do vegetal, sendo que ocorrem diversos processos fisiológicos nas plantas, tais como: Condução e Osmose. Deste modo, o processo de condução da água ocorre em todas as plantas superiores (vasculares) nos feixes vasculares, nestas plantas, a condução da água depende da absorção no sistema radicular, e da perda de água particularmente através das folhas (COSTA, 2001). O outro mecanismo utilizado pelas plantas é conhecido por osmose de acordo com o autor Costa (2001), o movimento de um solvente, tal como a água, através de uma membrana. Ou seja, ainda que a água possa ser absorvida e perdida pelas células vegetais com relativa rapidez, estes dois processos são significativamente limitados pela membrana plasmática que funciona como uma barreira ao movimento de substâncias. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi conhecer através de experimentos práticos como ocorrem tais processos e avaliar a compreensão do que foi feito anteriormente para que se tenha ferramentas e relacionar a importância destes para a vida das plantas.

Material e métodos

A prática foi realizada com turma do 4° período do curso de Agronomia na disciplina de fisiologia vegetal no Laboratório de química do IFMA- Campus Codó. Os materiais e reagentes utilizados foram os seguintes: estilete, fruto do pimentão, flores brancas, béquer de 500 ml, pipeta, 3 placas de petri, água natural, água destilada, anilina e cloreto de sódio. No 1° experimento que foi para representar a condução, utilizou-se um béquer 500 ml contendo 400 ml de água com adição do corante alimentício (anilina), onde foram colocados três ramos de flores brancas com corte na diagonal do caule feito um fora, um dentro e o outro ligeiramente colocado dentro do béquer. Logo, no 2° experimento para verificação do processo de osmose utilizou-se um pimentão e três placas de petri, onde a placa (A) - continha água destilada; (B)- água com sal e (C) - água natural. Do pimentão foram retiradas seis fatias finas de aproximadamente 5 cm, em sentido longitudinal. Dessas seis fatias, foram colocadas duas em cada placa de petri para análise do processo nas células vegetais.

Resultado e discussão

No 1° experimento é descrito como se dá o mecanismo de condução por meio de três distintos cortes diagonais no caule, determinados de A, B e C. No corte A feito dentro do recipiente da solução, observou-se que as flores através dos vasos absorveram a água apresentando ao final do processo colorações alaranjadas, característica da anilina. Já no corte B ligeiramente colocado no recipiente, percebeu-se uma absorção em menor proporção e coloração suave na superfície das flores. Por fim, o corte C feito fora do recipiente da solução houve entupimento do xilema ao entrar em contato com o ar, pela demora de ser colocado na solução, deste modo não houve coloração das flores, pois não ocorreu a absorção da água. Para isso, Azevedo et al (2014) mostram que a entrada e a perda de água por transpiração permite o constante movimento da água subindo pelos vasos condutores no caule, devido às propriedades de capilaridade desses vasos e da coesão entre as moléculas de água. No 2° experimento, em três placas de petri foi colocado duas tiras de pimentão. Na placa (A) contendo água destilada, houve o inchamento das tiras de pimentão devido a pressão osmótica gerada pela maior concentração de sais no interior celular. Em (B) pela adição de sal, as tiras de pimentão murcharam, pois, a célula se tornou hipotônica em relação a solução de maior concentração. Em (C) contendo água natural, ocorreu equilíbrio hidrostático ao gerar um sistema isotônicos ou de mesma concentração de sais. Ou seja, segundo Amabis & Martho (2016) a maior concentração de sais no interior da célula possibilita a maior difusão de água fazendo a célula inchar. Do contrário, a tendência é que haja maior difusão de água do meio interno para o meio externo, fazendo-a murchar. Enfim, caracterizando o processo de osmose.

Figura 1. Condução

A- Flores dentro da solução logo após os cortes. B- Coloração das pétalas por anilina.

Figura 2. Osmose

Tiras de pimentão em diferentes soluções. Placa (A) – água destilada; (B) água com sal (C) água natural.

Conclusões

Portanto, a condução de água no interior das plantas dependerá do transporte através dos vasos xilema e floema, que podem ser interrompidos quando os mesmos reagem com o oxigênio do ar, em que as moléculas reagem ocupando os espaços vazios que dariam passagem a solução. Em relação a osmose, vimos que as variações morfológicas sofridas nas fatias do pimentão ocorreram devido a entrada e saída de água, influenciadas pela maior ou menor concentração de sais no interior da célula, tornando-a hipo ou hipertônica, levando a murchar ou inchar,já a solução isotônica manteve um equilíbrio hidrostático.

Agradecimentos

Ao IFMA

Referências

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia. Membrana, citoplasma e processos energéticos. Professor Módulo 5, Cap. 1, p.7,2016. Disponível em:< http://www.gonzaga.com.br/files/pub/140362730674993_lp_bio_mod5.pdf> Acesso em: 26/07/2016.
AZEVEDO, N.H.; MARTINI, A.M.Z.; OLIVEIRA, A.A.; SCARPA, D.L.; PETROBRAS:USP, IB, LabTrop/BioIn (org.). Ecologia na restinga: uma sequência didática argumentativa. 1ed. São Paulo: Edição dos autores, Janeiro de 2014. 140p. Disponível em:<http://labtrop.ib.usp.br/lib/exe/fetch.php?media=projetos:restinga:restsul:divulga:apostila:ecologia_na_restinga_atv2p64-73.pdf> Acesso em: 26/07/2016.
COSTA, A. R. da, 2001. As Relações Hídricas das Plantas Vasculares. Disponível em: < http://www.angelfire.com/ar3/alexcosta0/RelHid/Rhw4.htm > Acesso em: 25/07/2016.
DIAS, L. B. Água nas Plantas. 2008. Disponível em: < http://www.ceapdesign.com.br/pdf/monografias/monografia_agua_nas_plantas_lucia.pdf > acesso em 25/07/2016.
LACERDA, C. F. de; FILHO, J. E.; PINHEIRO, C. B. Fisiologia Vegetal: Relações Hídricas. Fortaleza-Ceará, p.41, setembro, 2007. Disponível em: http://www.fisiologiavegetal.ufc.br/APOSTILA/APRESENTACAO_DA_APOSTILA.pdf. Acesso em: 25/07/2016.

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