ISBN 978-85-85905-19-4
Área
FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química
Autores
Santos, A.S. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Viroli, S.G. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Viroli, S.L.M. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS)
Resumo
O estudo foi desenvolvido no Córrego Santaninha, localizado no Distrito Industrial da Cidade de Paraíso do Tocantins. . Foram realizadas coletas para análises de potencial hidrogeniônico, Condutividade, Temperatura, Turbidez, Dureza, Alcalinidade, Cloretos, Oxigênio dissolvido, Demanda Bioquímica de oxigênio, Demanda Química de Oxigênio Coliformes Totais e Termotolerantes. Os resultados mostraram que pH, turbidez e cloretos estão dentro dos valores permitidos pela Resolução CONAMA n°410/2011 o que não ocorre com os valores de OD e DBO, caracterizando um alto teor de matéria orgânica. A fim de reduzir o lançamento de efluentes industriais no Córrego Santaninha é necessário implementação de programas de educação ambiental para conscientização da população.
Palavras chaves
Água superficial; Córrego; Impacto ambiental
Introdução
O ciclo hidrológico é um sistema fechado que rege toda a distribuição de água no planeta e pode ser alterado pela urbanização, atividades antrópica, destruição de matas ciliares e consequentemente sofrer impacto na qualidade e quantidade de água de uma determinada região. (SILVA, 2007) O impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente resultante de atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população e a qualidade dos recursos ambientais (CONAMA, 1986). O crescimento populacional mundial, a urbanização, expansão da agricultura e desenvolvimento industrial contribuíram para o desenvolvimento da poluição e contaminação que impactaram negativamente a capacidade de autodepuração dos recursos hídricos, prejudicando a qualidade e quantidade de água disponível ao consumo humano (RICHTER, 1999; PHILIPPI, 2005; BECKER, 2008) O fenômeno da autodepuração restabelecimento do equilíbrio no meio aquático, por mecanismos essencialmente naturais, os compostos orgânicos são convertidos em compostos inertes e não prejudiciais do ponto de vista ecológico (VON SPERLING, 1996). A água pode conter impurezas em maior ou menor quantidade, dependendo da sua procedência e do uso a que foi submetida. Muitas das impurezas presentes na água podem alcançar valores que causam malefícios ao homem e ao ambiente. O padrão de qualidade desejada para a água vai depender dos usos para os quais ela é destinada (QUINTEIRO, 1997; ARAÚJO E SANTAELLA, 2001; CUNHA 2001). O presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade da água do córrego Santaninha localizado no Distrito Industrial do Município de Paraíso do Tocantins.
Material e métodos
O estudo foi desenvolvido no Córrego Santaninha, localizado no Distrito Industrial da Cidade de Paraíso do Tocantins. . Foram realizadas coletas mensais nos pontos P1( 22L 0731444 UTM e 8864910, P2 ( 22 L 0731456 UTM e 8864679 ) e P3( 22 L 0731525 UTM e 8864599 ) no intervalo das 07:00 às 08:00 hora da manhã , durante os meses de março de 2015 a abril de 2016, totalizando um número de 36 amostras para analise físico-químicas e 36 para microbiológicas. Os procedimentos adotados para coleta, transporte das amostras seguiram o Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras da Agencia Nacional de Água e Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CAESP, 2011). Foram coletados 100 mL de água em cada ponto amostral em frascos de polietileno esterilizado e identificado. As amostras identificadas foram acondicionadas, em uma caixa térmica, e transportadas para o Laboratório de Saneamento do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Tocantins – Campus Paraíso do Tocantins para analises das amostras. As análises de potencial hidrogeniônico (pH), Condutividade, Temperatura, Turbidez, Dureza, Alcalinidade, Cloretos, Oxigênio dissolvido (OD) , Demanda Bioquímica de oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO) seguiram os métodos analíticos do Standart Methods for Examination of Water and Wastewater da AWWA (America Water Works Association) (APHA, 2005) e as de coliformes totais e termotolerantes por meio da técnica de Tubos Múltiplos, conforme procedimentos descritos pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 2006) e comparados com a Resolução CONAMA Nº 430/2011.
Resultado e discussão
Observa-se que alguns parâmetros pH (6 – 9), turbidez ( ate 110 UNT) e cloretos
( até 250 mg/L) estão de acordo om o preconizado na Resolução n° 410/2011 do
CONAMA. Os parâmetros OD (não inferior a 5 mg O2/L) e DBO ( até 5 mg O2/L)
encontra-se em desacordo com a legislação. Jennings et al 2013 ao analisar os
parâmetros físicos e químicos da água do rio Sarapuí, no município de Duque de
Caxias (RJ) encontrou situação semelhante ao estudo realizado no Córrego
santaninha. O valor de DBO e DQO encontrados indicam que há uma grande
quantidade de matéria orgânica na água, o que mostra que a taxa de OD é muito
baixa, não tendo tanto oxigênio disponível na água, o que é prejudicial ao
sistema. Pode-se constatar que a relação DQO/DBO da amostra está alto indicando
a possibilidade de lançamento de efluentes industriais no corpo hídrico. Os
resultados microbiológicos confirmam que a água do Córrego Santaninha encontra-
se em situação lastimável. Pois de acordo com Pelczar et al (1996), a grande
quantidade de E.coli evidenciada o alto grau de poluição no local. Como a
presença desse microrganismo pode indicar a contaminação por outros patogênicos
intestinais, as pessoas que moram nas proximidades estão vulneráveis a essas
contaminações.
Conclusões
Os resultados mostraram que pH, turbidez e cloretos estão dentro dos valores permitidos pela Resolução CONAMA n°410/2011 o que não ocorre com os valores de OD e DBO, caracterizando um alto teor de matéria orgânica. A fim de reduzir o lançamento de efluentes industriais no Corrego Santaninha seria ideal a implementação de programas de educação ambiental para conscientização da população, bem como a necessidade de saneamento básico. necessita de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), pois é preciso solucionar esse grave problema ambiental e a preservação dos bens naturais esgotáveis.
Agradecimentos
A DEUS.
Referências
ARAÚJO, J.C.; SANTAELLA, S.T. Gestão da Qualidade. In: Gestão das Águas. Nilson
Campos e Ticina Studart (Edit.). Porto Alegre, RS: ABRH. 2. ed. 242 p. 2001.
BECKER, H. Controle Analítico de Águas. Fortaleza – CE, Versão 4. 2008, p. 46
CUNHA, A.C. Monitoramento, Parâmetros e Controle da Qualidade da Água – curso para engenheiros e técnicos das Unidades de Monitoramento (OEMAs). Macapá, AP: PPG7 [et al.]. 88 p. 2000.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646. Acesso em: maio e junho de 2016
JENNINGS et al,. Analise os parâmetros físicos e químicos da água do rio Sarapuí, no município de Duque de Caxias (RJ). 53º Congresso Brasileiro de Quimica Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013. www.abq.org.br/cbq/2013/trabalhos/5/2621-16894.html
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PHILIPPI, J. A.; PELICIONI, M. Educação Ambiental e Sustentabilidade. Barueri, SP:Manole, 2005.
QUINTEIRO, F.L. Levantamento do uso da terra e caracterização de ambientes da bacia hidrográfica do rio Turvo Sujo, com a utilização de aerofotos não convencionais. Viçosa, MG: UFV, 1997, 91 p.
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SPERLING, M.V. Introdução á qualidade das águas e ao tratamento de esgoto. 1ªed. Minas Gerais, 1996.p 50-54.