ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Alimentos
Autores
Socorro, L.N.S.B. (UEPA) ; Ferreira, A.S.F. (UEPA) ; Karen, S.A.S. (UEPA) ; Alexandre, Y.C.S. (UEPA)
Resumo
A iodação do sal tem sido recomendada como principal medida de saúde pública para prevenção e controle dos distúrbios por deficiência de iodo, por ter aplicação segura e apresentar relação custo-benefício satisfatória (BRASIL,2007). Desta forma, objetivo do trabalho tem como avaliar o sal comercializado no Estado do Pará, verificando a adequação quanto a RDC 23 e a turbidez. As analises de iodo e turbidez seguem a metodologia do Adolf Lutz (2008).Segundo a RDC 23, 7 amostras das 10 estão dentro do limite estabelecido de iodação(15 á 45 mg de iodo por kg), 2 amostras estão abaixo do preconizado pela norma e 4 das 10 amostras encontram se com rotulagem correta. Desta forma, ao analisar os sais observou-se que a um deficit quanto a rotulagem porém grande parte se adequou ao teor de iodo.
Palavras chaves
Sal; iodação; turbidez
Introdução
A iodação do sal tem sido recomendada como principal medida de saúde pública para prevenção e controle dos distúrbios por deficiência de iodo, por ter aplicação segura e apresentar relação custo-benefício satisfatória (BRASIL, 2007).É importante a verificação dos teores de iodo consumidos pela população, porque além de haverem problemas com a deficiência de iodo, também há doenças em relação ao seu excesso, como o hipertireoidismo subclínico, que possui efeitos cardiovasculares, e a tireóide crônica, que pode ou não causar o bócio. Em estudo realizado com crianças na cidade de São Paulo, foram verificados problemas maiores com o excesso da ingestão de iodo através do sal iodado (DUARTE et al, 2004).A Organização Mundial da Saúde recomenda que o consumo de sal diário por pessoa seja de 5g a 6g por dia e que o iodo presente nele seja de 20 a 60 mg. Porém no Brasil verificou-se que o consumo é de 9,6 g somente do sal de cozinha e que quando somado ao sal proveniente de outros alimentos este valor chegue a até 12 g, assim sendo superior ao estabelecido como saudável, podendo acometer sérios riscos à saúde. A Anvisa apresentou a proposta da redução dos teores de iodo no sal, pretende-se que passe para 15 a 45 mg de iodo por quilograma do produto (BRASIL, 2011).No entanto, a resolução da - RDC Nº 23, de 24 de abril de 2013 entrou em vigor, obrigando que o teor de iodo no sal por quilograma do produto seja de 15 a 45 mg (Brasil. 2013). Desta forma, objetivo do trabalho tem como avaliar a comercialização do sal no Estado do Pará, verificando a adequação a norma de 2013 e avaliar turbidez do sal (sal muito sujo, grosso ou moído e refinado).
Material e métodos
Foram selecionadas 10 marcas de sais diferentes comercializadas no Estado do Pará no período de setembro a outubro de 2015 e as análises de teor de iodo e turbidez foram realizadas em triplicata segundo as normas do instituto Adolf Lutz (2008), no laboratório de Química da Universidade do Estado do Pará.
Resultado e discussão
Na tabela 1 encontram-se os resultados para análise do teor de iodo.
Segundo a RDC de N° 23, que estabelece um teor de iodo de 15 a 45 mg por
quilograma do produto, verificou-se que 7 marcas estão dentre do conforme segundo
a legislação vigente, porem a marca A e I não encontram-se no limite de
concentração de iodo recomendadas pela legislação. Vale ressaltar que a marca C
não foi possível determinar o teor de iodo, pois segundo Adolf Lutz (2008)
dependendo da composição do sal, alguns aditivos podem interferir na análise
inviabilizando o resultado.
Na tabela 2 encontram-se os resultados da turbidez, sendo classificados em sal
muito sujo, grosso ou moído e refinado.
A medida de turbidez serve como indicativo da qualidade do sal e sua
classificação. Quando o sal tem um conteúdo considerável de impurezas há indícios
de um beneficiamento inadequado (PEREIRA, 2008). Somente as marcas A, C, E e J
encontram-se com suas denominações corretas segundo a embalagem.
Conclusões
Mediante as resultados encontrados, conclui-se que no que se refere a quantidade de iodo por Kg de sal das 10 amostras, 7 estão dentro do limite de 15 a 45 mg de iodo, no entanto, 2 marcas estão abaixo do limite preconizado pela Anvisa. É importante ressaltar que os resultados encontrados para turbidez do sal, mostraram que apenas 4 das 10 marcas estão com suas classificações corretas nas embalagens. Desta forma, desde 24 de abril de 2013 as empresas por força da lei foram obrigadas a se adaptaram as “novas” normas de iodação do sal de cozinha, porém, deixa a desejar quanto a rotulagem.
Agradecimentos
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Manual técnico e operacional do pró-iodo: Programa Nacional para a Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo. Brasília, Ministério da Saúde. 2007.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC nº 28, de 28 de março de 2000.Regulamento Técnico de Procedimentos Básicos de Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Beneficiadores de Sal destinados ao consumo humano. Disponível em: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/legislacao/resolucaordc_28.pdf>. Acesso em 13/12/2011.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - Resolução da - RDC Nº 23, DE 24 DE ABRIL DE 2013 Ministério da Saúde. Disponivel em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/res0023_23_04_2013.html. Acessado em 10/06/2016.
DUARTE, G. C et al. Avaliação ultra-sonográfica da tireóide e determinação da iodúria em escolares de diferentes regiões do Estado de São Paulo. Arq Bras, São Paulo, 2004.
Instituto Adolfo Lutz. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 4 ed, São Paulo, 2008.
PEREIRA, A. V. Avaliação da qualidade de amostras comerciais de sal de cozinha. Iniciação Científica CESUMAR, São Paulo, p. 97-101, 2008.