ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Negreiro, J.M. (IFCE - CAMPUS QUIXADÁ) ; Lopes, J.B.O. (UFMA - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE IMPERATRIZ) ; Macêdo, L.N. (UFMA - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE IMPERATRIZ) ; Macêdo, A.A.M. (IFMA/UFMA - CAMPUS DE IMPERATRIZ)
Resumo
A matriz curricular dos cursos de Licenciatura em Química aborda conteúdos relativos a conhecimentos específicos e pedagógicos. Esta pesquisa tem por objetivo averiguar a concepção dos graduandos de Licenciatura em Química, em relação aos três tipos de disciplinas encontradas na matriz curricular. Participaram desta pesquisa quarenta (40) discentes do curso de Licenciatura em Química de uma instituição pública do município de Quixadá – CE respondendo a um questionário contendo questões objetivas relacionado aos três núcleos de disciplinas do curso. As disciplinas de natureza comum foram conceituadas as mais difíceis. Já as, pedagógicas, fáceis. Se cada professor trabalhasse a interdisciplinaridade na sala de aula, contribuiria para valorização de cada disciplina, independente do núcleo.
Palavras chaves
Matriz curricular; Licenciatura em Química; Disciplinas
Introdução
Entre as disciplinas ministradas na sala de aula, no ensino fundamental e médio, a Química é vista como abstrusa ou de difícil compreensão por parte dos alunos, sendo considerada abstrata e complexa por ter de memorizar fórmulas, equações e propriedades Químicas (SILVA, 2011). O ensino repetitivo, descontextualizado e limitado, além de não buscar novos rumos e alternativas para o ensino, torna-se cada vez mais desarticulado, além de não motivar nem professores, nem tão pouco alunos, por estar continuamente isolado da escola e da vida cotidiana (SCHNETZLER; ARAGÃO, 1995). No sistema de ensino superior, a matriz curricular dos cursos de Licenciatura em Química aborda conteúdos relativos a conhecimentos específicos e pedagógicos, ambos necessários para a prática docente ao magistério. (BROIETTI; BARRETO, 2011). Para formação do professor, a prática docente precisa ser explorada desde o início de qualquer graduação em licenciatura, criando-se uma relação entre os conteúdos aprendidos com os que serão aplicados em sala de aula, ou seja, deve haver relação entre conhecimento teórico e conhecimento prático (PAVÃO, 2006; CARDOSO, 2012). Com o intuito de avaliar se há dedicação dos alunos nas disciplinas do curso de licenciatura em química, esta pesquisa tem por objetivo averiguar a concepção dos graduandos de Licenciatura em Química, em relação aos três tipos de disciplinas (de natureza específica, de natureza comum e de natureza pedagógica) encontradas na matriz curricular do curso.
Material e métodos
Para a elaboração deste estudo, realizou-se uma pesquisa exploratória. Participaram da pesquisa quarenta (40) graduandos de ambos os sexos com faixa etária entre 17 e 59 anos, cursando do primeiro ao último semestre do curso de Licenciatura em Química de uma instituição pública da cidade de Quixadá – Ceará. Aplicou-se um questionário contendo questões objetivas, relacionadas aos três (3) núcleos de disciplinas da matriz curricular do curso de Licenciatura em Química, são elas: disciplinas de natureza comum (cálculo I, cálculo II, biologia geral, dentre outras); disciplinas de natureza específica (química geral I, química inorgânica I, princípios de análise química, dentre outras); disciplinas de natureza pedagógica (estrutura e funcionamento do ensino, didática educacional e outras). Buscou-se extrair a concepção, importância e dedicação que os acadêmicos dispõem entre os núcleos de disciplinas. Após coleta de dados, analisou-se quantitativamente e qualitativamente os dados obtidos.
Resultado e discussão
Perguntou-se aos graduandos qual dos três núcleos de disciplinas possuem mais
dificuldade, nota-se na Figura 1 que 47,5% dos alunos sentem mais dificuldade
nas disciplinas de natureza comum, 35% sentem mais dificuldade nas disciplinas
específicas, 15% sentem dificuldade nas disciplinas de natureza pedagógica e
2,5% não possuem dificuldade.
