ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Iniciação Científica
Autores
Matos, J.M. (IFMA) ; Azevedo, E. (IFMA) ; Marques, G.N. (IFMA) ; Costa, A.R.C. (IFMA) ; Melo, A.L.M. (IFMA) ; Costa, A.C. (CENTRO DE ENSINO PROFª MARGARIDA PIRES LEAL) ; Marques, J.C. (IFMA)
Resumo
O presente artigo tem como objetivo demonstrar a importância do jogo como ferramenta facilitadora no ensino de química orgânica através da aplicação em sala de aula. A partir disso foi desenvolvido um jogo de cartas, chamado Orgânica Fast, aborda conteúdos introdutórios de química orgânica, área considerada complexa por alunos do ensino médio. O jogo funciona através de batalhas de equipes e conta com o fator tempo, aspecto que deve ser levado em conta no que se refere a métodos de avaliação. O trabalho desenvolvido com os alunos obteve resultados positivos, aliado a mediação do professor em sala de aula ajudou na construção do conhecimento de forma dinâmica, permitindo aos alunos experimentarem o lúdico como através do jogo.
Palavras chaves
Ensino de química; Ludicidade; Jogos didáticos
Introdução
O uso de jogos como ferramenta de aprendizagem tem sido um tema bastante discutido por estudiosos, já que com este recurso o professor pode ensinar de forma diferenciada, facilitando o processo de ensino-aprendizagem. O jogo é uma peça importante no desenvolvimento humano, oferecendo a quem dele faz uso, o desenvolvimento cognitivo e emocional. Alguns estudos demonstram que o jogo não serve apenas para desenvolver o lado imaginário, mas também na assimilação do conteúdo abordado no mesmo, “por ser uma atividade dinâmica capaz de transformar-se com o contexto” (Maranhão, 2004). De acordo com Zanon (2008) o ensino de química orgânica acontece na maioria das vezes de forma tradicional, fixada apenas na transmissão-recepção de conhecimentos que, em muitos casos, não efetiva o processo ensino-aprendizagem. Além disso, a química orgânica é uma disciplina de grande importância na formação dos alunos e na sua interação com o cotidiano. Na literatura é possível perceber uma diferença nos tipos de jogos utilizados em sala, o mais comum é o jogo didático, que é feito com o objetivo de atingir conteúdos específicos e tem como principais características objetivos bem definidos, mas pouco flexíveis dentro do planejamento escolar (Marques, 2015).
Material e métodos
O jogo, Orgânica Fast foi criado com o objetivo de ajudar alunos da 3ª série do ensino médio na aprendizagem e fixação dos conteúdos iniciais da disciplina. A primeira etapa da pesquisa foi a revisão bibliográfica do tema “jogos no ensino de química”, com o objetivo de analisar as características principais do jogo didático como contribuição para o ensino-aprendizagem de química. Em seguida foram feitas análises dos conteúdos de química orgânica que fariam parte do jogo, entre eles: Cadeias carbônicas; Hidrocarbonetos: nomenclatura e classificação; Classes funcionais e Isomeria. Foram elaboradas perguntas do conteúdo de orgânica, e dividimos em três categorias (fácil, intermediário, difícil), com uma pontuação específica para cada nível da pergunta (1,2 e 6 pontos), cada pergunta disponível no jogo deveria ser respondida dentro do tempo estabelecido previamente para cada categoria de perguntas (30s, 1min e 2 min). O jogo foi aplicado em turmas diferentes da 3ª serie do ensino médio. Inicialmente a sala foi dividida em 4 equipes, separadas por cores (verde, laranja, lilás e Azul), o professor como mediador do jogo, gira a roleta que define através da cor o grupo que começa a rodada e um dos membros desse grupo sorteado escolhe o nível das perguntas da rodada, e todos os demais grupos devem responder as perguntas da mesma categoria. A equipe que chegar a 30 pontos primeiro vence o jogo. Um dos pontos fundamentais pensados no momento do planejamento do jogo foi a dificuldade enfrentada pela maioria dos alunos do ensino médio em aprender química, tal dificuldade tem como consequência a recente queda da média de ciências da natureza na prova do ENEM, baseado nisso o jogo é focado não só no aprendizado da química orgânica, mas também na agilidade necessária para fazer prova.
Resultado e discussão
O jogo foi aplicado em duas turmas do 3ª ano do ensino médio do CEM
Margarida Pires Leal, São Luís-MA, participaram da pesquisa 58 alunos. Um
ponto que chamou atenção nos dados obtidos através do questionário foi que
55% dos alunos já ficaram de recuperação em química, comprovando a
dificuldade existente no aprendizado da matéria. Os alunos estavam bastante
envolvidos na dinâmica do jogo, acertar as perguntas era motivo de festa
entre os grupos, não só pelo divertimento, mas também pela competitividade
exercida pelo jogo. No andamento do jogo a professora sentiu a necessidade
de alterar a formação de um dos grupos, por que segundo ela as alunas não
estavam participando na atividade com o mesmo interesse dos demais. Ao fim
do jogo um dos alunos afirmou que “a aula de química deveria ser assim todos
os dias”, evidenciando pontos importantes encontrados na literatura sobre a
efetividade dos jogos na aprendizagem e interação dos alunos com a
disciplina em questão. A professora se mostrou surpresa com os acertos de
alguns alunos que não demonstram bons resultados quando utilizados outros
métodos avaliativos. A respeito das regras do jogo, o questionário apontou
que os alunos não tiveram dificuldades para entender.
Conclusões
A partir do trabalho desenvolvido com alunos do 3º ano do ensino médio foi possível confirmar que há um déficit no aprendizado da química orgânica, entretanto o uso de jogos como facilitador de aprendizado é um importante recurso que deve ser utilizado casa vez mais em sala de aula, sem esquecer da importância do professor na atividade, que deve ter a percepção para com a necessidade de variação de metodologias.
Agradecimentos
Ao IFMA - Campus São Luís Monte Castelo
Referências
VOLANTE ZANON, Dulcimeire Aparecida; DA SILVA GUERREIRO, Manoel Augusto; DE OLIVEIRA, Robson Caldas. Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. cogn, Rio de Janeiro , v. 13, n. 1, p. 72-81, mar. 2008. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212008000100008&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 12 de Agosto de 2016.
MARANHÃO, D. N. M. M. Ensinar Brincando - A aprendizagem pode ser uma grande brincadeira. 3. ed. Rio de Janeiro: WAK-Editora, 2004. v. 1. 126p.
MARQUES, G.N.; CUNHA, D.A.; LIMA, J.B.; PEREIRA, L.M.; VIANA, T.M.A.; JUSTINO, M.N. O uso do jogo didático como ferramenta para contextualização dos conteúdos de eletroquímica e oxiredução. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, 55, Goiás, 2015. Anais. Goiás: Sociedade Brasileira de Química, ISBN 978-85-85905-15-6.