APRENDIZAGEM DOS MODELOS ATÔMICOS ATRAVÉS DA CONSTRUÇÃO DE MAQUETES COM MATERIAIS DE BAIXO CUSTO.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Pedrosa Oliveira, I.L. (IFPI - CENTRAL) ; Stella Costa, L. (IFPI - CENTRAL) ; de Oliveira Pereira, J. (IFPI - CENTRAL) ; Batista da Costa, F. (IFPI - CENTRAL)

Resumo

No ensino de Química das escolas públicas, muitas vezes, os alunos veem o aprendizado da química como algo que necessite apenas de decoração, limitando-os a definições de leis e conceitos. O objetivo deste trabalho é tornar as teorias atômicas mais compressíveis através do uso de maquetes produzidas pelos próprios alunos com materiais baratos de fácil aquisição. Para produzir as maquetes corretamente os alunos precisaram dominar o assunto por completo. Durante a exposição das maquetes na feira de ciências, eles exercitaram a verbalização dos conhecimentos acerca do tema e debateram com alunos de outras classes. A mudança na metodologia de ensino de modelos atômicos com a construção das maquetes constitui uma experiência proveitosa para bolsistas, alunos da classe envolvida e para todo o corpo discente.

Palavras chaves

PIBID; ensino de química; modelos atômicos

Introdução

O ensino de Química nas escolas públicas, muitas vezes limita-se a definições de leis e conceitos sem nenhuma interação do conteúdo com o cotidiano dos alunos (SILVA,1998). A falta de recursos financeiros e pouco tempo que os educadores dispõem para conceber aulas mais atraentes e motivadoras também são fatores que contribuem para o desinteresse dos alunos nas aulas (VALADARES, p.38 -40, 2001). Acredita-se que a experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a criação de problemas reais que permitam a contextualização e o estímulo de questionamentos e de investigação (GUIMARÃES, p.198-202, 2009). O constante processo de formalização que vem sendo trilhado ao longo do desenvolvimento histórico das ciências representa um distanciamento cada vez maior em relação às situações empíricas. Isso só faz agravar a situação de ensino/aprendizagem escolar. O corpus da ciência, por exemplo, com suas teorias matematizadas, seus instrumentos cognitivos altamente formalizados, estimulam a tendência de se supor que o instrumento cognitivo privilegiado é a lógica dedutiva e não as experimentações como condição de aferição dos modelos conceituais, mesmo quando, no nível de discurso, não se desconsidere a observação sistemática e a experimentação (SILVA,1998). Em Ciências, um modelo pode ser definido como uma representação parcial de um objeto, evento, processo ou ideia que é produzida com propósitos específicos como, por exemplo, facilitar a visualização, fundamentar a elaboração e teste de novas ideias, possibilitar a elaboração de explicações e previsões sobre comportamentos e propriedades do sistema modelado (GILBERT, p. 3-18) Assim, o objetivo deste trabalho é tornar as teorias atômicas mais compressíveis através da materialização dos modelos com o uso de maquetes produzidas pelos próprios alunos com materiais baratos de fácil aquisição.

Material e métodos

O trabalho foi feito em três etapas, primeiramente foram produzidos pelos alunos bolsistas do Projeto do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI), quatro maquetes de modelos atômicos: Danton, Thomson, Rutherford, Rutherford- Bohr; com materiais de baixo custo e fácil acesso, tais como isopor, tinta guache, arrame, cartolina, cola isopor, entre outros. Na segunda etapa, foi feito um resumo para os alunos de primeiro ano do Colégio Estadual Zacarias De Gois (Liceu Piauiense) sobre a teoria atomística juntamente com os modelos produzidos, visando facilitar a compressão dos mesmos.Em seguida, foi feita uma discussão em sala de aula sobre o assunto com o intuito de avaliar a intervenção didática. Na última etapa os alunos apresentaram tais modelos atômicos na feira de ciências da própria escola.

Resultado e discussão

A construção e utilização das maquetes tornou o ensino das teorias atômicas mostrou-se eficiente, pois, apesar de produzidas com facilidade, elas exigiram o entendimento completo das teorias e seus modelos. A atração visual provocada pelas maquetes diminuiu a rejeição de muitos alunos em dedicar atenção ao estudo deste conteúdo. Solicitar que os alunos apresentassem para o restante da escola, durante a feira de ciências, o material que eles produziram constituiu um exercício de verbalização das teorias estudadas e, aqueles que assistiram as apresentações, tiveram a oportunidade de concretizar os conceitos e postulados que envolvem a descrição das teorias atômicas e seus modelos nos livros didáticos.

Figura 01 -

Os alunos durante a apresentação das maquetes dos modelos atômicos.

Conclusões

Com este trabalho pode-se notar a importância do uso de materiais de baixo custo no ensino de atomística como meio de facilitar a visualização. Percebeu- se que a mudança na metodologia de ensino tornou a aprendizagem mais eficaz, pois tanto para alunos de ensino médio como para os bolsistas, a experiência de interagir fisicamente com os modelos atômicos representou um avanço significativo no processo de ensino-aprendizagem de Química.

Agradecimentos

Agradecemos a Deus, nossas famílias, a CAPES pela bolsa concedida PIBID, ao professor supervisor e ao IFPI (Teresina-Central).

Referências

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GASPAR, A. Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2009.

GILBERT, J. K., BOULTER, C. J., & ELMER, R. (2000). Positioning models in science education and in design and technology education. In J. K. Gilbert & C. J. Boulter (Eds.), Developing Models in Science Education (pp. 3-18). Dordrecht: Kluwer.

GUIMARÃES, C. C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola. n 3, volume 31, agosto, p.198-202, 2009.

LOPES, A.C. Livros didáticos: obstáculos ao aprendizado da ciência química. Química Nova, v. 1, n. 3, p. 254-261, 1992.

MELO M. R. e NETO E. G. Dificuldades de Ensino e Aprendizagem dos Modelos Atômicos. Química Nova, v. 35, n. 2, p. 112-122, 2013.

SILVA, A. M. T. B. da. Representações sociais: uma contraproposta para o estudo das concepções alternativas em ensino de Física. 1998. 72f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998.

SILVA, J. F.S et al. A Importância de Aulas Experimentais Para a Aprendizagem dos Alunos do Ensino Médio: Um Estudo de Caso. Simpequi. Salvador-BA 2009. P1-3.

VALADARES, E. C. Propostas de Experimentos de Baixo Custo Centradas no Aluno e na Comunidade. Química Nova na Escola. n. 13, maio, p. 38- 40, 2001.

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