DESENVOLVIMENTO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA BRUTA PARA FINS DE ABASTECIMENTO - IPA PARA AMAZÔNIA

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Iniciação Científica

Autores

Silva, L. (UFPA) ; Oliveira, A. (UFPA) ; Rocha, R. (UFPA) ; Santos, L. (UFRA) ; Freitas, K. (UFPA) ; Pereira, S. (UFPA)

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo coletar amostras de água dos pontos georreferenciados dos reservatórios da UHE de Tucuruí, Curuá-Una e Samuel de acordo com os parâmetros do índice de qualidade da água bruta para fins de abastecimento – IPA.Realizamos quatro campanhas divididas em 35 pontos de coletas, os quais utilizamos coletas pontuais em três extratos de profundidades, com exceção da transparência.As amostras de água seguiram para análise no LAQUANAM/UFPA e para o LACEN/ELETRONORTE.Ressaltamos que as análises de OD, Temperatura e pH foram medidos in situ. Através dos resultados obtidos das amostras de água das UHE's,fomos capazes de comparar os resultados com os parâmetros da CETESB2010.Onde identificamos que alguns pontos de coleta podem ser classificados como bom, aceitável/regular.

Palavras chaves

Água; Abastecimento; IPA

Introdução

A água é um recurso natural de fundamental importância para a vida no planeta e indispensável para o desenvolvimento da sociedade, no entanto apesar de sua abundância, apenas uma pequena quantidade está disponível para o consumo humano. Segundo a Agência Nacional de Águas – ANA (2006), o planeta não está perdendo água, mas a qualidade disponível está diminuindo, os mananciais utilizados para diversos fins estão sendo comprometidos pelo lançamento de esgotos, originando organismos patogênicos e substâncias tóxicas, tornando essa água inapropriada para o consumo humano. Visto a isso, resolvemos desenvolver um trabalho que pudesse analisar a qualidade das águas em áreas inundadas de Usinas de Hidrelétrica – UHE, o qual utilizamos neste trabalho o IPA - Índice de Qualidade da água bruta para fins de abastecimento. De acordo com a CETESB (2011), O IPA é o produto da ponderação dos resultados atuais do IQA (Índice de Qualidade de Águas) e do ISTO (Índice de Substâncias Tóxicas e Organolépticas), que é composto pelo grupo de substâncias que afetam a qualidade organoléptica da água, bem como de substâncias tóxicas, vale ressaltar que as substâncias tóxicas são aquelas capazes de provocar a morte ou danos à saúde humana se ingeridas, inaladas ou por contato com a pele, mesmo em pequenas quantidades. Já as propriedades organolépticas são aquelas que podem ser percebidas pelos sentidos humanos, por exemplo, olfato e paladar (CREMASCO et. al., 2009). Nossas áreas de estudo foram os reservatórios da UHE Tucuruí, Curuá-Una e Samuel, onde para a realização das coletas ao longo das represas utilizamos pontos georreferenciados(Global Positionning System). O objetivo desta pesquisa foi analisar os pontos de acordo com os parâmetros do IPA e compará-las com a CETESB 2010 e CONAMA 357/2005

Material e métodos

O IPA será apresentado e discutido através de cálculos, considerando os resultados obtidos nas quatro campanhas em intervalo trimestral, durante o ano de 2015 nos reservatórios da UHE-Tucuruí, Curuá-Una e Samuel. As amostras foram coletadas em diversos pontos amostrais sendo planejados da seguinte maneira: 16 em Tucuruí, 8 em Curuá-Una e 11 em Samuel, totalizando 35 estações de coleta, todas as variáveis foram medidas em três extratos de profundidade, com exceção da transparência. As análises foram realizadas de acordo com a resolução 357/2005 do CONAMA. Para a realização das coletas ao longo das represas utilizamos pontos georreferenciados por GPS. Após identificadas as montantes e jusantes das hidrelétricas iniciamos as coletas, obedecendo os pontos de cada região. A coleta de água foi realizada trimestralmente obedecendo ao período de maior e menor precipitação pluviométrica e dois períodos intermediários para a região Norte. As coletas foram realizadas através de garrafa modelo "Van Dorn" (volume de 5 litros), obedecendo a critérios preconizados pela CETESB (1988). Parâmetros físico-químico como OD, pH e Temperatura foram medidos in situ. As amostras de água foram levadas resfriadas para o LAQUANAM/UFPA, logo após a coleta, as amostras foram acondicionadas em caixa de poliestireno expandido (EPS) contendo gelo, de forma a manter a temperatura de aproximadamente (4ºC). Após o envio das amostras para Belém estas foram acondicionadas em geladeiras no laboratório central da Eletronorte (LACEN-ELETRONORTE) para posterior tratamento, análise e filtradas em membranas tipo GFF (Millipore 0,45 mM) utilizando sistema de filtração a vácuo. A transparência foi medida através de um disco de Secchi. As demais variáveis foram medidas utilizando sondas multiparamétricas.

