ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Alimentos
Autores
Moreira, N.G. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)) ; Santos Filho, W.L.G. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)) ; Lima, E.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)) ; Lima, W.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)) ; Pinheiro, I.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)) ; Oliveira, G.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)) ; Santana, A.L. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)) ; Lima, J.M.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)) ; Gomes, L.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)) ; Ferreira, I.L. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA))
Resumo
O presente trabalho teve por objetivo analisar as características físico-químicas da banana variedade prata comercializada no município de Redenção - Pará. Foram adquiridas quatro amostras de bananas, codificadas em amostras (A, B, C e D). Foram realizadas determinações de pH, acidez (% ácido málico), sólidos solúveis totais (ºBrix), ratio pela relação (Brix/acidez). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey com auxílio do software estatístico Assistat. Foram obtidos dados entre 4,56 e 4,84; 0,17 a 0,55%; 23,12 e 28,39 (ºBrix); e entre 51,61 a 152,47 nas análises de pH, acidez, sólidos solúveis e ratio respectivamente. Conclui-se que as frutas analisadas podem ser consideradas de boa qualidade físico-química.
Palavras chaves
Características; Físico-química; Banana
Introdução
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de frutas. Em que o mesmo produziu 7.012.901 toneladas de bananas no ano de 2015, o estado do Pará é o 5º maior produtor de banana do país, com uma produção de 586.372 toneladas em 2015 participando com 8,5% do total nacional (IBGE, 2016). A banana prata (Musa sapientum) é originária do Sudeste da Ásia, produto do cruzamento entre Musa acuminata e Musa balbasiana, é pertence ao gênero Musa, e a família Musaceae (VILAS BOAS et al., 2001). A banana é um alimento energético, composta basicamente por água e carboidratos, possuindo baixa quantidade de proteínas e gorduras, rica em sais minerais como o sódio, magnésio, fósforo e, especialmente, potássio. Possui ainda vitamina C, contendo também as vitaminas A, B2, B6 e niacina, entre outras (EULEUTERIO, et al., 2010). A banana faz parte da dieta dos brasileiros, inclusive os de baixa renda, em virtude de suas características sensoriais agradáveis, seu alto valor nutritivo, sua praticidade de consumo e seu baixo custo (SILVA, 2009). Assim, devido à grande expressividade econômica e destaque na alimentação humana, cabe nesse contexto, averiguar se esses produtos estão com suas características físico-químicas conformes a literatura científica, pois os parâmetros de acidez, sólidos solúveis e pH são importantes para investigar possíveis alterações ocorridas durante o armazenamento e transporte (Adaptado de DANTAS et al. 2010). Partindo desse contexto, o presente trabalho teve por objetivo analisar as características físico-químicas da banana variedade prata comercializada no município de Redenção-Pará.
Material e métodos
O presente trabalho foi desenvolvido no laboratório de alimentos da Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus XV, Redenção – Pará. Foram adquiridas 4 (quatro) amostras de bananas da variedade prata comercializadas no município de Redenção-Pá. Em seguida conduzidas para o laboratório e codificadas em amostras (A, B, C e D). Foram realizadas determinações de pH, acidez titulável expressa em porcentagem de ácido málico por 100 g de polpa, sólidos solúveis totais corrigidos os valores para a temperatura de 20 ºC e os resultados expressos em graus (ºBrix), ratio pela relação (Brix/acidez). Todas as análises foram realizadas conforme metodologia descrita pelo Instituto Adolfo Lutz (2008), analisadas em triplicatas e utilizadas suas referidas médias. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade com auxílio do software estatístico Assistat (SILVA e AZEVEDO, 2009).
Resultado e discussão
Ao analisar os resultados expressos na Tabela (1), observa-se diferenças significativas nos valores de pH entre as amostras A e B. Os valores de pH intercalaram entre 4,56 e 4,84, resultados corroborantes com Sousa et al. (2012), os quais encontraram valores de pH situando nos intervalos de 4,58 a 5,09 entre as amostras. Os valores de acidez foram de 0,17 a 0,55%, sendo que houve diferença significativa somente entre as amostras C e D. No entanto, os resultados condizem com os relatos de Fernandes et al. (1979) em que a acidez em frutos de bananeira varia de 0,17 a 0,67%. Os sólidos solúveis situaram entre 23,12 a 28,39 ° Brix. Sendo que as amostras A e C apresentaram diferenças significativas entre si. Os valores encontrados são elevados e situam dentro dos limites encontrados por Calasans et al. (2012) os quais observaram teores entre 20,74 a 29,90° Brix. Segundo Chitarra e Chitarra (2005) as concentrações de sólidos solúveis totais aumentam com a maturação da fruta, devido à degradação do amido, as diferenças observadas podem ser explicadas pelo fato que o teor de sólidos solúveis totais se altera de acordo com as variedades das bananas, os estádios de maturação, condições de cultivo das bananeiras e o clima. Os valores de ratio intercalaram entre 51,61 a 152,47, sendo que a amostra D diferiu das demais, cabendo destacar também que essa amostra apresentou resultados superiores quando comparado aos encontrados por Bezerra e Dias (2009),os quais observaram valores de ratio entre 77,48 a 99,23. Porém, de acordo com Chitarra e Chitarra (2005) a alta relação °Brix/Acidez é de grande valia e desejável nos frutos, pois é uma das formas mais utilizadas para a avaliação do sabor.
Resultados das análises físico-químicas das amostras de banana variedade prata comercializadas na cidade de Redenção - Pará.
Conclusões
Conclui-se que houve algumas diferenças nas características físico-químicas das bananas da variedade prata comercializadas na cidade de Redenção - Pará. Características essas de acordo com a literatura científica pesquisada. Portanto, as frutas analisadas podem ser consideradas de boa qualidade físico-química.
Agradecimentos
À UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ (UEPA)
Referências
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