ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Marques, G.N. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS, MONTE CASTELO) ; Cunha, D.A. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS, MONTE CASTELO) ; Lima, J.B. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS, MONTE CASTELO) ; Pereira, L.M. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS, MONTE CASTELO) ; Viana, T.M.A. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS, MONTE CASTELO) ; Justino, M.N. (IFMA - CAMPUS SÃO LUÍS, MONTE CASTELO)
Resumo
Esse artigo é um estudo acerca da criação e utilização de jogos que possam mudar a visão negativa que alguns alunos tem a respeito do ensino de química. O jogo didático apesar de muito conhecido ainda é pouco utilizado por inúmeros fatores que vão desde a falta de recursos nas escolas até o tempo limitado que o professor dispõe para a elaboração dessas ferramentas. Nesse contexto buscou-se criar um jogo que prendesse a atenção dos alunos desde a sua parte gráfica até a riqueza de detalhes por parte do conteúdo o qual era totalmente vinculado ao que foi ensinado em sala de aula. O jogo utilizado também serviu como base para busca de resultados efetivos no processo ensino aprendizagem uma vez que os alunos da escola onde o projeto foi aplicado tinham muitas dificuldades em química.
Palavras chaves
Ensino de Química; Jogos Didáticos; Ensino aprendizagem
Introdução
Quando se fala em ensino de química, percebe-se uma busca constante por métodos que facilitem a aprendizagem e que estejam totalmente desvinculados da ideia de que a memorização ajuda nesse processo. Nessa busca incansável do professor, aparece o jogo, que tem ganhado bastante destaque nas salas de aula devido à multiplicidade de questões que o tornam uma ferramenta indispensável à contextualização de determinados conteúdos. Os novos estudos acerca dessa temática classificam os dois tipos de jogos utilizados na sala de aula como Jogo educativo e jogo lúdico sendo esse segundo um dos mais utilizados. Segundo Cunha (2012) jogo lúdico é aquele que está diretamente relacionado ao ensino de conceitos e/ou conteúdos, organizado com regras e atividades programadas e que mantém um equilíbrio entre as funções lúdica e educativa do jogo. Para kishimoto (1996) um jogo só é didático quando há um balanceamento claro entre essas características, pois ludicidade é um fator importante para conseguir a atenção dos alunos por meio da diversão e o prazer que são propiciados quando consegue-se assimilar o que foi ensinado na aula teórica através do jogo.
Material e métodos
A criação e utilização do jogo Lúdico REDOXGAME (imagem 1), deu-se em várias etapas, cada uma delas levando-se em conta os conteúdos ensinados pelo professor sobre oxirredução e eletroquímica. A primeira etapa consistiu em um entrevista com o professor da disciplina de Físico Química para saber quais as características principais e os respectivos objetivos deveriam nortear o jogo. Um questionário foi construído com base nas aulas ministradas pelo professor, para que as dificuldades dos alunos com respeito ao ensino de físico química pudessem ser identificadas e eventualmente corrigidas através da utilização do jogo. Com base nos dados tanto do questionário quanto da entrevista construiu-se um jogo que abordava vários assuntos desde processos de oxidação e redução até os conceitos de pilha de Daniell e ponte salina entre muitos outros. O jogo era composto por seis alunos os quais podiam escolher a cor dos seus peões e no decorrer das casas escolhidas pelo dado tinham direito a retirar cartas (imagem 2) previamente embaralhadas e que eram classificados pela cor o seu nível de dificuldade (Verde/Fácil, Amarelo/Intermediário, Vermelho/Difícil) caso o aluno responde-se a pergunta escolhida de forma errada, perderia os pontos recebidos no inicio do jogo. O objetivo era acumular mais pontos demonstrando que conhecia bem os assuntos por responder as perguntas do jogo.
Resultado e discussão
Através da analise dos dados obtidos através dos questionários pode-se
perceber que os alunos não estavam conseguindo relacionar o conteúdo das
aulas com aspectos básicos do cotidiano, como por exemplo o uso de pilhas
dentro do tema eletroquímica . Esse talvez foi um dos fatores que levaram
70% dos alunos a concluir no questionário aplicado antes da utilização do
jogo que o ensino de físico química torna-se complicado devido as inúmeras
fórmulas e que na maioria dos casos tem que ser decoradas. A respeito do
nível de interesse pelo ensino de química 25% disse que gostavam, enquanto
que para 64% era uma das piores disciplinas do currículo. Quanto à busca de
recursos que facilitem a aprendizagem dos alunos o professor disse que na
escola não existem materiais disponíveis e que devido uma jornada de
trabalho exaustiva, ele dificilmente tem como criar novos métodos. Após a
aplicação dos questionários, os jogos foram inseridos nas aulas com o
intuito de ajudar os alunos na aprendizagem dos conteúdos de eletroquímica e
processos de oxirredução de uma forma clara e divertida. Após a utilização
do Jogo REDOXGAME, foram aplicados novos questionários nos quais ficou claro
um maior envolvimento dos alunos na disciplina, 92% disseram que o ensino
dos conteúdos por meio do jogo ficou mais dinâmico, menos travado e mais
acessível e 94% disseram que os jogos foram muito úteis na assimilação do
conteúdo e sobretudo seria interessante utilizar os jogos em outras
disciplinas.
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Jogo desenvolvido para auxiliar nas aulas de físico química
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Cartas do jogo que classificam as perguntas em três diferentes níveis de dificuldade.
Conclusões
A partir do uso do jogo REDOXGAME pode-se perceber que os alunos interagiam de forma mais ativa nas aulas. Houve um amento significativo nas notas dos alunos, uma vez que sua aprendizagem ocorreu de forma lúdica e facilitada pelo uso de uma ferramenta alternativa. No entanto é necessário que o professor saiba utilizar os jogos de uma forma realmente contextualizada e não como meio de encher os alunos de atividades somente para passar o tempo. Com a criação e utilização do jogo de química o professor pode mostrar que o ensino de química está cada vez mais distante do tradicionalismo
Agradecimentos
Agradecemos ao IFMA Monte Castelo Ao professor Marcelo Moizinho oliveira
Referências
CUNHA, M.B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. São Paulo: Química Nova 2012
KISHIMOTO, T.M. O jogo e a educação infantil. In: ______. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1996.