ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Conceição, G.S. (UFPA) ; Nascimento, F.C.A. (UFPA) ; Corrêa, A.S. (IFPA) ; Corrêa, S.M.V. (IFPA) ; Coelho, T.A.M. (IFPA) ; Brasil, D.S.B. (UFPA)
Resumo
O presente trabalho refere às experiências vivenciadas no estágio de docência do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal do Pará, em uma escola do Ensino Básico. A mesma proporcionou aos futuros professores vivenciar a aprendizagem significativa, onde teoria e prática puderam ser desenvolvidas em sala de aula, as atividades contribuíram para o desenvolvimento do professor estagiário bem como para o discente, pois nessa escola para os alunos do 2º ano não havia ocorrido ainda nenhuma atividade relacionada à experimentação de Química. As respostas das perguntas contidas no questionário mostram que o docente deve utilizar metodologias que valorizem a construção do conhecimento científico de seus alunos, a fim de romper barreiras que dificultam o processo de ensino aprendizagem.
Palavras chaves
Ensino de Química; Estágio supervisionado; Experimentação
Introdução
A palavra ensino significa transmissão de conhecimentos, informações ou esclarecimentos úteis ou indispensáveis à educação, [...] (FERREIRA, 2010). Para Ausubel (2008 apud CASSAB; CORTELAZZO, 2014), o processo ideal para que ocorra a aprendizagem significativa é quando há interação entre uma nova idéia e os conhecimentos precedentes do indivíduo. O professor cria uma situação onde o aluno possa ampliar, avaliar, atualizar e reconfigurar a informação previa já existente, transformando-a em uma nova informação. No que tange o ensino de Química, os PCN implicam que “as competências e habilidades cognitivas e afetivas desenvolvidas no ensino de Química deverão capacitar os alunos a tomarem suas próprias decisões em situações problemáticas, contribuindo assim para o desenvolvimento do educando como pessoa humana e como cidadão” (PCN p.32). Para Chassot (2003) o ensino de Química deveria estar centrado na inter-relação do conhecimento químico e do contexto social do aluno, essa concepção romperia com as abordagens tradicionais do objeto de estudo da Química. A disciplina Vivência na Prática Educativa, presente em todos os Cursos de Licenciatura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA proporciona aos futuros professores vivenciar no estágio de docência o que os autores afirmam acima. Assim sendo, procurou-se agregar os conhecimentos da teoria ministrados em sala de aula junto à prática propiciada pelo estágio docente, pois é imprescindível que novas ações surjam de forma a alcançar um ensino – aprendizagem que permita a inter relação entre o docente e o discente de forma a haver certa cumplicidade onde as trocas de conhecimentos e experiências se dão através da aquisição de informações pré existentes nos atores envolvidos.
Material e métodos
Propôs-se junto ao professor do estágio de campo supervisionado, atividades teóricas e práticas relacionadas aos conteúdos ministrados em sala de aula, o mesmo sugeriu que as atividades fossem realizadas com os alunos do 2º ano. As atividades aconteceram no mês de janeiro de 2012 no qual participaram 37 alunos do 2º ano do turno da manhã da E.E.E.F.M. Dr. Freitas-Belém-PA. Como forma de abordar o tema cinética química, elaborou-se uma apostila com 11 questões voltadas para os fatores que influenciam na velocidade das reações e a interpretação gráfica da velocidade dessas reações. Para melhor visualizar os exercícios propostos foram realizados experimentos demonstrativos interativos com intuito de aproximar informações teóricas às práticas científicas. O professor elaborou uma apostila contendo 14 questões com o tema potencial hidrogeniônico (pH), as mesmas foram resolvidas pelos alunos junto as estagiárias. Foi realizado um experimento para determinar aproximadamente o pH de produtos presentes no cotidiano do aluno, como: creme dental; leite de magnésia; detergente liquido; sabão em pó; vinagre; bicarbonato de sódio; shampoo; suco de laranja e suco de limão. Para isso foi utilizado o indicador alternativo natural de repolho roxo, pois para Lima et al. (p. 32, 1995) “apresentar cores diversas conforme a acidez ou basicidade do meio em que se encontra, o extrato de repolho roxo pode constituir-se em bom indicador universal de pH”. Finalizada a etapa de aplicações metodológicas teóricas e experimentais foi aplicado um questionário com perguntas sobre o ensino aprendizagem de Química.
