ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Produtos Naturais
Autores
Anjos, Q.Q.A. (UESB/ITAPETINGA) ; Costa, R.K.B.S. (UESB/ITAPETINGA) ; Silva, S.L.C. (UESB/ITAPETINGA) ; Silva, T. (UESB/ITAPETINGA) ; Carvalho, K.S. (UESB/ITAPETINGA) ; Costa, T.G. (UESB/ITAPETINGA) ; Passos, M.M.S. (UESB/ITAPETINGA) ; Cruz, R.C.D. (UESB/ITAPETINGA) ; Gualberto, S.A. (UESB/ITAPETINGA) ; Pacheco, R.C. (UESB/ITAPETINGA)
Resumo
Estudos voltados para o emprego de metabólitos secundários como inseticidas botânicos tem se tornado cada vez mais frequentes, sobretudo no que diz respeito ao controle de insetos vetores, a exemplo do Aedes aegypti. Esse trabalho teve por objetivo avaliar a persistência da atividade adulticida do óleo essencial obtido das folhas do Croton sp., sobre o Ae. aegypti. O óleo foi obtido por hidrodestilação, utilizando-se o extrator de Clevenger modificado. O papel filtro que foi impregnado com 1 hora antes do início do experimento, se mostrou tóxico às fêmeas, ocasionando mortalidade de 95,0%, em 1 hora de exposição. O óleo essencial de Croton sp., não se mostrou persistente durante a realização do bioensaio, ocorrido em um período de 72 horas.
Palavras chaves
Inseticidas Botânicos; Persistência; Vetores
Introdução
As plantas são conhecidas por serem detentoras de importantes moléculas biologicamente ativos, muitos dos quais constituem modelos para a síntese de fármacos para fins medicinais, auxiliando no combate contra a herbivoria, possibilitando a manutenção dessas no meio (VARANDA, 2009; BORDA et al, 2006). O emprego de metabólitos secundários para produção de inseticidas de origem botânica tem se tornado muito popular desde as décadas de 30 e 40, tendo algumas vantagens quando comparado ao emprego de sintéticos, pois são obtidos de recursos renováveis e são biodegradáveis (MENEZES, 2005; ROEL, 2001). Espécies do gênero Croton vêm sendo estudadas com atuação no controle de insetos, especialmente os insetos vetores, como o Aedes aegypti. Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo avaliar a persistência da atividade adulticida do óleo essencial obtido das folhas de Croton sp., sobre o Ae. aegypti.
Material e métodos
Após a coleta, as folhas foram secas em estufa de circulação de ar a 40 °C, em um período de 12 horas. O óleo essencial foi obtido através da hidrodestilação, utilizando-se o extrator de Clevenger modificado. Para a realização do ensaio biológico, foram utilizadas 20 fêmeas por repetição, com cinco repetições por tratamento. O experimento foi constituído por um grupo controle e sete tratamentos, contendo papéis filtro impregnados em diferentes horários (1, 12, 24, 48, e 72 horas) com o óleo essencial, obtido das folhas de Croton sp., na concentração de 10 mg mL-1. As observações de mortalidade larval foram realizadas por um período de 1, 12, 24, 36, 48, 60 e 72 horas. O percentual de mortalidade larval foi submetido à análise de regressão linear simples.
Resultado e discussão
O papel filtro umedecido 1 hora antes do início do experimento foi mais
tóxico para as fêmeas do Ae. aegypti, ocasionando uma mortalidade de
95,0% e 100,0%, para os períodos de observação de 1 e 12 horas,
respectivamente, comparado aos demais períodos em que o papéis filtro foram
impregnados (12, 24, 48, e 72 horas), conforme demonstrado na figura 1.
A análise de regressão linear revelou uma correlação negativa (ŷ=-14,464x +
80 e R²=0,64) entre a mortalidade das fêmeas do Ae. aegypti e o tempo
de observação, no que diz respeito ao tratamento no qual o papel filtro foi
impregnado 1 hora antes do início do experimento (Figura 2).
A não eficiência adulticida dos papéis filtro impregnados nos períodos de
12, 24, 48 e 72 horas antes do início do experimento pode ter ocorrido
devido à volatilização do princípio ativo presente no óleo essencial em
virtude do material (papel filtro) utilizado para a impregnação, visto ter
ocasionado mortalidade de 100% dos adultos, com 1 hora de impregnação.
Segundo Oliveira et al., (2014) os óleos essenciais os óleos essenciais são
compostos, geralmente, por substâncias aromáticas (odoríferas) com baixo peso
molecular e baixa pressão de vapor, o que auxilia na fácil volatilização das
substâncias presentes nos óleos.
Mortalidade de fêmeas expostas a papéis impregnados em diferentes períodos com o óleo essencial de Croton sp., em relação ao tempo de observação.
Correlação entre mortalidade de fêmeas e tempo de exposição ao papel impregnado com óleo essencial de Croton sp(com 1 hora de antecedência ao ensaio)
Conclusões
O óleo essencial obtido das folhas de Croton sp., não apresentou persistência após 1 hora de impregnação do papel filtro do óleo de Croton sp. Todavia, trabalhos futuros poderão ser realizados visando avaliar com precisão o tempo de duração desse óleo para a atividade inseticida, nos horários de impregnação entre 1 e 12 horas de observação.
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ- PIBITI).
Referências
BORDA, A. M.; MACEDO, M. Plantas medicinais usadas para a saúde bucal pela comunidade do bairro Santa Cruz, Chapada dos Guimarães, MT, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 20, n. 4, p. 771-782, 2006.
MENEZES, E. L. A. Inseticidas botânicos: seus princípios ativos, modo de ação e uso agrícola. Seropédica, Rio de Janeiro: Embrapa Agrobiologia, 2005. 58p.
OLIVEIRA, L. F. M.; OLIVEIRA, JR L. F. G.; SANTOS, M. C.; NARAIN, N., LEITE NETA M. T. S. Tempo de destilação e perfil volátil do óleo essencial de aroeira da praia (Schinus terebinthifolius) em Sergipe. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 16, n. 2, p. 243-249, 2014.
ROEL, A. R. Utilização de plantas com propriedades inseticidas: uma contribuição para o Desenvolvimento Rural Sustentável. Revista Internacional de Desenvolvimento Local, v. 1, n. 2, p. 43-50, 2001.
VARANDA, E. A. Atividade mutagênica de plantas medicinais. Revista de ciências Farmacêuticas básica e aplicada, v. 27, n.1, p. 1-7, 2009.