CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DO MEL DE Apis sp. e Melipona sp. COMERCIALIZADO NO MARAJÓ.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Química Orgânica

Autores

Muribeca, A.J.B. (UEPA) ; Gomes, P.W.P. (UFPA) ; Souza, R.F. (UEPA) ; Gomes, P.W.P. (UEPA) ; Costa, A.P.A. (UEPA) ; Malato, B.V. (UEPA) ; Silva, D.S.C. (UEPA) ; Reis, J.D.E. (UEPA) ; Reis, W.F. (UEPA)

Resumo

O mel é um alimento produzido por abelhas com e sem ferrão através da coleta de néctar das flores, este possui em sua composição uma vasta variedade de compostos antioxidantes, caracterizados como biologicamente ativos. O objetivo deste trabalho foi quantificar e avaliar o potencial antioxidante de 12 amostras de méis de abelhas, dos gêneros Apis sp. e Melipona sp. Através dos resultados, ressalta-se o significativo potencial antioxidante dos méis de abelhas do gênero Melipona, quando comparados aos méis de Apis, portanto, com características suficientes para descrever como um forte produto natural usado ao combate do estresse oxidativo.

Palavras chaves

Antioxidantes; Antioxidantes; Marajó

Introdução

O mel produzido pelas abelhas dos gêneros Apis e Meliponas é caracterizado como alimento e ainda para uso medicinal como fármaco. Possui em sua composição uma série de antioxidantes que combatem radicais livres no organismo humano. Os radicais livres são átomos ou moléculas instáveis e altamente reativas, por conterem elétrons desemparelhados. Podem ser formados devido aos processos metabólicos naturais ocorridos nos organismos vivos, como, por exemplo, a respiração celular (BARROS, 2010). O problema se dá quando estes passam a ser produzidos em excesso, em geral por alguma disfunção biológica, causando danos em moléculas estruturais das células, passando a veicular um mecanismo inicial de várias doenças como, por exemplo, a morte de células pela ruptura de suas membranas, a inativação de enzimas e uma série de outros efeitos nocivos ao organismo (KIRSTEN; ZIMMERMANN, 2008). Uma substância antioxidante pode ser compreendida como aquela cuja apresenta a capacidade de minimizar, retardar ou inibir as reações oxidativas que ocorrem nos substratos. Do ponto de vista biológico, os antioxidantes podem ser entendidos como aquelas substâncias capazes de proteger os sistemas biológicos contra os efeitos lesivos promovidos pela ação dos radicais livres em macromoléculas e estruturas celulares (BARROS, 2010). Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo quantificar o teor de antioxidantes presentes no mel de abelha comercializado no Marajó, com a perspectiva de estudar o potencial medicinal deste produto natural.

Material e métodos

Para a determinação da capacidade antioxidante de méis de abelhas, foi adaptado o método descrito por Pontis et al. (2014). Inicialmente foi preparada uma solução metanólica de DPPH 100 µM e armazenada em frasco âmbar, sendo mantida sob refrigeração a 4° C até o momento das análises. Para a realização dos ensaios, a solução foi ajustada para uma absorbância de em torno de 0,625 com adição de metanol. Foram preparadas soluções metanólicas de méis que variaram nas concentrações de 5 a 120 mg/mL. Alíquotas de 2,1 mL de cada concentração foram misturadas com 900 µL de DPPH. A mistura foi homogeneizada e deixada em repouso, ao abrigo da luz, por trinta minutos. Juntamente com as amostras, foi preparado um controle negativo, que foi constituído de 900 µL de DPPH µM e 2,1 mL de metanol. Após o tempo de reação, as amostras e o controle negativo foram lidos em espectrofotômetro UV-Vis a 517 nm contra um “branco” contendo apenas metanol. As absorbâncias foram convertidas em porcentagem de inibição através da equação I(%) = [(Abscontrole– Absamostra)/Abscontrole]x100, onde, Abscontrole é a absorbância do controle negativo e Absamostra é a absorbância de DPPH após reagir com a solução de mel.

