ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Iniciação Científica
Autores
Marques, G.N. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS MONTE CASTELO) ; Azevedo, E. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS MONTE CASTELO) ; Santos, J.L. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS MONTE CASTELO) ; Nascimento, M.J. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS MONTE CASTELO) ; Teixeira, E.J.N. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS MONTE CASTELO) ; Sousa, D.G. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS MONTE CASTELO) ; Rodrigues, A.A. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS MONTE CASTELO)
Resumo
Ao se debater a temática do lúdico no ensino de química, a primeira coisa que pode surgir logo de imediato são os jogos, que apesar de serem objetos de estudos há muito tempo, ainda não ganharam o espaço merecido nas salas de aula do país. O uso do jogo sem duvida é algo muito importante para o processo ensino-aprendizagem, uma vez que ele conduz a exploração e a construção do conhecimento através da interação dinâmica entre as características do jogo e educação. A partir dessa pesquisa foi desenvolvido um jogo que serviu como uma ferramenta de auxilio no ensino dos conteúdos dos átomos, tabela periódica e sua classificação. Os resultados obtidos nos questionários após a utilização do jogo foram significativamente positivos e evidenciaram a importância do jogo na compreensão dos conteúdos.
Palavras chaves
Jogo didático; Ensino de Química; Tabela periódica
Introdução
Atualmente nas diversas áreas da educação têm sido frequentes os estudos dos jogos como ferramentas didática para aprendizagem de diversos conteúdos. Não é de agora esse interesse, de acordo alguns estudiosos essa com o estudo mais aprofundado do jogo se manifesta devido ao prazer envolvido na atividade lúdica, (HUIZINGA (2000); SOARES (2013)). De acordo com Kishimoto (2009) o uso do jogo em sala de aula conduz a exploração e a construção do conhecimento, quando insere as propriedades do lúdico no campo do ensino e da aprendizagem, através da interação dinâmica entre as características do jogo e educação. Outro fator importante que necessita de atenção é a escolha do jogo, segundo Cunha (2012) o professor deve conhecer muito bem tanto o jogo quanto as especificidades dos seus alunos, assim como deve estar planejado quanto aos objetivos que pretende alcançar ou até mesmo a integralização de vários objetivos dentro da aplicação de um só jogo. Soares (2013) elenca critérios muito parecidos com os que Cunha (2012) orienta, dentre eles a importância de se assegurar tanto a essência do jogo quanto o processo educativo. Apesar de recente a utilização do jogos no ensino de química (SOARES, 2013), são perceptíveis os resultados positivos obtidos através da aplicação dos jogos nas salas de aula pelo país (SOARES, 2013).
Material e métodos
O objetivo desse trabalho foi desenvolver um jogo didático que pudesse ser utilizados na sala de aula como ferramenta auxiliar no ensino dos conteúdos dos átomos, tabela periódica e sua classificação, para isso foi necessário fazer um levantamento a respeito dos assuntos nos livros didáticos do 9º ano (Ensino Fundamental) e 1ª Série (Ensino Médio). Logo após foram aplicados alguns questionários com duas turmas, uma de cada ano, para que fosse possível identificar as principais dificuldades dos alunos com respeito a esses temas. A terceira etapa da pesquisa foi direcionada a criação do jogo baseado no levantamento dos conteúdos feito nos livros utilizados nas escolas. O jogo desenvolvido é no formato de tabuleiro, no mesmo modelo da tabela periódica e dispõe de 118 cartas, sendo que a maioria delas apresenta três perguntas com diferentes níveis de dificuldade (Fácil, Intermediário e Difícil), algumas cartas (Elementos das famílias dos halogênios e gases nobres) apresentam características diferenciadas, que permitem o jogador ganhar mais pontos de acordo com a finalidade das respostas, há outras cartas como a dos elementos líquidos que podem fazer o jogador reiniciar o jogo, se errar a resposta da carta. Todas as perguntas estão distribuídas de acordo com os temas propostos pelo jogo, e podem ser utilizadas de acordo com a necessidade do professor (Atividade ou Avaliação) ao aplicá-lo na sala de aula. Ganha o jogo o aluno que somar 100 pontos nas suas respostas, pra isso terá que passar por alguns desafios que podem custar alguns pontos.
Resultado e discussão
Durante a pesquisa foram aplicados 4 questionários com 82 alunos (Ensino
Fundamental e Médio) e 2 professores. Pode-se perceber que apesar da
disciplina ser indispensável para o cotidiano, 74,7% dos alunos mostrou
através do primeiro questionário não se interessar pela química. Além disso,
89% dos alunos do ensino médio não sabiam conteúdos básicos como, por
exemplo, o conceito de átomo e nem onde esse se aplica. O assunto de
distribuição eletrônica era um verdadeiro “bicho de sete cabeças” para os
alunos do 9º ano que pelo menos de acordo com o cronograma da escola já
deviam estar bem adiantados. Durante aplicação do jogo os alunos mostraram-
se bastante animados e interessados. Estavam sempre dispostos a cumprir os
desafios que surgiam no decorrer do jogo. O professor notou inclusive, que
até mesmo os alunos menos participativos estavam envolvidos com a dinâmica
do jogo. Os resultados obtidos no questionário após a utilização do jogo
foram significativamente positivos e evidenciaram a importância do jogo na
aprendizagem dos conteúdos. Conteúdos considerados difíceis, como as
propriedades periódicas dos elementos e números quânticos já não eram uma
barreira para 76% dos estudantes. De acordo com 81% dos alunos entrevistados
o uso do jogo foi essencial para entender os assuntos ligados à tabela
periódica e os átomos, resposta essa, que se assemelha às conclusões de
Kishimoto (2009) que aponta os resultados da utilização de jogos como uma
relação entre um sistema linguístico que funciona dentro de um sistema de
regras influenciado por um objetivo, nesse caso de ajudar os alunos na
compreensão dos conteúdos fundamentais na química: Átomos e tabela
periódica.
Fichas do jogo
Cartas do jogo
Conclusões
Através dessa pesquisa foi possível perceber o quanto é importante o uso dos jogos no ensino de química e como essa ferramenta favorece a aprendizagem dos alunos. Outro ponto que merece atenção é a forma com a qual o jogo deve ser utilizado, sempre acompanhado de um objetivo claro que possa ajudar na compreensão dos diversos conteúdos. O professor deve sempre estar atento às necessidades dos alunos pra que possa alcançar resultados significativos durante a aplicação dessa ferramenta. Apesar de serem pouco utilizados, os jogos são fundamentais para a aprendizagem dos conteúdos de química.
Agradecimentos
AO IFMA - Campus São Luís Monte Castelo
Referências
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. 4ª edição. São Paulo: Perspectiva, 2000.
SOARES, Márlon Herbert Flora Barbosa. Jogos e Atividades Lúdicas no Ensino de Química. Kelps: Goiânia, 2013.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. In: KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org). Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 12ª edição. São Paulo: Cortez, 2009.
CUNHA, Márcia Borin. Jogos no Ensino de Química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Revista Química Nova na Escola, v.34, n.2, p.92- 98, maio, 2012