IDENTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS E DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM EXTRATOS ETANÓLICOS DE FOLHAS DE CAJUEIRO (ANACARDIUM OCCIDENTALE L.) FRENTE AO RADICAL LIVRE ABTS•+.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Produtos Naturais

Autores

Sousa, N.L.P. (UECE) ; Oliveira, M.S.C. (UECE) ; Gomes, A.L. (UECE) ; Ferreira, F.R.F. (UECE) ; Liberato, H.R. (UECE) ; Morais, S.M. (UECE)

Resumo

O Caju (Anacardium occidentale L.) é uma espécie encontrada naturalmente nos cerrados, na Amazônia e em vegetação de restinga e de caatinga no Nordeste Brasileiro. As plantas possuem muitos compostos bioativos que podem ser utilizados na farmacêutica, são chamados fitoquímicos. Antioxidantes podem ser definidos como compostos que protegem as células contra os efeitos danosos de radicais livres. Nesse estudo utilizamos extratos etanólicos de folhas de cajueiro, e deste foram realizados testes fitoquimicos e de atividade antioxidante frente ao radical livre ABTS•+. Os resultados obtidos foram satisfatórios, visto que os fenóis presentes na amostra favorecem uma boa atividade antioxidante, como a que foi revelada junto ao radical ABTS•+.

Palavras chaves

caju; fitoquímicos; antioxidantes

Introdução

O caju pertence a espécie Anacardium occidentale L. que pode ser encontrada naturalmente nos cerrados, na Amazônia e em vegetação de restinga e de caatinga no Nordeste Brasileiro, (MITCHELL & MORI, 1987). No Ceará, encontra-se, principalmente, nas regiões litorâneas e zonas de transição litoral-sertão, dando preferência aos solos de aluvião (MAIA 1978). No Brasil, o cajueiro é encontrado naturalmente em todos os estados das Regiões Norte e Nordeste, bem como em Minas Gerais (Sudeste) e em Goiás e Mato Grosso, estado do Centro-Oeste que compõem o planalto central. No litoral, é encontrado em estado espontâneo desde o Pará até Santa Catarina, assim como na ilha de Fernando de Noronha (MITCHELL & MORI, 1987). Fitoquímicos são algumas vezes referidos como fitonutrientes, e esses termos são geralmente usados alternadamente. Pela definição mais ampla, fitoquímicos são químicos ou nutrientes provenientes de vegetais. Porém, geralmente eles têm uma definição mais específica. Evidências experimentais sugerem que os radicais livres e espécies reativas de oxigênio podem contribuir para o desenvolvimento de um grande número de doenças, como câncer, envelhecimento, arterosclerose, isquemia, inflamação e doenças neuro-degenerativas como mal de Parkinson e de Alzheimer, (GUERRA, 2001). As propriedades antioxidantes dos fenóis são devidas às suas propriedades de oxirredução, que permitem a eles agirem como agentes redutores, doadores de hidrogênio e eliminadores de oxigênio singlete (GUERRA, 2001). O objetivo deste trabalho foi determinar os compostos bioativos presentes no extrato etanólicos de folhas de cajueiro, partes da plantas em muita utilização.

