ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Materiais
Autores
Hora, P.H.A. (UNEAL/UFPB) ; Serra, R.B.G. (IFPB) ; Sousa, A.C. (IFPB) ; Figueiredo, G.J.A. (IFPB)
Resumo
A literatura reporta inúmeros materiais que apresentam alta capacidade na remoção de espécies catiônicas em solução por adsorção, em destaque, os metais pesados. Contudo, não se observa de forma igualitária o desenvolvimento de adsorventes para espécies de caráter aniônico, visto os riscos que tais apresentam à biota aquática como precursores de processos como a eutrofização, por exemplo. Neste estudo, foi efetuada a organofilização de um argilomineral natural e testada sua afinidade com espécies aniônicas levando-se em conta os seguintes parâmetros: quantidade de organofilizante, tempo de remoção do ânion e massa de adsorvente.
Palavras chaves
Organofilizante; Adsorção; Remoção de Contaminantes
Introdução
Há décadas a literatura reporta inúmeros relatos do desenvolvimento de materiais adsorventes de matriz argilomineral para a remoção de substâncias maléficas à vida no tratamento de águas, principalmente de cátions. Os contaminantes aniônicos vêm ganhando notoriedade tendo em vista seu potencial nocivo às áreas de mananciais em processos como a eutrofização, decorrente de ânions nitrogenados e fosfatados, e lançamento de pesticidas e corantes têxteis e alimentícios de atividades comerciais. Neste trabalho é realizada a adição de um composto orgânico apolar a um argilomineral natural, de forma que o mesmo passa a adquirir características hidrofóbicas. Em seguida, foi avaliada a afinidade deste material em atrair espécies aniônicas. Foram avaliados a influência de três fatores: a razão em massa de organofilizante, o tempo de contato entre o íon e o adsorvente e a massa de adsorvente.
Material e métodos
O argilomineral foi moído e classificado através do método de stokes (VOGEL,1996) em granulometrias de #100 e #200. Em seguida, o material foi submetido ao processo de organofilização com ácido cerótico (c26), que consiste em percolar o organofilizante fundido pelas lamelas do argilomineral, as razões em massa de organofilizante utilizadas foram 10%, 15% e 20%. O material resultante foi submetido à análise por drx. Para os ensaios de afinidade com íons, foi usado como ânion de referência o íon cloreto. A determinação da quantidade de ânion removida da solução foi realizada através do método de mohr (OHWEILER, 1968).
Resultado e discussão
Os dados de drx mostraram que os materiais obtidos apresentam diferenças entre si. A intensidade dos
picos de difração se mostraram relevantemente superiores na amostra com 15% de organofilizante. Tal
fato deve estar relacionado à melhor organização estrutural do composto orgânico em determinada
fração, ou seja, o excesso ou a pequena quantidade faz com que o organofilizante se estruture de forma
desorganizada. As amostras com 15% em massa, inclusive, para diferentes granulometrias mostraram os
mesmos e melhores resultados, seguido das amostras com 20% de organofilizante. A figura 1 ilustra o
efeito da quantidade de organofilizante na remoção aniônica com tempo de contato de 15 minutos.O
efeito do tempo na remoção aniônica também foi um aspecto extremamente relevante. O contato entre as
fases não deve ultrapassar um tempo limite, pois foi observado que após muito tempo de contato há
liberação do ânion. Contudo, o máximo de remoção do ânion foi obtido em um intervalo de tempo
relativamente pequeno. A figura 2 mostra a quantidade de ânion removida com a amostra #100 a 15%.nos
ensaios de influência da massa ocorreu o esperado: quanto maior a quantidade de adsorvente, maior a
eficiência.
Conclusões
Os resultados obtidos se mostram promissores, visto que foi obtido um material com capacidade de remoção de íons negativos. A otimização do processo pode ocorrer quando encontrado um percentual de organofilizante limite à amorfização de sua organização. Enquanto a liberação após longo intervalo de contato, tal efeito pode ser minimizado com a escolha de uma espécie com menor polarizabilidade.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao IFPB pela estrutura concedida.
Referências
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