Resultado e discussão
Nessa escola, mas propriamente com esses alunos não havia ocorrido ainda nenhum tipo de atividade relacionada à experimentação de Química, o que os deixou bastante entusiasmados com as aulas, pois, foi possível visualizar, por exemplo, que a superfície de contato e a temperatura influenciam na velocidade das reações químicas, os alunos puderam observar a viragem de cor de substâncias que fazem parte do seu cotidiano, comparar com a escala de pH e constatar se a mesma era ácida ou básica. As respostas das perguntas contidas no questionário quadro1, mostram que uma pequena parcela dos alunos não gosta de estudar a disciplina Química, o que pode ser reflexo de como o conhecimento químico é ministrado no ensino básico em algumas escolas. Quando questionados a respeito se as aulas práticas eram importantes para facilitar o aprendizado, dos 37 questionados cerca de (94,%) consideram importante às aulas práticas, enquanto (5,%) afirmaram não ter importância. Sobre a importância do ensino de Química para sua vida e para a sociedade (84%) responderam ser importante para aprender e conhecer sobre os produtos químicos, enquanto (16%) não ver nenhuma importância. Os alunos relataram ainda que uma das maiores dificuldades no aprendizado da Química é os assuntos apresentarem compostos com nomenclatura difíceis, e alguns cálculos matemáticos. Dessa forma, o professor deve utilizar metodologias que não valorizem somente a memorização de fórmulas e priorização de cálculos, esse deve valorizar a construção do conhecimento científico de seus alunos utilizando de metodologias que trabalhem o cotidiano dos mesmos, fazendo uso, por exemplo, da experimentação, ou de outras metodologias a fim de romper com essas barreiras, dificuldades que possam surgir durante o processo ensino-aprendizagem.
Conclusões
O estágio curricular obrigatório supervisionado propiciou ao futuro docente, uma melhor oportunidade de vivenciar e propor novas metodologias de ensino, que oportunizaram o discente a interagir com o meio no qual estava inserido. A vinculação da Química com o cotidiano do aluno possibilitou um melhor entendimento dos assuntos abordados, a experimentação serviu para demonstrar os conteúdos trabalhados, permitiu a cooperação e trabalho em grupo, o que contribuiu no ensino aprendizagem. A interação da teoria e prática deu suporte para que o futuro professor construísse o seu próprio saber.
Agradecimentos
Agradecemos ao professor e alunos da E.E.E.F.M. Dr. Freitas, pela oportunidade da realização do estágio de docência na referida escola.
Referências
BRASIL. PCN + Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos
Parâmetros Curriculares Nacionais. 2002. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza.pdf>. Acesso em: 03 jul.2015.
CASSAB, L.A.; CORTELAZZO, I.B.C. A operacionalização das ferramentas moodle pelos estudantes da especialização "gestão e docência em ead”. 2014. Disponível em:
<http://www.sied-enped2014.ead.ufscar.br/ojs/index.php/2014/article/viewFile/628/358>. Acesso em: 03 jul.2015.
CHASSOT, A. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação.
Ijuí: Unijuí, 2003.
FERREIRA, A.B.H. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2010. Disponível em: <http://www.dicionariodoaurelio.com/>. Acesso em: 03 jul.2015.
LIMA, V.A. et al. Estudando o equilíbrio ácido-base. Química Nova na Escola. n. 1, maio 1995. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc01/exper1.pdf>. Acesso em: 03 jul.2015.