ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Oliveira, G. (IFG) ; Gomes, F. (IFG) ; Gonçalves, A.M. (IFG) ; Rodovalho, W. (IFG)
Resumo
Os jogos didáticos no ensino de química despertam um interesse mais amplo, graças ao desafio que é imposto, elevando o grau de assimilação e consequentemente favorecendo a aprendizagem. A aplicação desta metodologia pode ser feita em diversos momentos, o que vai ser determinante em relação a isto será o objetivo pedagógico que o professor pretende atingir com esta dinâmica. Este trabalho mostra a elaboração e a aplicação do jogo “função a função” para o ensino de funções orgânicas, a alunos do terceiro ano do ensino médio. Os resultados obtidos mostraram que ele pode ser facilitador da aprendizagem das funções orgânicas, pois através dele é possível desenvolver a linguagem química esperada, bem como a identificação dos grupos funcionais.
Palavras chaves
jogo; ensino de quimica; química orgânica
Introdução
O uso do jogo tem como uma de suas finalidades o desenvolvimento de habilidades que levem o aluno a uma compreensão ampla, fácil e divertida, apresentando importância ao aprendizado de qualquer disciplina. Torna-se então prazeroso e dinâmico o ato de estudar, além do fato de oferecer ao professor maneiras diversas de ensinar e avaliar a compreensão do aluno, em relação a diferentes temas trabalhados (ZANON; GUERREIROS; OLIVEIRA, 2008). O ensino da disciplina está voltado para a utilização de métodos tradicionais o que pode levar ao desinteresse pelo conteúdo (SOARES, 2013). Nesta perspectiva os professores buscam maneiras diversificadas de ensinar as teorias que circundam a química, e uma destas alternativas é o uso de jogos didáticos para o ensino. Este trabalho apresenta a elaboração e a aplicação do jogo “função a função” para o ensino de funções orgânicas, e tem como público alunos do Ensino Médio (EM) do terceiro ano. Os objetivos principais são: despertar o interesse dos alunos pela disciplina de química e contribuir com uma ferramenta didática que facilite a aprendizagem voltada à identificação dos grupos funcionais orgânicos.
Material e métodos
O trabalho em questão é caracterizado por uma pesquisa aplicada, pois se trata da construção de uma nova ferramenta de aprendizagem e ensino inserida a grupos específicos. O jogo elaborado faz alusão ao jogo comercialmente conhecido como Cara a Cara (Grow). Função a função é composto por dois tabuleiros e um total de cinquenta cartas (vinte e cinco para cada grupo) e um conjunto para sorteio. Em cada carta está a estrutura em linha da molécula de uma função orgânica, sendo três moléculas para cada função no caso das oxigenadas e seis para cada função nitrogenada trabalhada. Para jogar, o jogador deve descobrir a molécula desenhada na carta do adversário, inicialmente distribuída pelo professor, através de perguntas simples com respostas entre sim e não. Joga-se alternado até o momento do jogador acertar a molécula orgânica do adversário.
Resultado e discussão
As cartas do jogo foram criadas em papel tetra Pack para aproveitar as
embalagens de suco/leite e em folha de isopor (Figura 1).
O jogo foi aplicado em quatro turmas de terceiros anos do EM, com o total de 77
alunos, sendo eles pertencentes a duas turmas do Instituto Federal e duas turmas
do Colégio Estadual Alfredo Nasser, ambos da cidade de Uruaçu-GO. Antes de cada
aplicação foi realizado a explicação das regras para o melhor desempenho da
atividade, pois muitos insucessos são causados pela má explicitação e explicação
das regras (SOARES, 2013). Para a coleta de resultados foi aplicado um
questionário divido em duas partes, um antes de começar o jogo e o outro logo
após o término do jogo. Nele foi constatado que 54 alunos tiveram maior
afinidade com o estudo da nomenclatura dos compostos ao invés de estudar suas
propriedades físicas e químicas. Que, em razão disso, 58% afirmaram que
conseguem identificar as funções orgânicas e, após a brincadeira, esse número
aumentou para 92% com as funções oxigenadas e 95%, para as nitrogenadas.
Nas observações realizadas durante a brincadeira foi possível perceber a
dificuldade dos alunos em utilizar as terminologias corretas para formular as
perguntas, mas na medida que jogavam isso diminuía. Também percebido com relação
ao conhecimento do jogo e das regras, pois ao jogarem pela primeira vez não
tinham muito domínio, o que o manuseio do material conseguiu sanar.
Questionados sobre o que o jogo significou para eles, a maioria dos alunos
classificou o jogo como eficiente, apesar de manter um equilíbrio entre os
níveis fácil e difícil (Gráfico 1). O que se pode concluir em relação a este
fato é que a familiarização com as regras e a dinâmica envolvida facilitaram o
processo de identificação das funções.
A figura 1 contém a foto de dois tabuleiros com cartas em papel tetra pak, com estruturas químicas do jogo 'Função a Função'.
O gráfico 1 mostra resultados sobre a eficiência e o grau de dificuldade do jogo, na visão dos alunos.
Conclusões
O jogo promoveu oportunidades de (re)ensinar conceitos básicos da química orgânica de maneira lúdica e interativa. Houve visivelmente uma aceitação significativa por parte dos alunos em participar da brincadeira, ou seja, atingiu o objetivo de estimular o interesse pela disciplina. Em relação à motivação, ao decorrer do jogo percebeu-se através das interações entre os jogadores. Isso vai de acordo com Miranda (2002) quando afirma que tal motivação deve-se ao estímulo da curiosidade, levando a criança a questionar-se e a questionar, proporcionando a construção e reconstrução da aprendizagem.
Agradecimentos
Aos alunos do Colégio Estadual Alfredo Nasser e aos alunos do IFG, campus Uruaçu.
Referências
MIRANDA, S. No fascínio do jogo, a alegria de aprender. Linhas Críticas, vol. 8, n° 14, 2002.
SOARES, M. H. F. B. Jogos e Atividades Lúdicas para o Ensino de Química. Goiânia: Kelps, 2013.
ZANON, D.A.V.; GUERREIRO, M.A.S. OLIVEIRA, R.C. Jogo Didático Ludo Química para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciência & Cognição, v.13, n.1, p. 72-81, 2008.