CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA EM QUÍMICA NAS AULAS DE CIÊNCIAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Iniciação Científica

Autores

Souza, R.M. (UFMA) ; Nunes, E.S. (UFMA) ; Pinto, L.V. (UFMA) ; Marques, C.V.V.C.O. (UFMA)

Resumo

O trabalho apresenta resultados de pesquisa sobre formação de professores realizada pelo grupo de pesquisa em ensino de ciências naturais–GPECN/UFMA, em uma amostragem de escolas públicas de E. Fundamental da zona urbana da cidade de Codó–Maranhão. Este recorte descreve diagnosticamente o perfil das metodologias utilizadas por professores que atuam na disciplina de ciências, pontualmente em relação às suas didáticas básicas de ensino de química do 9º ano do ensino fundamental. Os dados revelaram que o processo metodológico segundo o discurso dos professores ainda centra-se no ensino tradicional, visto que grande parte dos professores faz uso de aulas expositivas e do livro didático como principal instrumento de trabalho, e usam as provas escritas como forma de verificação da aprendizagem.

Palavras chaves

Ensino de Ciências; Professores; Metodologia

Introdução

A sociedade contemporânea tem demandado novas competências e habilidades que possibilitem o cidadão a exercer de forma bem sucedida o exercício de seus ofícios (BRASIL, 1996). Diante deste contexto, exige-se da escola e do professor posturas diferenciadas e metodologias diversificadas que alcancem um ensino efetivo e bem sucedido na formação das competências necessárias a esta nova sociedade (MIZUKAMI, 2005). Na medida em que a Ciência e a Tecnologia obtiveram seu reconhecimento como essenciais no desenvolvimento econômico, cultural e social, o ensino das Ciências em todos os níveis foi também crescendo de importância, sendo objetivo de inúmeros movimentos de transformação do ensino, servindo de ilustração para tentativas e efeitos das reformas educacionais (KRASILCHIK, 2000). Estes fenômenos inferem pontualmente repercussões em muitos segmentos da sociedade, principalmente no modelo de trabalhador, que vem precisando apresentar novas qualidades para atuar de forma bem sucedida em seus ofícios, como por exemplo, a flexibilidade, a eficiência e a polivalência, no sentido de adaptação rápida às novas demandas de mercado, a necessidade de mudanças nas suas didáticas de ensino, tornando-a uma interação dinâmica com os alunos para uma aprendizagem significativa do conhecimento. Há uma grande necessidade de metodologias diversificadas para a melhoria da qualidade do ensino, porém muitos professores ainda assumem uma postura tradicionalista em relação à adesão especificamente do livro didático em sala de aula (KRASILCHIK, 2004). Certamente, não há o método ideal para ensinar os alunos a enfrentar a complexidade dos assuntos, mas sim haverá alguns métodos potencialmente mais favoráveis do que outros que possam está auxiliando na apropriação do conhecimento (BAZZO, 2000).

Material e métodos

A proposta metodológica deste trabalho baseou-se na perspectiva de pesquisa qualitativa, utilizando como instrumento de coleta de dados, questionários semiestruturados e entrevistas abertas para obtenção de informações para revelar o perfil metodológico do conjunto de professores efetivos atuantes na disciplina de ciências da natureza do 9º ano do Ensino Fundamental. Os questionários e entrevistas utilizados foram adaptados de Marques (2010) e os dados foram organizados e trabalhados para a construção das redes sistêmicas (BLISS e OGBORN, 1983). A análise dos resultados seguiu os preceitos de organização de dados em estudos de redes sistêmicas, podendo-se caracterizar que as principais metodologias de ensino utilizadas segundo o discurso dos professores em três perspectivas. Dessa maneira os dados foram obtidos através de três linhas de investigação: Como os alunos aprendem ciências? O que os alunos precisam aprender em ciências? Como são as metodologias para ensinar ciências?

Resultado e discussão

As escolas da zona urbana da cidade de Codó somam um conjunto de 34 professores de ciências naturais, sendo que 24 destes são sujeitos nesta pesquisa. O processo metodológico do ensino de química a partir das linhas de investigação em questão apresentou-se da seguinte forma: (i) A partir da primeira linha de investigação a Diversificação Metodológica, onde as unidades de significados suscitaram três caminhos distintos que são: (i) aulas tradicionais, com apenas transmissão e recepção de conteúdo; (ii) aulas no modelo transitório em relação ao desenrolar de habilidades e atitudes nos estudantes e (iii) aulas no modelo construtivista, na perspectiva que o aluno realiza a construção do conhecimento pessoal, à medida que relaciona os conhecimentos prévios com os já adquiridos. Para segunda linha de investigação destacou-se a necessidade Conceitual, seguindo como base para a aprendizagem de conceitos fundamentais e construção de uma base sólida através do conhecimento científico. Para a terceira linha de investigação, os docentes enfatizaram os Procedimentos de Ensino e seus Instrumentos Metodológicos de ciências, aos quais foram: aulas expositivas (66,7%), aulas práticas (13,2%), aula dinâmica (12,5%), as quais são centradas na resolução de provas e listas de exercício para verificação da aprendizagem. Em relação aos instrumentos preponderou-se: o livro didático (79,2%), data show (50%), etc. De modo geral, podem-se caracterizar os professores como docentes que buscam estratégias diferenciadas no intuito de possibilitar uma aprendizagem significativa em suas aulas, porém uma parte considerável de professores ainda persiste num modelo tradicional de ensino, aqui representado pelas aulas expositivas, além de usar o livro didático como principal norteador da prática educativa.

Conclusões

Pode-se concluir que o processo metodológico ainda centra-se no ensino tradicional, visto que a grande parte dos professores faz uso de aulas expositivas e do livro didático como principal instrumento de trabalho. Em relação à forma de verificação da aprendizagem, a mesma baseia-se predominantemente em provas escritas e lista de exercícios. Sabendo que a construção do conhecimento dentro de sala de aula é contínua e várias são as metodologias que devem ser utilizadas é necessária uma pluralidade de estratégias para alcançar a significação do aprendizado.

Agradecimentos

A Universidade Federal do Maranhão e Secretaria Municipal de Educação de Codó- SEMED

Referências

BAZZO, V. L. Para onde vão as licenciaturas?: a formação de professores e as políticas públicas. Educação, Santa Maria, RS, v. 25, n. 1, p. 53-65, 2000.

BLISS, J. M., M.; OGBORN, J. Qualitative data analysis for educational research: a guide of systemic network. London: Croom Helm, 1983.

BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.

KRASILCHIK, M. Prática de ensino de biologia. 4. ed. São Paulo: Ed. da USP, p.198, 2004.

KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. São Paulo em perspectiva, 14 (I) 2000.

MARQUES, Clara V. V. C. O. Perfil dos cursos de formação de professores dos programas de licenciatura em química das instituições públicas de ensino superior da região nordeste do país. São Carlos: UFSCar, 2010. 291 f.

MIZUKAMI, M. G. N.; et al. Processos formativos da docência: conteúdos e práticas. 1. ed. São Carlos: EDUFSCar, 2005. 330 p.

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