A BOMBA ATÔMICA COMO MEDIADORA DE CONHECIMENTO QUÍMICO E BIOLÓGICO: UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Alves, P.R. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS FLORESTA) ; Venâncio, K.S. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS FLORESTA) ; Sá, C.L.S.G. (IF SERTÃO PERNAMBUCANO CAMPUS FLORESTA)

Resumo

O ensino de Química na maioria das vezes se faz de modo fragmentado, dificultando assim, o processo de ensino aprendizagem. Esse fato resulta na desvalorização da contextualização dos conteúdos ministrado em sala de aula. Levando em conta o papel da interdisciplinaridade como agente de integração e interação de conhecimentos, o presente trabalho tem como objetivo promover a aprendizagem significativa através de uma abordagem interdisciplinar capaz de romper a rotina tradicional, através de aulas motivadoras que colaborem na compreensão da Química no Ensino Fundamental. Diante desse trabalho, pôde-se perceber a interação e participação dos alunos na construção do seu conhecimento. Os resultados demonstram que uma abordagem interdisciplinar favorece no processo de ensino aprendizagem.

Palavras chaves

abordagem diferenciada ; bomba atômica; interdisciplinaridades

Introdução

Segundo Ivani Fazenda, a interdisciplinaridade surgiu na França e na Itália em meados da década de 60, num período marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras coisas, reivindicavam um ensino mais sintonizado com as grandes questões de ordem social, política e econômica da época. Diante da fragmentação encontrada no processo de ensino aprendizagem Garcia (2002) afirma que a interdisciplinaridade tem ressurgido a partir da necessidade de uma visão global da realidade, para atingir uma maior conexão entre as disciplinas, contribuindo dessa forma, no processo de construção do conhecimento discente. A interdisciplinaridade integra as disciplinas a partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervêm sobre a realidade e trabalha todas as linguagens necessárias para a constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de significados e registro sistemático dos resultados. BRASIL (1999, p. 89). Diante do exposto, este trabalho foi desenvolvido na turma do 9º ano do Ensino Fundamental da escola Educandário Pequeno Aprendiz da cidade de Floresta- PE, no primeiro semestre letivo de 2015, onde no campo da Química, foi trabalhado o assunto de Modelos Atômicos. Já no campo da Biologia, o assunto trabalhado foi Ecologia. Portanto esse trabalho emprega a bomba atômica como ponte de conhecimento nos campos da Química e Biologia através de uma abordagem interdisciplinar.

Material e métodos

Esse trabalho foi desenvolvido com 16 alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Educandário Pequeno Aprendiz, escola da rede privada. A princípio, houve a fase de planejamento entre os professores de Química e Biologia. No primeiro momento pedagógico, houve um seminário, onde foram exibidos documentários e reportagens referentes à constituição da bomba atômica e ao bombardeio as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Em seguida a docente de Biologia evidenciou os efeitos provocados na vegetação das cidades atingidas pela bomba atômica. No segundo momento pedagógico, os conceitos científicos foram explanados de forma expositiva para melhor compreensão dos assuntos abordados. Nessa fase, o diálogo entre os dois campos do conhecimento foram bem evidentes, pois os professores de Química e Biologia apresentavam os temas de forma alternada para melhor compreensão dos conteúdos. Em seguida, foi elaborada uma discussão para que os alunos expusessem seus conhecimentos acerca dos temas tratados e relacionasse a Química com a Biologia. Por fim, os alunos responderam a um questionário com o objetivo de avaliar a abordagem adotada pelos discentes.

Resultado e discussão

A partir do seminário, os professores puderam observar o interesse dos alunos diante dos vídeos apresentados, pois a turma se mostrou concentrada perante da abordagem adotada. Diante da explanação dos discentes os alunos puderam relacionar temas Químicos e Biológicos referentes ao bombardeio às cidades japonesas. Diante a discussão fomentada pelos discentes os alunos expressaram seus conhecimentos de forma segura e coerente. Nessa fase, através da analise de questionários observou-se que, quando perguntados se eles conseguiam relacionar a Química com a Biologia através da bomba atômica, 87,5% dos alunos afirmaram que sim. O aluno “A” relatou: “O conhecimento do átomo resultou na construção da bomba atômica, que por sua vez acabou destruindo duas cidades afetando sua vegetação”. Porém, 12,5 % dos alunos não souberam relacionar os temas abordados (Gráfico 01). Em seguida, os discentes expuseram suas opiniões sobre essa abordagem interdisciplinar e 100 % dos alunos aprovaram a metodologia adotada pelos discentes. “Através da bomba atômica, pude entender melhor conceitos de Química e Biologia”; relatou o estudante “B”. Diante das respostas obtidas pelos questionários pode-se afirmar que o referido trabalho obteve excelente aceitação dos alunos, pois foi possível constatar uma evolução no conhecimento dos alunos. Enfim, consideramos que a atividade possibilitou, de forma interativa, a compreensão dos conteúdos ministrados.

Gráfico 01

Relação estabelecida pelos alunos entre os campos da Química e Biologia.

Gráfico 02



Conclusões

As atividades realizadas alcançaram os objetivos esperados, pois os alunos conseguiram assimilar os temas desenvolvidos com notória satisfação e desempenho. Segundo Sá & Silva (2008) um ensino de química interdisciplinar é promotor de uma aprendizagem ativa e significativa. As atividades desenvolvidas foram relevantes para o processo de ensino-aprendizagem, pois proporcionaram uma oportunidade de reflexão entre os campos da Química e Biologia. Porém, é necessário que abordagens interdisciplinares sejam adotadas com mais frequência em sala de aula, para que os eixos da educação possam se unir.

Agradecimentos

Ao autor da vida, Deus. Ao IF Sertão Pernambucano; ao Educandário Pequeno Aprendiz.

Referências

BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais : Ciências Naturais. Brasília : MEC /SEF, 1998.
FAZENDA, Ivani C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 4. ed. Campinas: Papirus, 1994.
FELTRE, Ricardo. Química: Química Geral. São Paulo:Moderna, vol. 1, 2002.
KOTZ, John C; TREICHEL Jr., Paul M; WEAVER, Gabriela C. Química geral e reações químicas. 6ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. v.1. 611 p.
SÁ, Helena Cristina Aragão de & SILVA, Roberto Ribeiro da. Contextualização e interdisciplinaridade: concepções de professores no ensino de gases. Disponível em: <http://www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/resumos/R0621-1.pdf>. Acesso em: 20 de julho de 2015
WALKER, Jearl; HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos de Física - Óptica e Física Moderna. 9ª Edição, LTC, 2012.

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