ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Alimentos
Autores
Teixeira, B. (UFPA) ; Rogez, H. (UFPA) ; Sobrinho, A. (UFPA)
Resumo
Este estudo teve como objetivo principal apresentar os fundamentos e aplicação da técnica de espectrometria de absorção atômica visando à determinação de minerais como o ferro (Fe) manganês (Mn) e zinco (Zn), nas frutas regionais pupunha (Bactris gasipaes) e castanha do Pará (Bertholletia excelsa), apresentando-se como potenciais para suplementação.
Palavras chaves
espectrometria de absorçã; pupunha e castanha do Par; suplementação alimentar
Introdução
Nos últimos tempos deu-se uma maior intensificação nos estudos de micronutrientes, tanto em nações desenvolvidas como em desenvolvimento, por acreditar-se que muitos problemas de saúde estão relacionados, pelo menos em parte, à insuficiência de determinados nutrientes (ALMEIDA et al., 2009). A importância da inclusão de minerais na dieta tem sido amplamente discutida em textos sobre nutrição humana (GONÇALVES, et al., 2007; FRANCO, et al., 2011). Sabe-se que um grande número de elementos minerais são essenciais para a nutrição humana e de outros mamíferos, desempenhando funções específicas no organismo (FRANCO, et al., 2011). Alguns minerais como Fe, Mn, Zn são considerados essenciais à saúde por atuarem em importantes vias metabólicas (WELZ & SPERLIG, 1999). O ferro é um componente das moléculas de hemoglobina, mioglobina, citocromo e de alguns sistemas enzimáticos, desempenhando um papel essencial no transporte de oxigênio e respiração celular. O zinco e manganês servem como ativadores essenciais em uma série de reações metabólicas catalisadas por enzimas, sendo, portanto, elementos muito importantes para a reprodução e o crescimento (BURTON, 1979). A determinação desses minerais na pupunha e na castanha do Pará, desperta interesse por serem elementos considerados essenciais à saúde. Portanto, o objetivo deste trabalho é determinar as concentrações de Fe, Mn, Zn na pupunha e na castanha do Pará por espectrometria de absorção atômica que é uma das técnicas mais utilizadas na determinação de elementos em baixas concentrações, que estão presentes numa variedade de amostras.
Material e métodos
Preparo da amostra: As amostras de pupunha e castanha do Pará foram primeiramente liofilizadas, ou seja, retirou-se a água da amostra, as amostras foram trituradas e posteriormente digeridas. Para a digestão das polpas das frutas, foram pesadas 0,4 g de cada amostra em triplicata (n=3) e em seguida adicionou-se 3 mL de HNO3 concentrado com 1 mL H2O2 30% (v/v). As amostras foram digeridas em bloco digestor a 180°C durante 12 horas. Em seguida os digeridos foram transferidos para frascos volumétricos de 50 mL e aferidos a 25 mL com água deionizada. O branco analítico consistiu da mistura oxidante (HNO3 e H2O2) sem a presença da amostra. A acidez final em casa amostra foi de 8% (v/v). Preparo da curva de calibração: Para construção da curva de calibração do Fe, Mn e Zn foram calculados os valores de solução padrão em 100mg/mL de cada um dos metais para preparar os parâmetros de concentração nos valores de 0; 5; 10 e 15 mg/L para o ferro; de 0; 1; 2 e 3 mg/L para o Mn e nos valores de 0; 0,5; 1 e 1,5 mg/L para o zinco, onde cada parâmetro foi preparado em balão volumétrico de 50 mL. Adicionou-se 5 mL de um a solução de HNO3 a 50 % em cada balão volumétrico e este foi aferido com água deionizada, para que as curvas construídas estivessem em meio ácido 5 % (v/v).
Resultado e discussão
O doseamento por espectrometria de absorção atômica para o ferro, manganês e
zinco em amostras de frutas regionais foi realizado com o objetivo de
determinar à concentração dos mesmos e assim utiliza-los como fontes
alternativas de suplementação Assim foram construídas as curvas padrões de
doseamento de ferro (y = 0,028x + 0,0128 R2 = 0,99), manganês (y = 0,0859x +
0,0008 R2 = 0,99) e zinco (y = 0,1742x - 0,0114 R2 = 0,98) utilizada para
determinação do teor desses minerais na pupunha e na castanha do Pará. Os
resultados estão expressos em miligramas mg/kg.
Tabela 1: Resultados das leituras para as amostras de pupunha (P) e castanha
do Pará (C) feitas em triplicata.
Determinação da concentração de Fe, Mn e Zn em mg/kg nas amostras de frutas:
Os valores encontrados na Tabela 1 em suas respectivas equações da reta para
cada mineral foram usados para encontrar as concentrações analíticas e para
as concentrações reais usou-se o volume da aferição e dividindo pela massa
pesada da amostra (Tabela 2).
Resultados das leituras para as amostras de pupunha (P) e castanha do Pará (C) feitas em triplicata
Resultados das concentrações analíticas de Fe, Mn e Zn das amostras de pupunha e castanha do Pará.
Conclusões
Os resultados obtidos mostraram que as frutas regionais no caso a pupunha e a castanha do Pará podem ser usadas como fontes alternativas de Fe, Mn, Zn, ou seja, possuem potencial de suplementação.
Agradecimentos
Os autores agradecem à Universidade Federal do Pará (UFPA) e ao Centro de valorização agroalimentar de compostos bioativos da Amazônia (CVACBA).
Referências
1. ALMEIDA, M.M.B; SOUZA, P.H.M.; FONSECA, M.L.; MAGALHÃES, C.E.C.; LOPES, M.F.G.; LEMOS, T.L.G. Avaliação de macro e micronutrientes em frutas tropicais cultivadas no nordeste brasileiro. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 29, n.3, p. 581-586, 2009.
2. BACCAN, Nivaldo. ANDRADE, João Carlos de. Química analítica quantitativa elementar. 3ª Ed. São Paulo: Blucher , 2001.
3. BURTON, B. T. Nutrição Humana. Mc Graw-Hill do Brasil, São Paulo. 1979.
4. FRANCO, G.V.E. TACO-Tabela de composição química dos alimentos, 4ed. Revisada e ampliada. Rio de Janeiro: Livraria Alheneu, 2011.
5. GOÇALVES, E.C.B.A.; TEODORO, A.J.; TAKASE, I. Teores de cobre em extratos de carne in natura e processada. Ciênc. Tecnol. Aliment., v. 27, n.2, p. 298-302, 2007.
6. SKOOG, D.A. et al. Princípios de Química Analítica, 5ª Ed.-Artmed Editora S.A Porto Alegre (RS), 2002.
7. WELZ, B.; SPERLING, M. Atomic Absortion Spectrometry. Wiley-VCH Verlag GmbH, Weinheim, Alemanha, 1999.