Victor (2013), em pesquisa realizada com alunos do ensino médio, afirma que as
maiores dificuldades dos estudantes estão relacionadas a área das ciências
exatas, pois os conteúdos envolvem cálculos matemáticos, mas também raciocínio
lógico.
Foi indagado sobre a natureza das disciplinas que os participantes despendem
mais tempo de estudo, a Figura 2 indica que a maioria dos graduandos (67,5%)
dedica mais tempo para as disciplinas específicas, outros 25% para as
disciplinas de natureza comum, apenas 7,5% para as disciplinas de natureza
pedagógicas.
Cardoso (2012) em pesquisa com graduandos do curso de licenciatura em
matemática, eles afirmaram que não se dedicavam nas disciplinas pedagógicas da
mesma forma que se dedicavam nas disciplinas específicas, pois as específicas
são mais importantes e mais difíceis e requerem mais tempo de estudo.
Questionou-se os entrevistados sobre os três tipos de disciplinas que
consideram essencial para a formação docente. Desta forma, 39,2% consideraram
as disciplinas específicas essenciais, 38,1% declararam que as disciplinas
pedagógicas essenciais, e 20,6% afirmou que as disciplinas comuns são
essenciais e 2,1% marcou a opção outros.
Santos (2005) afirma que a valorização cedida a determinados conteúdos, causam
prejuízos na ligação existente com outras disciplinas, por isto a
interdisciplinaridade pode ser utilizada como prática de ensino, para que os
alunos percebam a importância de cada disciplina.
Núcleo de disciplinas que os graduandos sentem mais dificuldade.
Núcleo de disciplinas que os graduandos despedem mais tempo de estudo.
Conclusões
Conforme dados obtidos, conclui-se que os participantes possuem maior dificuldade nas disciplinas de natureza comum e específica. As disciplinas de natureza pedagógica não apresentam dificuldade, ou seja, são fáceis, influenciando negativamente na dedicação dos alunos. Se cada professor trabalhasse a interdisciplinaridade na sala de aula, contribuiria para valorização de cada disciplina, independente do núcleo, todavia isso exige mais tempo e maior empenho por parte do professor.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Capes pela bolsa concedida.
Referências
BROIETTI, F.C.D.; BARRETO, S.R.G. Formação inicial de professores de química: a utilização dos relatórios de observação de aulas como instrumentos de pesquisa. Semina: Ciências Exatas e Tecnológicas, Londrina, v. 32, n. 2, p. 181-190, 2011.
CARDOSO, L. M. Crença e Concepções dos alunos do curso de licenciatura em Matemática, da UnUCET, com relação as disciplinas pedagógicas. 2012. 68 p. Monografia (Licenciatura em Matemática) – Universidade Estadual de Goiás, Anápolis, 2012.
PAVÃO, Z. M. Formação do professor-educador matemático em cursos de licenciatura. Diálogo Educacional, Curitiba, v. 6, n. 18, p. 161-168, ago. 2006.
SCHNETZLER, R. P.; ARAGÃO, R. M. R.. Importância. Sentido e Contribuições de Pesquisa para o Ensino de Química. Química Nova na Escola, n.1, p. 27-31, maio 1995.
SANTOS, A. C. S. Complexidade e Formação de Professores de Química. In: Escola Brasileira de Estudos Constitucionais, 2005, Curitiba. Anais... Curitiba: UFRRJ, 2005, p. 1-10.
SILVA, A. M. Proposta para Tornar o Ensino de Química mais Atraente. Revista de Química Industrial, Rio de Janeiro, n. 731, p. 7-12, 2011.
VICTOR, F. M. S. Dificuldades de Aprendizagem na Disciplina de Química em Escolas Públicas do Ensino Médio. 2013. 42 p. Monografia (Licenciatura em Química) – Instituto Federal do Ceará, Quixadá. 2013.