ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Iniciação Científica
Autores
Alencar, G.K.S. (IFRJ) ; Castro, D.L. (IFRJ) ; Ruas, L.V. (IFRJ) ; Silva, A.A. (IFRJ)
Resumo
O presente estudo realizou a prospecção fitoquímica do extrato alcóolico das folhas de Unxia kubitzkii. de modo que possibilitem a ampliação do banco de dados, já que no gênero foi encontrada uma espécie já descrita quimicamente, que apresentou potencialidade medicinal por se tratar de um poderoso colagogo.O levantamento bibliográfico da planta constata um reduzido número de informações farmacognóstica, tornando este trabalho inédito e de alta relevância. Foram realizadas 10 análises do extrato do material vegetal para detectar a presença de: esteróides e triterpenos, bases orgânicas, alcalóides, orto-fenóis e meta-fenóis, para-fenóis livres, cumarina, ácidos orgânicos, compostos antraquinônicos livres e flavonóides. Seguindo a metodologia adaptada descrita por COSTA (2001).
Palavras chaves
prospecção fitoquímica; extrato alcóolico; Unxia Kubitzkii
Introdução
O crescente interesse no uso de plantas medicinais para a elaboração de fármacos fitoterápicos tem gerado muitos estudos, pois muitas espécies vegetais ainda não foram pesquisadas. O interesse em fazer o estudo fitoquímico da planta Unxia Kubitzkii surgiu ao fazer o levantamento bibliográfico da planta e observar que dentro do gênero Unxia a espécie Unxia camphorata L. f. (São-João- Caá), é a única que foi encontrada com componentes químicos já estudados, apresentando: constituintes químicos – óleos essenciais e sesquiterpênicos; propriedades medicinais – poderoso colagogo; indicações – distúrbios digestivos, males do fígado, tratamento de hepatite e combate ao colesterol; parte utilizada – toda a planta, de acordo com PLANTAMED (2016). A Unxia kubitzkii H. Rob. trata-se de uma espécie de utilização paisagística, cultivada geralmente em bordaduras ou em grupos formando conjuntos isolados, a pleno sol, em canteiros ricos em matéria orgânica, mantidos sempre úmidos, (LORENZI, 2001).É um vegetal herbáceo ereto, perene, muito ramificado, nativo do Brasil, de 30-50 cm de altura, de florescimento decorativo. Folhas simples, um pouco ásperas, com margens serradas, curto pecioladas, e de coloração verde amarelada. Flores pequenas, reunidas em capítulos igualmente pequenos, solitários em hastes axiliares, de cor amarelo-ouro, formada quase o ano todo, principalmente no verão, segundo LORENZI (2001). É popularmente conhecida como botão-de- ouro.
Material e métodos
Classicamente, a caracterização dos principais grupos de substâncias vegetais de interesse tem sido conseguida pela realização de reações químicas que resultem no desenvolvimento de coloração e/ou precipitado característico, segundo SIMÕES (2007). Para a realização dos testes utilizou-se 200 g das folhas frescas de Unxia kubitzkii e 200 mL de etanol PA e seguiu-se a marcha de análise adaptada descrita por COSTA (2001). Foram realizados 10 testes: 1-Esteróides e Triterpenóides; 2- Bases Orgânicas; 3- Alcalóides; 4- Orto- fenóis e para- fenóis; 5- Para-fenóis livres; 6- cumarina; 7- Ácidos Orgânicos; 8- Fenóis; 9- Compostos antraquinônicos livres e 10- Flavonóides.
Resultado e discussão
Segundo SIMÕES (2007), a pesquisa fitoquímica tem por objetivos conhecer os
constituintes químicos de espécies ou avaliar a sua presença. Quando não se
dispõe de estudos químicos sobre a espécie de interesse, a análise
fitoquímica preliminar pode indicar os grupos de metabólicos secundários
relevantes na mesma. Caso o interesse esteja restrito a uma classe
específica de constituintes ou às substâncias responsáveis por uma certa
atividade biológica, a investigação deverá ser direcionada para o isolamento
e a elucidação estrutural das mesmas.
Observou-se em diferentes prospecções fitoquímicas que em solventes
alcóolicos e seus derivados, geralmente são identificados, triterpenóides,
esteróides, flavonóides, compostos fenólicos, taninos, saponinas e
alcalóides. Visto isso, pode-se observar com os resultados do trabalho,
comparado a literatura, de esteróides e triterpenóides, compostos fenólicos,
alcalóides, cumarinas e ácidos orgânicos.
A presença dessas substâncias, conhecidas como metabólitos secundários,
podem atribuir a planta potencial medicinal, como ocorreu na Unxia
camphorata que é do mesmo gênero da planta estudada. Portanto, é necessário
que no futuro esse extrato seja encaminhado para um estudo fitoquímico, no
qual poderão ser identificados as substâncias que estão ativas na planta.
Na tabela pode-se observar as substâncias que estão presentes no extrato alcóolico de Unxia kubitzkii H. ROB.
Conclusões
Portanto, com os resultados obtidos no extrato alcóolico das folhas de Unxia kubitzkii pode-se comprovar a existência de substâncias conhecidas como metabólitos secundários. Visto isso,vê-se a necessidade do encaminhamento do extrato alcóolico para um estudo fitoquímico, no qual se identificará as substâncias presentes e ativas na planta utilizada na pesquisa.
Agradecimentos
Agradecimentos ao Instituto Federal do Rio de Janeiro por disponibilizar o local e a CNPq ao apoio financeiro.
Referências
BREMER, K. Asteraceae, cladistics & classification. Portland: Timber Press, 1994. 752p.
COSTA, A.F. Farmacognosia. V.III, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
CRONQUIST, A. Phylogeny and taxonomy of the Compositae. Am. Midl. Nat. 1955. 53: 478-511.
CRONQUIST, A. The evolution and classification of flowering plants. Hoghton Mifflin, Boston. 1968.
LORENZI, H.Plantas Ornamentais do Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. Nova Odessa: Plantarum, 2001.1088p.
PEREIRA, A. C.; CASTRO, D. L. Prospecção Fitoquímica e Potencial Citotóxico de Unxia kubitzkii H.Rob. (Asteraceae-Heliantheae). Revista Brasileira de Biociências. Porto Alegre, v. 5, supl. 2, Jul.2007. p. 231- 233. Disponível em: < http//www.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/article/viewFile/224/218> Acesso em: 18 de julho de 2016.
PLANTAMED. Plantas e ervas medicinais e fitoterápicos. Disponível em <http//www.plantamed.com.br> Acessado em: 18 de julho de 2016.
SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6. ed. Florianópolis: UFSC, 2007.