ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Iniciação Científica
Autores
Salzer, G. (IFSUDESTEMG) ; Pires, D.P. (IFSUDESTEMG) ; Toledo, T.A. (IFSUDESTEMG) ; Barbosa, D.B.A. (IFSUDESTEMG) ; Silva, M.C. (IF SUDESTE MG)
Resumo
A dipirona, reconhecida como uma pro-droga é um fármaco metabolizado no trato intestinal a qual possui um papel analgésico. Já o cobalto, um metal de coloração branca azulada e essencial para o organismo humano é constituinte da vitamina B12 participando da produção de hemácias. Com o objetivo de realizar uma complexação do metal cobalto à dipirona sódica e também ao anador (seu genérico), o trabalho aqui apresentado contribui para a literatura ao realçar as sínteses envolvidas, a construção de uma molécula coordenada por cobalto e as bandas características de espectofotômetro UV-Vis para cada constituinte formado. Tais caracterizações puderam concluir a formação do composto anteriormente almejado a ponto de estimular na continuação da pesquisa sobre os totais efeitos que este poderá ofe
Palavras chaves
dipirona; analgésicos; complexos
Introdução
Na atualidade o uso de fármacos vem crescendo exponencialmente em relação a anos atrás. No século XX, por exemplo, com o aumento da eficiência da prevenção de doenças através de remédios e atendimento médico, a expectativa de vida, menor que quarenta anos até a década de 1940, ultrapassou os sessenta e cinco anos (década de 1990) (WHO, 1997). Tais melhorias nessa expectativa de vida resultaram em investimentos altos em pesquisas correlacionadas com a produção de novas drogas. A dipirona possui um papel analgésico inibindo a síntese de prostaglandinas e é reconhecida como uma pro-droga sendo metabolizada no trato intestinal. O importante a se ressaltar é que tal medicamente é contraindicado para pessoas que possuem discrasias sanguíneas que envolvem alterações sanguíneas do tipo anemias aplásicas. Já o cobalto, um metal duro, ferromagnético e de coloração branca azulada e essencial para o organismo humano é constituinte da vitamina B12 participando da produção de hemácias ajudando assim no combate a anemias aplásicas. Neste ínterim, o trabalho aqui apresentado propõe uma complexação do metal cobalto à dipirona sódica e também ao anador (seu genérico) realçando as sínteses envolvidas, as caracterizações utilizados para a identificação do composto formado e a diferença entre o fármaco e seu genérico no que tange a formação de complexos.
Material e métodos
Para a realização da síntese foi inicialmente feito uma pesquisa na literatura (VOGEL, 1981) a respeito da forma mais eficaz de se quebrar um cetona, visto que, na molécula da dipirona possui um grupo funcional deste tipo. Ao perceber que a melhor maneira provia da solubilização do fármaco em HCl concentrado e logo após adição de álcool etílico realizou-se 2 experimentos explicitados abaixo. 1º experimento: Utilizando de 0,3276g de dipirona e quantidade suficiente de HCl para solubilização completa (2mL). Adicionou-se 2 mL de álcool etílico, deixando a solução repousar por 1 semana. A filtragem foi realizada após este tempo para garantir que não havia nenhuma partícula sólida. 2º experimento: Este experimento realizou-se com 0,9411g de anador (genérico da dipirona) e quantidade suficiente de HCl para solubilização completa (29 mL). Adicionou-se 29 mL de álcool etílico deixando a solução repousar por 1 semana. A filtragem foi realizada após este tempo para garantir que não havia nenhuma partícula sólida. Após esta preparação, realizou-se a síntese separando as soluções do experimento 1 e 2 em alíquotas de 5 mL. Preparou-se uma solução de CoCl2 com concentração de 1mol/L e volume de 50mL separando o todo em alíquotas de 5 mL. Por fim adicionou 5 mL do experimento 1 em 5 mL do CoCl2 e 5 mL do experimento 2 em 5 mL do CoCl2.
Resultado e discussão
Após 10 dias obteve-se dois líquidos: um vermelho (exp. 1) e outro marrom-
avermelhado (exp.o 2) e então iniciou-se a etapa de caracterização sendo
escolhido como ponto de partida o espectofotômetro Lambda 25 Perkin Elmer na
região do visível para identificação das bandas. Com isso para o exp. 1 foi
obtido (Figura1):
Analisando este gráfico é possível identificar um pico de intensidade em 469
nm obtido após a síntese chamando atenção para o cobalto que já o
demonstrava nesse comprimento, entretanto com intensidade menor. Além disso,
observa-se as variações de intensidade do composto dipirona/cobalto e o
cobalto que são nos mesmos comprimentos de onda podendo encontrar em ambos
os picos em 568, 601 e 627 nm.
Caracterizando a solução formada no exp.2 obteve-se (Figura 2):
Observando este gráfico observa-se picos semelhantes ao anterior como em 470
(469), 568, 601 e 627 nm. O que vale ser ressaltado tanto no gráfico 1 como
no 2 é de fato o pico em 470 (469) nm já que em ambos obteve a maior
intensidade. Esta banda que também é característica do Co(II) indica a
coordenação ao analgésico. Foram verificadas as faixas de intensidade desses
compostos na região do visível sendo o primeiro (Co(Cl4)2-) entre 590 e 700
nm e o segundo Co(H2O)62+ entre 430 e 550 nm. Considera-se um deslocamento
hipsocrômico do gráfico base em relação ao obtido experimentalmente. É
importante salientar que mesmo possuindo gráficos parecidos a dipirona e o
anador se diferenciam na absorção já que a dipirona possui menos excipiente
do que seu genérico. Para garantir a presença de Co(II) na solução realizou-
se um teste analítico com íons tiocianato (Baccan, 1995; Vogel, 1981) no
qual verificou-se a cor azul, que indica a presença do íon cobalto(II).
Espectro UV-vis para o complexo obtido via experimento 1.
Espectro UV-vis do complexo obtido via experimento 2
Conclusões
Como observado a partir dos gráficos conclui-se que o cobalto se coordenou a molécula de dipirona e anador estando em equilíbrio químico a outras espécies presente como o cobalto hexahidratado ao passo que as funções biológicas que este novo composto adquiriu poderão ser estudadas mais a fundo em teste microbiológicos específicos
Agradecimentos
A fAPEMIG pela bolsa concedida e ao IFSUDESTEMG.
Referências
Erling Antony, Christine Muccianti, and Tracy Vogel. An Experimental Determination of Thermodynamic Values, 2012
VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. 5 ed. Mestre Jou, 1981.
Abbate R, Gori AM, Pinto S et al. Cyclooxygenase and lipoxygenase metabolite synthesis by polymorphonuclear neutrophils: in vitro effect of dipyrone
FERREIRA, Ana Maria da Costa. Química inorgânica. Aula 11 – Reatividade de compostos de coordenação. IQ-USP, 2014