Resultado e discussão

Nas figuras 3, 4 e 5 mostram os IPAs médios das quatro campanhas para cada ponto de coleta para os reservatórios de Tucuruí, Curuá-Una e Samuel respectivamente, a linha vermelha em cada gráfico indica o limite inferior para classificação BOM de acordo com a Tabela 2 Observa-se na Figura 3 que praticamente todos os pontos de coletas foram classificados com BOM para o abastecimento público após tratamento convencional á exceção dos pontos CF - Canal de Fuga, LT- Linha de Transmissão, JT- Jusante Tucuruí e NP - Nazaré dos Patos. Os pontos CF e NP obtiveram índices iguais a 50,02 e 50,53 respectivamente, valores muito próximo ao limite inferior da classificação BOM para IPA de acordo com a Tabela 2. Os pontos LT e JT foram classificados como ACEITÁVEL/REGULAR com IPAs de 47,12 e 48,76 respectivamente. O ponto LT é situado na calha do Rio Tocantins, próxima a cidade de Tucuruí, neste ponto há lançamento de esgoto, porém como o volume de água é alto ocorre o efeito de diluição desses efluentes de esgoto. O ponto de coleta JT encontra-se afastada das margens que possuem vegetação alta, apresentando expressiva turbulência. Ambiente lótico. Para Curuá-Una, os pontos Cu-M4, CU-CF e CU-J2 obtiveram valores médios de IPAs iguais a 48,41; 47,85 e 49,87 classificados como ACEITÁVEL/REGULAR, todos com valores próximo ao limite inferior de classificação BOM para IPA.Dentre os pontos classificados como ACEITÁVEL/REGULAR na UHE de Samuel, o ponto SA-J1 - Jusante 1 rio Jamari foi o que obteve menor valor de IPA 42,42.

IPA UHE TUCURUI

UHE TUCURUI CLASSIFICADA COMO BOM DE ACORDO COM A CETESB 2010

IPA UHE CURUA-UNA



Conclusões

Todos os parâmetros estiveram de acordo com os valores estabelecidos pela resolução 357/2005 do CONAMA, podemos considerar que os resultados obtidos são de classe 2. Os reservatórios foram classificados como BOM, BOM e ACEITÁVEL para UHE-Tucuruí, Curuá-Una e Samuel respectivamente.O objetivo do trabalho foi alcançado em calcular o IPA e compará-las aos parâmetros regidos pela CETESB, 2010 e a Resolução CONAMA 357/2005. Esta pesquisa foi realizada em parceria com Programa Eletronorte de Pesquisa e Desenvolvimento – PEPD. Quanto as análises de IQA e ISTO serão apresentados em outro trabalho.

Agradecimentos

Agradecemos à parceria do LAQUANAN/UFPA,LACEN/ELETRONORTE e PIBIC/UFPA, assim como todos da equipe, em especial à minha orientadora pela paciência e por acreditar em meu

Referências

ANA - AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS. Panorama da Qualidade das Águas Superficiais no Brasil, Caderno de Recursos Hídricos, Brasília, SPR. 2006.
CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Amostragem e monitoramento das águas subterrâneas – Norma CETESB, 1988.
CETESB. Variáveis de qualidade da água. Disponível em <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/variaveis.asp> acesso em 10/01/2010.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB). Qualidade da água: Rios > Índices de Qualidade das Águas > Índices. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br /Agua / rios/indice.asp>. Acesso em: 20 mar. 2011.
CONAMA (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE). RESOLUÇÃO No. 357. Ministério do Meio, 2005.
CREMASCO, C. P.; GABRIEL, J. E. F.; GABRIEL, L. R. A.; FILHO, L. R. A. G.; GABRIEL, L. R. A.; ROMANINI, P. A. Determinação das funções de pertinência dos índices de qualidade da água e de substâncias tóxicas e organolépticas. Presidente Prudente: Colloquium Exactarum, 2009. v. 1, n. 1, p. 46-55.

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