DETERMINAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS E DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM EXTRATOS ETANÓLICOS DE FOLHAS DE MANGA (MANGÍFERA INDICA L.) FRENTE AO RADICAL LIVRE ABTS•+.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Produtos Naturais

Autores

Gomes, A.L. (UECE) ; Oliveira, M.S.C. (UECE) ; Ferreira, F.R.F. (UECE) ; Sousa, N.L.P. (UECE) ; Liberato, H.R. (UECE) ; Morais, S.M. (UECE)

Resumo

A manga pertence à família Anacardiaceae que no Brasil é encontrada principalmente nos Estados do Norte e Nordeste. As plantas possuem muitos compostos biativos que podem ser utilizados na farmacêutica, são chamados fitoquímicos. Antioxidantes podem ser definidos como compostos que protegem as células contra os efeitos danosos de radicais livres. Nesse estudo utilizamos extratos etanólicos de folhas de cajueiro, e deste foram realizados testes fitoquimicos e de atividade antioxidante frente ao radical livre ABTS•+. Os resultados obtidos foram satisfatórios, visto que os fenóis presentes na amostra favorecem uma boa atividade antioxidante, como a que foi revelada junto ao radical ABTS•+.

Palavras chaves

manga; fitoquímicos; antioxidantes

Introdução

A manga é o fruto da mangueira (Mangifera indica L.), árvore frutífera da família Anacardiaceae, nativa do sul e do sudeste asiáticos desde o leste da Índia até as Filipinas, e introduzida com sucesso no Brasil, em Angola, em Moçambique e em outros países tropicais. A manga é a fruta nacional da Índia, Filipinas e Paquistão. São encontradas menções a ela em canções do século IV em poemas escritos em sânscrito, por poetas como Kalidasa. A manga é uma fruta do tipo drupa, de coloração variada: amarelo, laranja e vermelha, sendo mais roseada no lado que sofre insolação direta e mais amarelada ou esverdeada no lado que recebe insolação indireta. Normalmente, quando a fruta ainda não está madura, sua cor é verde, mas isso depende do cultivo. Fitoquímicos são algumas vezes referidos como fitonutrientes, e esses termos são geralmente usados alternadamente. Evidências experimentais sugerem que os radicais livres e espécies reativas de oxigênio podem contribuir para o desenvolvimento de um grande número de doenças, como câncer, envelhecimento, arterosclerose, isquemia, inflamação e doenças neuro-degenerativas como mal de Parkinson e de Alzheimer, (Guerra, 2001). A maioria dos antioxidantes de plantas superiores são polifenóis, que mostram muitas vezes atividades biológicas como antibacteriana, anticarcinogênica, antiinflamatória, antialérgica, estrogênica e imuno-estimulante. As propriedades antioxidantes dos fenóis são devidas às suas propriedades de oxirredução, que permitem a eles agirem como agentes redutores, doadores de hidrogênio e eliminadores de oxigênio singlete (Guerra, 2001). O objetivo deste trabalho foi determinar os compostos bioativos presentes no extrato etanólicos de folhas de manga, partes da planta sem muita utilização.

Material e métodos

Preparação dos extratos As folhas foram secas à temperatura ambiente e depois imersa em etanol (96%) por 14 dias, após esse período o conteúdo foi rotaevaporado para retirada do etanol e aquecido em banho-maria por 6 horas para total retirada da água. Análise fitoquímica O extrato etanólico foi submetido a uma série de reações de caracterização: para fenóis e taninos (reação com cloreto férrico), antocianinas, antocianidinas e flavonoides (presença de coloração em pH 3, 8, 5 e 11), leucoantocianidinas, catequinas e flavonas (coloração da amostra alcalinizada e acidificada após aquecimento), flavonóis, flavanonas, flavanonóis e xantonas (reação com magnésio granulado com ácido clorídrico), esteroides e triterpenoides (extração com clorofórmio, anidrido acético e ácido sulfúrico) e fenóis (reação de precipitação com cloreto férrico), segundo metodologias descritas em publicações especializadas (Matos, 2009). MÉTODO PARA AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE - MÉTODO ABTS Segundo Re et al. (1999) adaptada por Nenadis et al. (2004), a estimação da Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox (CAET) utilizou a metodologia do radical 2,2´- azinobis (3-etilbnzoa-6ácido sulfônico) ABTS•+. Utilizou-se diferentes concentrações dos extratos (30 L) misturados com 3 mL da solução obtida do radical. Após um período de 6 minutos, foi efetuada uma leitura em espectrofotômetro a 734 nm, e os resultados expressos em equivalente a 1mM do Trolox (análogo da vitamina E, solúvel em água), a partir de uma curva de calibração com trolox, onde os resultados obtidos foram expressos em mg/100g.

Resultado e discussão

O estudo fitoquímico revelou a presença de fenóis, taninos, flavonas, flavonóis, Flavonóides e alcaloides (Tabela 1), de acordo com outros trabalhas com plantas da mesma família Anacardiaceae, visto por Oliveira (2010). Os fenóis presentes na amostra formam um grande potencial antioxidante, sendo então esse extrato podendo ser utilizado para biofármacos. O IV 50 obido foi a uma concentração de 1022 ppm, considerada boa, pois uma amostra em torno de 1000 ppm já foi possível reduzir em 50 % a ação do radical livre (Tabela 2). Como é um trabalho inicial podemos realizar num futuro próximo outros ensaio bioguiados para poder chegar a uma concentração que não traga riscos a sua aplicação. Em excesso, as EROs ultrapassam a ação de antioxidantes endógenos do organismo causando danos em estruturas celulares como o DNA, proteínas e lipídios. Esses danos podem causar doenças como as cardiovasculares, diabetes e outros (PIETTA, 2000).

FIGURA 01

TABELA

FIGURA 02

ANTIOXIDANTE

Conclusões

De acordo com os resultados obtidos, e também com relatos da literatura, a manga é um excelente antioxidante, por ser rica em fenóis. Verificamos que até mesmo o extrato de folhas funcionou como um bom antioxidante devido a varredura do radical ABTS. Esse fato torna esse extrato uma boa amostra para futuras pesquisas com outros radicais livres sintéticos.

Agradecimentos

Ao LQPN e LABBIOTEC laboratórios da UECE, onde foram realizada as pesquisas.

Referências

GUERRA E. J. I. (2001). Oxidative stress, diseases and antioxidant treatment. Anales Medicina Interna, 18: 326-335.
MATOS FJA. Introdução à fitoquímica experimental. 3ª ed. Fortaleza: Editora da UFC; 2009.
OLIVEIRA, M. S. C. (2010). Composição Química e Avaliação de Propriedades Biológicas da Castanha de Caju (Anacardium occidentale L.) para Aplicação em Saúde Pública. Tese de Doutorado, RENORBIO. Fortaleza – CE, 154 p.
PIETTA, P.G.; Flavonoids as Antioxidants. Journal of Natural Products. 2000. v.63, p. 1035-1042.
RE, R., PELLEGRINI, N., PROTEGGENTE, A., PANNALA, A., YANG, M., RICE-EVANS, C., 1999. Antioxidant activity applying an improved ABTS radical cation decolorization assay. Free Rad. Bio. Med. 26, 1231-1237.
SOUSA, C. M. de M.; SILVA, H. R.; VIEIRA-Jr, G. M.; AYRES M. C.C.; da COSTA C. L. S.; ARAÚJO, D. S.; CAVALCANTE L. C. D.; BARROS E. D. S.; ARAÚJO P. B. M.; BRANDÃO M.S.; CHAVES M.H. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, 2007, v.30, n.2, p.351-355.

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