Resultado e discussão

Ao analisar os dados da tabela 1, chamamos atenção paras as amostras M4 e M5 do gênero (Melipona sp.) as quais apontaram os melhores índices de eficiência inibitória do radical livre DPPH. O tratamento com concentrações no intervalo de 5 a 25 mg/mL promoveu uma inibição de 33 a 84% para a primeira amostra e 18 a 61% para a segunda, com valores respectivos de CE50 de 7,91 e 15,89 mg/mL. Os resultados propostos neste trabalho, para avaliação da capacidade antioxidante de méis de Melipona sp., foram mais satisfatórios que os valores encontrados por Silva (2015), que ao consultar o potencial antioxidante de méis produzidos do Rio Grande do Norte, obteve médias de CE50 para as amostras de mel de Melipona subnitida in natura e desumidificadas de 141,86 e 168,60 mg/mL, respectivamente. A tabela 2 apresenta o comportamento das amostras de méis das abelhas (Apis sp.) frente à captura do radical DPPH, onde as amostras A7 e A12 demonstraram melhor eficiência de inibição antioxidante, com valores de CE50 de 39,68 e 43,11 mg/mL. Já as amostras A9 e A11 apontam índices intermediários de concentração eficiente de 48,32 e 63,88 mg/mL, respectivamente. E por último, A8 e A10 demonstram similaridade na captura de radicais, apresentando valores respectivos de CE50 de 72,79 e 78,5 mg/mL, resultando nas menores taxa de atividade antioxidante do grupo. Esses resultados são similares a uma investigação da capacidade antioxidante de méis in natura de Apis mellifera coletados no Rio de Janeiro, realizada por Lianda (2009), que achou valores de CE50 de 10,81 a 52,64 mg/mL. Ao comparar os resultados da concentração eficiente das amostras de méis de abelhas Apis sp. e Melipona sp., nota-se que M4 e M5, pertencentes à segunda, foram as que apresentaram maior capacidade de inibição anti-radicalar.

Tabela 1

Concentrações, índice de inibição percentual do radical DPPH e concentração eficiente das amostras de méis de Melipona sp.

Tabela 2

Concentrações, índice de inibição percentual do radical DPPH e concentração eficiente das amostras de méis de Apis sp.

Conclusões

Os resultados obtidos neste trabalho demonstraram que os méis produzidos por abelhas do gênero Melipona sp. apresentam um maior potencial antioxidante quando comparados a méis de Apis sp., podendo ser usado para diversos fins medicinais, porém, como se trata de uma pesquisa, os resultados sugerem a existência de antioxidantes em uma quantidade específica. Contudo, existe a necessidade de um estudo mais aprofundado sobre os aspectos paralelos que podem agir em favorecimento a essa manifestação.

Agradecimentos

Referências

BARROS, Z. M. P. Cascas de frutas tropicais como fonte de antioxidantes para enriquecimento de suco pronto. 2011. 85 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) – Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2010.

LIANDA, R. L. P. Perfil de substâncias fenólicas de méis brasileiros por cromatografia líquida de alta eficiência e avaliação do potencial antioxidante. 2009. 156 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2009.
PONTIS, J. A.; COSTA, L. A. M. A.; SILVA, S. J. R.; FLACH, A. Color, phenolic and flavonoid content, and antioxidant activity of honey from Roraima, Brazil. Food Science and Technology, Campinas, v. 34, p. 69-73, 2014.

SILVA, M. C. P. Caracterização físico-química, teor de antioxidante e perfil sensorial de méis de abelhas submetidas à desumidificação e umidificação. 2015. 81 f. Dissertação (Mestrado em Produção Animal) – Universidade Rural do Semi-Árido, Mossoró, 2015.

ZIMMERMANN, A. M.; KIRSTEN, V. R. Alimentos com função antioxidante em doenças crônicas: uma abordagem clínica. Disciplinarum scientia, Santa Maria, v. 9, n.1, p. 51-68, 2008.

Patrocinadores

CAPES CNPQ FAPESPA

Apoio

IF PARÁ UFPA UEPA CRQ 6ª Região INSTITUTO EVANDRO CHAGAS SEBRAE PARÁ MUSEU PARAENSE EMILIO GOELDI

Realização

ABQ ABQ Pará