CARACTERIZAÇÃO DOS BIOINDICADORES DE CONTAMINAÇÃO NOS PESCADOS DA LAGUNA DA JANSEN EM SÃO LUÍS-MA.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Alimentos

Autores

Everton, G.O. (UFMA) ; Teles, A.M. (UFMA) ; Costa, N.B. (UFMA) ; Mouchrek, A.N. (UFMA)

Resumo

Mesmo estando comprimida em uma área urbana, a Laguna da Jansen mantém uma variedade de espécies da fauna e da flora da mata nativa, porém esta também sofre com o problema da poluição. Diante disto, o presente estudo desenvolveu-se com finalidade de informar à população o índice de contaminação da laguna através do pescado, por determinação da presença de Coliformes à 45ºC, e identificação de espécies da família Enterobacteriaceae. Todas as amostras apresentaram contaminação por Coliformes a 45°C, e 47% das cepas identificadas corresponderam a Escherichia coli. Portanto, caracteriza-se o pescado como impróprio pelo fato do mesmo ser portador desses microrganismos, que refletem contaminação fecal, e são desencadeadores de malefícios à saúde publica.

Palavras chaves

Contaminação; Enterobacteriaceae; Impróprio

Introdução

Mesmo estando comprimida em uma área urbana, a Laguna da Jansen mantém uma variedade de espécies da fauna e da flora da mata nativa, porém esta também sofre com o problema da poluição. Esse fator de contaminação na água influencia na qualidade do pescado que poderá ser portador de microrganismos desencadeadores de possíveis intoxicações alimentares. Ainda assim, a pesca no local é uma atividade bastante presenciada e versada pela população mais carente dos arredores da Laguna que também se alimenta do pescado advindo da laguna. Atualmente, a professora de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Maranhão, Débora Martins Santos Silva, levantou um estudo sobre a área da Laguna da Jansen. Segundo sua pesquisa, em entrevista ao jornal “O Imparcial”, alertou para a qualidade dos peixes que são retirados do local, em que afirmou que os animais são altamente contaminados por bactérias e seu consumo não é aconselhável. (HARRISSON, 2016). Devido à importância da qualidade microbiológica, o estudo em foco desenvolveu-se com a finalidade de informar à população o índice de contaminação da laguna através do pescado, por determinação da presença de coliformes à 45ºC, e identificação de espécies da família Enterobacteriaceae.

Material e métodos

Foram coletadas vinte amostras de pescado da Laguna da Jansen na cidade de São Luís, MA durante os meses de janeiro a abril de 2016. Foram levadas imediatamente ao Laboratório de Microbiologia do Programa de Controle de Qualidade de Alimentos e Água da Universidade Federal do Maranhão. Foram realizadas análises para determinação do Número Mais Provável de Coliformes a 45°C e identificação das espécies da família Enterobacteriaceae. Com base na metodologia descrita no Compenduim of Methods for the Microbiological Examination of toods – APHA. A determinação de Coliformes a 45ºC (NMP/g) foi feita através da técnica de tubos múltiplos. Onde se dilui 25g da amostra em 225 mL de solução de NaCl 0,85% previamente esterilizada e a partir desta solução (10-1) procedeu-se com as diluições (10-2) e (10-3). A inoculação foi feita em tubos contendo Caldo Lauril Sulfato, sendo incubados a 35ºC por 24 horas. Onde foi evidenciado o consumo do meio por turvação e aprisionamento de gás no tubo de Durham invertido. Procedeu-se com teste confirmativo para Coliformes a 45º C, utilizando o caldo E.C., em banho- maria a 45ºC por 24 horas. Os valores para NMP/g foram determinados com o auxilio da tabela de Hoskis. As análises realizadas para identificação de espécies da família Enterobacteriaceae, foi feita a partir de tubos positivos provenientes do caldo E.C, com seu inóculo semeou-se em placas com Ágar Eosina Azul de Metileno (EMB) e Ágar MacConkey (MC) incubou-se a 35°C por 24 horas. Submeteram-se as colônias com características de bactérias fermentadoras de lactose às provas bioquímicas de acordo com a metodologia descrita pelo APHA (2001).

Resultado e discussão

Das 20 amostras analisadas todas apresentaram contaminação por Coliformes a 45ºC, sendo 90% (18) com valores em 2400 NMP/g. Mesmo não havendo legislação vigente para este parâmetro, esses resultados refletem a qualidade dos peixes altamente contaminados por bactérias, sendo seu consumo não aconselhável, assim como alerta a professora de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Maranhão, Débora Martins Santos Silva. Segundo PADUA et al. 2004, o alto índice de Coliformes a 45°C encontrado reflete uma grande contaminação fecal, sendo os peixes bioindicadores de contaminação da água em que se encontram, é possível inferir que existe contaminação advinda da água. Observou- se também através dos testes bioquímicos a presença de estavam Serratia odorifera (7%), Klebsiella oxytoca (3%), Citrobacter freundii (23%), Serratia liquefaciens(20%), Citrobacter diversus (7%), Citrobacter sp(3%), Serratia marcescens (3%) e a mais importante do grupo novamente em maior porcentagem sendo a Escherichia coli (47%). Os resultados obtidos refletem um grande risco pelo percentual majoritário de Escherichia coli, ressaltando que essa bactéria causa uma variedade de doenças internas e externas ao trato intestinal, infecções do trato urinário exclusivas da bexiga ou podem se estender pelo sistema coletor até os rins (ARAGUAIA, 2016). Diante do exposto estudo caracteriza-se o consumo do pescado não aconselhável, questionando-se ainda a não utilização do parâmetro para determinação da qualidade do alimento, devido ao alto índice de contaminação por microrganismos patogênicos.

Conclusões

Portanto, a partir dos resultados obtidos, com o alto índice de bactérias dessa família, caracteriza-se o pescado como impróprio pelo fato do mesmo ser portador desses microrganismos, que refletem contaminação fecal, e são desencadeadores de malefícios à saúde publica.

Agradecimentos

Ao PCQA e à UFMA

Referências

APHA. American Public Health Association. Compendium of methods for the microbiological of foods. 4th ed. Washington, 2001. 2 ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 12 de 02 de janeiro de 2001. Aprova o regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 10 de janeiro de 2001. n.7, seção 1, p. 45-53.

ARAGUAIA, Mariana. "Escherichia coli"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/biologia/escherichia-coli.htm>. Acesso em 29 de julho de 2016.

Harisson, R. Urbano. Disponível em: <http://www.oimparcial.com.br/_conteudo/2016/02/ultimas_noticias/urbano/186750-peixe-da-lagoa-da-jansen-nao-pode-ser-consumido.html>. Acesso em: 30 abr. 2016.

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