DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE FAZER QUÍMICA NO CONTEXTO AMAZÔNICO: PRODUZINDO AÇAIFÉ A PARTIR DO CAROÇO DE AÇAÍ.

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Dias, A.M. (CESP/UEA) ; Zanelato, A.I. (CESP/UEA) ; Silva, J.S. (CESP/UEA) ; Rodrigues, P.S. (CESP/UEA) ; Silva, F.S. (CESP/UEA)

Resumo

A Amazônia é uma das maiores riquezas do Brasil, por sua biodiversidade que guarda milhares de ervas e frutas com sabores exóticos capazes de produzir bebidas benéficas. Neste sentido, buscou-se a possibilidade de fazer Química no contexto amazônico: produzindo Açaifé do caroço do açaí, cujo objetivo era despertar o interesse dos alunos no ensino da Química. Aplicação da prática no espaço informal da escola com os alunos, verificou-se que os conteúdos presentes dentro dos parâmetros curriculares podem ser abordados na prática da produção da bebida com sabor de café (Açaifé), relacionando teoria com a prática com os seguintes conteúdos, no 1° ano: Separação (catação), Peneiração, Solubilidade e Filtração; no 2° ano: Torragem do caroço de açaí (termoquímica) e Trituração (cinética química).

Palavras chaves

Contexto Amazônico; Ensino de Química; Cotidiano

Introdução

A Amazônia é considerada uma das maiores riquezas do Brasil, e direto dessa riqueza foi possível encontrar uma arvore capaz de produzir uma bebida diretamente dos resíduos dessa fruta chamada Açaí, típica da região Amazônica, muito consumida pela população através do vinho de açaí. Porem existe uma técnica que ainda é desconhecida por muitas pessoas na região, onde através dos seus caroços ela produz uma bebida deliciosa com sabor de café, no qual ficou conhecida como Açaifé. Através das pesquisas que foram feitas da fruta do açaí, dos benefícios que ela proporciona ao homem e dos relatos de antigos moradores de uma vila das proximidades do município de Parintins, pensou-se na possível produção do Açaifé a partir do caroço do açaí, como uma possibilidade de desenvolver um trabalho para despertar nos alunos o interesse pela disciplina, associando a pratica com as aulas teóricas, pois os alunos tem uma concepção de que a disciplina de química é muito abstrata, com relação a fórmulas e cálculos matemáticos, faz com que os mesmos percam o interesse por essa disciplina, no entanto quando relacionamos a pratica com o conteúdo estudado, os discentes mudam a sua concepção. Neste sentido, Cachapuz (2005, p.53) diz, assim, acreditamos que essas orientações nos ajudem a repensar na metodologia utilizada para que se possa ter um ensino de qualidade e isso é um desafio que precisa ser superado acreditando que a mudança é possível. Dessa forma o trabalho foi desenvolvido no estagio supervisionado para trabalho de conclusão de curso na escola CETI com a participação dos alunos do 1ª ano do ensino médio, utilizando o caroço da fruta do açaí por ser uma arvore típica da região.

Material e métodos

O Açaifé, a partir do caroço (amêndoa) do açaí, foi realizado da seguinte forma: na primeira etapa fez-se a separação (catação-sólido-sólido) dos caroços a ser utilizados, em seguida realizou-se a lavagem dos mesmos, e este foi exposto ao sol até secar ao ponto de ser utilizado, depois de seco retirou-se a membrana (pêlos). Em seguida, utilizou-se um torrador pré-aquecido, mexeu-se até dourarem, acrescentou-se seis colheres de açúcar para fazer o ligamento dos caroços até ficar preto. Depois de torrado os caroços foram moídos e triturados, em seguida, realizou-se a peneiração para obtenção do pó. Após todos esses processos, o pó encontra-se pronto para ser utilizado para a preparação da bebida com sabor semelhante ao do café. Todo esse processo contou com a participação dos alunos do 1º ano do ensino médio totalizando 45 alunos, no qual todos interagiram e observaram o processo de produção da bebida Açaifé (café). Este trabalho foi apresentado na X Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Universidade do Estado do Amazonas – UEA – Parintins, e a bebida foi aprovada por grandes professores, doutores, mestres, funcionários e os próprios acadêmicos que puderam saborear da bebida Açaifé com sabor de café.

Resultado e discussão

Durante a exposição e a associação da pratica do cotidiano com a teoria, percebeu-se que houve uma assimilação e interesse dos alunos tornando a aula dinâmica e participativa. Com aplicação da prática no espaço informal da escola, verificou-se que os conteúdos presentes dentro dos parâmetros curriculares podem ser abordados na prática da produção da bebida com sabor de café (Açaifé), por causa de seus valores nutricionais, o açaí vem despertando o interesse de pesquisadores de todo o mundo. Portanto, obteve-se o resultado esperado pelo trabalho que foi apresentado para a turma, houve o despertar para o conteúdo de química, onde os discentes aprovaram a pratica do cotidiano enriquecendo o conhecimento a partir dos elementos naturais e manuseio do material.

Conclusões

O trabalho foi feito com os alunos do ensino médio na produção do Açaifé, adquiriu-se a bebida com sabor semelhante ao do café industrializado. Portanto, com esse experimento, ficou claro que as aulas práticas são de fundamental importância para despertar nos alunos o interesse pela disciplina de Química. A prática é um meio pelo qual o professor poderá desenvolver suas aulas, pois a aprendizagem não se dá só por meio de livros e multimídias, mas pela relação que o professor pode fazer das práticas com o cotidiano do aluno com formas inovadoras capazes de incentivar o ensino-aprendizagem.

Agradecimentos

Referências

Açaí: a fruta. Disponível em:< http://ipanemaartes.com.br/propriedades.htm. > Acesso em: 05 ago 2014.
A importância das atividades experimentais no Ensino de Química. Cristiane Sampaio (IC),Andreia Montani Basaglia (IC),Alberto Zinmermann (PQ).Disponível em:< http://www.uel.br/eventos/cpequi/Completospagina/18274953820090622.pdf. >. Acesso em: 07 dez 2014.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnologia, Ministério da Educação. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. In: Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 1999.
CACHAPUZ, Antônio. et .al. (org). A necessária renovação do ensino de ciências. São Paulo: Cortez, 2005.
KRASILCHIK, Myriam. K91p. O professor e o currículo das ciências. –São Paulo: E.P.U., 2012.
Novas perspectivas de ensino de ciências em espaço não formais amazônicos / organizadores Augusto Fachín Terán, Saulo Cézar, Seiffert Santos. -1. ed. - Manaus, AM: UEA Edições, 2013.

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