ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Alimentos
Autores
Martins, E.M.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Caldas, M.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Silva, W.J.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Freitas, M.M.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Lima, F.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Ferreira, A.C.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Teixeira, M.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Wanzeler, R.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Silva, N.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Araújo, C.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)
Resumo
RESUMO: O objetivo deste presente trabalho foi a elaboração do licor de araçá-pera com quatro tratamentos distintos, bem como analisar os parâmetros sensórias e aceitabilidade dos produtos. O experimento foi realizado na Universidade do Estado do Pará Campus Cametá – XVIII. Para a elaboração utilizou-se as seguintes formulações: Tratamento 1 (T1), foi utilizado 50% de polpa para 50% de álcool, Tratamento 2 (T2), foi utilizado 25% de polpa, 25% de casca, para 50% de álcool, Tratamento 3 (T3), foi utilizado 50% de casca, para 50% de álcool e o Tratamento 4 (T4), que foi utilizado 50% de semente, para 50 % de álcool. Para a obtenção dos produtos a matéria-prima passou por alguns processos, tais como: recepção, seleção, lavagem, sanitização, descascamento, fatiamento manual, maceração alcóol
Palavras chaves
Araçá; licor; análise sensorial
Introdução
INTRODUÇÃO O Brasil é um grande produtor e exportador de frutas, no qual a grande maioria destas sãos destinadas ao consumo “in natura”. No entanto existe uma grande variedade de frutas, que oferecem as características necessárias, como os aromas e sabores bem acentuados, características essas que são essenciais para a produção de sucos, doces e até mesmo licores (ALMEIDA et al,2012). Licor, é a bebida com graduação alcoólica de 15 a 54% em volume, a 20ºC, e um percentual de açúcar superior a 30g.L-1, elaborado com álcool etílico potável de origem agrícola, ou destilado alcoólico simples de origem agrícola ou ainda bebidas alcoólicas, adicionada de extrato ou substâncias de origem vegetal ou animal, substâncias aromatizantes, saborizantes, corantes e outros aditivos permitidos em ato administrativo complementar (BRASIL, 1999). O araçá-pera (PsidiumacutangulumD. C.) é nativo da região Amazônica e também pertencente à família Myrtaceae. A fruta é uma baga grande, de cor amarela quando madura, de forma globosa a elipsoide. É uma fruta excessivamente acida para oconsumo in natura (pH 2,77 e acidez livre 2,67%); no entanto, tem aroma agradável e os valores de vitamina C e fibra dietética são elevados (WILLE, 2004). Diante disso, o objetivo deste trabalho foi a elaboração do licor de Araçá- Pêra (Psidiumacutangulum D.C) com quatro tratamentos distintos, bem como analisar os parâmetros físico-químicos e sensórias do produto, tornando assim, uma alternativa para o consumo de frutas com elevado valor nutricional.
Material e métodos
MATERIAIS E MÉTODOS • Recepção, Seleção, Lavagem e Sanitização das Frutas As frutas foram recepcionadas no laboratório de alimentos da Universidade do Estado do Pará, campus Cametá e selecionadas de acordo com o grau de maturação, injurias mecânicas e contaminações, em seguida foram lavadas para a retirada de sujidades e sanitizadas em água clorada à 50 ppm. • Descascamento e Fatiamento Manual As frutas foram descascadas manualmente, separando-se a polpa das cascas e sementes, com o auxílio de facas de aço inoxidável e um descascador manual e em seguida colocadas em bandejas previamente higienizadas. • Maceração Alcoólica (Infusão) Neste estudo foram realizados quatro tratamentos (formulações) utilizando a polpa do araçá, semente e casca, codificados da seguinte maneira: Tratamento T1: 500 ml de álcool para 500 g da polpa; Tratamento T2: 500 ml de álcool para 250 g da polpa e 250 g da casca; Tratamento T3: 500 ml de álcool para 500 g da casca; Tratamento T4: 500 ml de álcool para 500 g das sementes. Em todos os tratamentos, as cascas, as polpas e as sementes do Araçá-Pera foram acondicionadas em recipientes de plástico de 2 litros com à cachaça a 39 ºGL. Essa mistura foi homogeneizada e permaneceu em repouso à temperatura ambiente durante 7 dias, sendo o conteúdo de cada recipiente misturado suavemente a cada 24h, até o tempo de maceração final. • Trasfega (filtração) Após o período de infusão de 7 dias, o líquido foi filtrado em peneiras plásticas de malha fina para separação das cascas, sementes e polpa do fruto. • Preparo do Xarope Um xarope de sacarose foi preparado na proporção de 2:1 m/v de açúcar comercial (sacarose) e água destilada. O açúcar foi dissolvido em água aquecida (60 a 70 ºC), sob agitação até completa dissolução. Conforme proposto por Teixeira et al
Resultado e discussão
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Resultados das análises físico-químcas realizadas nas amostras dos
licores.
ANALISES
TRATAMENTOS pH Acidez total (g/ 100 mL) SS (°Brix) *
T1 3,18 ± 0,03a 0, 598±0,006abc 44,53 ± 0,88a
T2 3,38 ± 0,02b 0, 624 ± 0,012abd 42,83 ± 0,12b
T3 3,45 ± 0,02 b 0, 559± 0,0303ac 44,63 ± 0,04a
T4 3,30 ± 0,01c 0, 663, ± 0,121bd 45,40 ± 0,14a
*SS- Sólido Solúveis. Média das triplicatas ± desvio-padrão. Letras iguais
na mesma coluna não apresenta diferença significativa ao nível de 5%
(p≤0,05)
Os valores médios de pH encontrados nos licores apresentaram pequena
diferença estatística, provavelmente devido aos ácidos orgânicos presentes
nos frutos, sementes e cascas que consequentemente passam para o licor e
segundo Chitarra e Chitarra (2005), produtos com valores de pH entre 3 e 4
apresentam boa conservação.
Os valores de pH nos licores de Araçá foram próximos aos resultados citados
por Vieira et al (2010) em licor de camu-camu, que foi de 3,60 ± 0,05 e em
licor de acerola relatado por Penha et al (2001) que foi de 3,66 ± 0,06.
Estes valores próximos devem-se provavelmente, ao fato das frutas serem
cítricas, o que não aconteceu com o licor de banana, relatado por Teixeira
et al (2005) que apresentou um pH de 4,7.
Segundo Franco e Landgraf (1996), o baixo pH encontrado é importante por ser
um fator limitante para o crescimento de bactérias patogênicas e
deterioradoras, além de favorecer a estabilidade do ácido ascórbico, uma vez
que essa vitamina tem maior estabilidade em pH ácido.
O valor da acidez encontrado no presente estudo foi superior ao encontrado
por Vieira et al (2010) em licor de camu-camu que foi de 0,056 e em licor de
açaí que foi 0,04, segundo Oliveira e Santos (2011). Este alto valor de
acidez quando comparado com outros autores deve-se ao
Conclusões
CONCLUSÃO O licor elaborado com a polpa do Araçá-Pera no 1º Tratamento (500g de polpa do fruto para 500 ml de álcool), obteve-se as maiores médias dos atributos sensoriais, isso deve-se pelo fato de ter usado somente a polpa do fruto, onde encontram-se maiores concentrações de compostos voláteis e açucares. Pelo teste de aceitabilidade, observou-se que o licor que foi mais bem aceito foi também o do 1º Tratamento, que 52% dos provadores indicaram que certamente comprariam o produto.
Agradecimentos
À UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ E À PROFESSORA NATÁCIA DA SILVA E SILVA
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