Material e métodos

Preparação dos extratos As folhas foram secas à temperatura ambiente e depois imersa em etanol (96%) por 14 dias, após esse período o conteúdo foi rota-evaporado para retirada do solvente e aquecido em banho-maria por 6 horas para total retirada da água. Análise fitoquímica O extrato etanólico foi submetido a uma série de reações de caracterização: para fenóis e taninos, antocianinas, antocianidinas e flavonoides, catequinas e flavonas, flavonóis, flavanonas, flavanonóis e xantonas, esteroides e triterpenoides, cumarinas, segundo metodologias descritas em publicações especializadas (Matos, 2009). MÉTODO ABTS Segundo Re et al. (1999) adaptada por Nenadis et al. (2004), a estimação da Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox (CAET) utilizou a metodologia do radical 2,2´- azinobis (3-etilbnzoa-6ácido sulfônico) ABTS•+. Foi preparado o radical ABTS, onde a solução do radical ABTS•+ foi preparada a partir da reação de 5 mL de uma solução aquosa 7mM de ABTS (20 mg de ABTS p/ 5,2 mL água destilada) e 88 mL de uma solução aquosa 140 mM de persulfato de potássio (K2S2O8), 378 mg de persulfato p/ 10 mL de água destilada. Após estocagem dessa mistura, no escuro, por 16 h, pegou-se 1 mL da solução do cátion radical e dilui em 25 mL de etanol até uma absorbância de 0,7 ± 0,05 a 734 nm. Utilizou-se diferentes concentrações dos extratos (30 μL) misturados com 3 mL da solução obtida do radical. Após um período de 6 minutos, foi efetuada uma leitura em espectrofotômetro a 734 nm, e os resultados expressos em equivalente a 1mM do Trolox.

Resultado e discussão

O estudo fitoquímico revelou a presença de fenóis, taninos, saponinas, e alcaloides (Tabela 1), de acordo com outros extratos de outras partes da planta, como semente (castanha), pendúnculo, visto por Oliveira (2010) os fenóis presentes na amostra formam um grande potencial antioxidante, sendo então esse extrato podendo ser utilizado para biofármacos. O IV 50 obido foi a uma concentração de 781 ppm, considerada boa, pois uma amostra de menos 1000 ppm já foi possível reduzir em 50 % a ação do radical livre (Tabela 2) Como é um trabalho inicial podemos realizar num futuro próximo outros ensaio bioguiados para poder chegar a uma concentração que não traga riscos a sua aplicação. Em excesso, as EROs ultrapassam a ação de antioxidantes endógenos do organismo causando danos em estruturas celulares como o DNA, proteínas e lipídios. Esses danos podem causar doenças como as cardiovasculares, diabetes e outros (PIETTA, 2000). O consumo de substâncias antioxidantes, como isoflavonas da soja, ácido ascórbico e β-caroteno, por humanos tem sido relacionado com a inibição de processos patológicos crônicos (SOUSA et al, 2007). O potencial antioxidante observado para os extratos poderá contribuir com os estudos da família Burseraceae e no desenvolvimento de produtos com aplicação em saúde.

FIGURA 01

TABELA

FIGURA 02

TABELA

Conclusões

Através dos resultados obtidos, vimos que folhas de cajueiro ainda possuem muitos compostos bioativos,necessitando de estudos mais profundos, assim iremos dar continuidade a esta pesquisa.

Agradecimentos

ao LQPN e LABBIOTEC laboratórios da UECE, onde a pesquisa foi realizada.

Referências

OLIVEIRA, M. S. C. (2010). Composição Química e Avaliação de Propriedades Biológicas da Castanha de Caju (Anacardium occidentale L.) para Aplicação em Saúde Pública. Tese de Doutorado, RENORBIO. Fortaleza – CE, 154 p.
GUERRA E. J. I. (2001). Oxidative stress, diseases and antioxidant treatment. Anales Medicina Interna, 18: 326-335.
MATOS FJA. Introdução à fitoquímica experimental. 3ª ed. Fortaleza: Editora da UFC; 2009.
MITCHELL J. O. & MORI S. A. (1987). The cashew and its relatives (Anacardium Anacardiaceae). Memorial New York Botany Gardens 42 : 1–76.
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SOUSA, C. M. de M.; SILVA, H. R.; VIEIRA-Jr, G. M.; AYRES M. C.C.; da COSTA C. L. S.; ARAÚJO, D. S.; CAVALCANTE L. C. D.; BARROS E. D. S.; ARAÚJO P. B. M.; BRANDÃO M.S.; CHAVES M.H. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, 2007, v.30, n.2, p.351-355.
RE, R., PELLEGRINI, N., PROTEGGENTE, A., PANNALA, A., YANG, M., RICE-EVANS, C., 1999. Antioxidant activity applying an improved ABTS radical cation decolorization assay. Free Rad. Bio. Med. 26, 1231-1237.

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