Rol dos elementos: Uma Tecnologia Educacional Facilitadora do Ensino-Aprendizagem da Tabela Periódica na EJA

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Rodrigues, R.C.O.A. (IFPA) ; Oliveira, D.S. (IFPA) ; Silva, R.T. (IFPA) ; Carvalho, S.L. (IFPA) ; Ferreira, R.B.V. (IFPA) ; Silva, S.M. (IFPA) ; Wanzeler, H.P. (IFPA) ; Moura, J.C. (IFPA) ; Alves, S.S.S. (IFPA)

Resumo

Este trabalho trata da Tecnologia Educacional Rol dos Elementos, que é composta por tabuleiro, roleta, cartas, peões e dado, direcionada para a EJA. A tecnologia pretende facilitar o ensino-aprendizagem do conteúdo da tabela periódica, de forma a levar em consideração o conhecimento e a experiência que o discente leva para sala de aula, assim como tornar a sala de aula um local dinâmico e repassar o conteúdo de maneira mais divertida, reduzindo as aulas tradicionais, mostrando que a Química está presente em seu cotidiano, na sua vivência, como trabalho, casa etc. Este recurso está baseado nos estudos andragógicos, que fundamentam as práticas na EJA. Os resultados foram satisfatórios, os alunos passaram a participar mais da aula e a entender a importância da Química para a sua vida.

Palavras chaves

tecnologia educacional; tabela periódica; cotidiano

Introdução

Sabemos que as pessoas que estão anos ausentes da Escola são aquelas que foram motivadas por diversos fatores, em sua maioria, familiares ou financeiros. Porém, algumas com o passar do tempo retornam, mas encontram diversas dificuldades, dentre elas o déficit de aprendizagem. O Professor dentro de sala de aula tem o papel de elaborar metodologias que sejam bem sucedidas e que considerem a vivência do aluno dessa modalidade de ensino (MARQUEZ, 1998). Baseando-se nisso foi desenvolvida a tecnologia Rol dos Elementos, que é composta de tabuleiro, roleta, cartas, peões e dado e está direcionada para uma modalidade especifica de ensino, a EJA,que visa o ensino-aprendizagem sobre o conteúdo da tabela Periódica, sendo o público alvo os alunos da 1º etapa do ensino médio da EJA de uma Escola Estadual de Belém do Pará. Este recurso tecnológico está baseado nos estudos andragógicos, que fundamenta as práticas na EJA. Segundo a Andragogia, não se pode desconsiderar a vivência do aluno. Ele tem experiências, opiniões, visões e responsabilidades que devem ser levas em conta em sua formação educacional. É um instrumento de grande valia para o professor, o qual desafia o educador a se questionar sobre sua prática docente buscando uma prática didática instrutiva ao invés de pronta (FREIRE, 2011). Os objetivos específicos são exemplificar e demonstrar, através da metodologia da Tecnologia Educacional, os elementos da tabela periódica. Nessa perspectiva, busca-se inserir o aluno da EJA no contexto andragógico, incentivando-o a aprender a Química por meio dessa tecnologia que facilita o ensino-aprendizagem e conscientizar esses alunos da importância da Química para eles e para a sociedade.

Material e métodos

A tecnologia Rol dos Elementos é composta por tabuleiro, roleta, cartas, peões e dado. O tabuleiro foi criado a partir dos elementos da tabela periódica,as cartas possuem o símbolo do elemento a ser descoberto e uma imagem representando uma aplicação do elemento no cotidiano, além das 3 dicas, que estão correlacionadas com o conteúdo e o dia-a-dia dos alunos. Outras são curingas que trazem curiosidades a respeito dos elementos. No total são 40 cartas, a roleta indica a carta a ser retirada. A tecnologia pode ser composta por no máximo 4 pessoas ou grupos e 1 aplicador. Inicia-se a partida com o primeiro participante girando a roleta, prossegue-se, com a primeira dica da carta que foi sorteada por ele, caso erre, passa a vez para o próximo competidor, caso acerte lança o dado para andar no tabuleiro. O vencedor será quem alcançar primeiro a linha de chegada, em caso de empate quem tiver maior número de cartas será o vencedor. Foi aplicado um questionário de sondagem inicial na turma da EJA da 1º etapa do ensino médio de uma Escola Estadual de Belém do Pará. Em seguida, a tecnologia Rol dos Elementos, foi aplicada aos alunos. E, uma nova sondagem foi realizada.

Resultado e discussão

Através do questionário de sondagem foi possível verificar que no universo de 30 alunos, 90% não sabe a importância da Química para sua vida, 83,33% não se sentem motivados a estudar a disciplina e 96,66% tem dificuldades em assimilar o conteúdo. Opiniões essas modificadas após a aplicação da tecnologia educativa. A princípio, houve resistência por alguns por se tratar de uma tecnologia educacional que foge do contexto vivenciado por eles em sala de aula. Porém se tornou menos acentuada depois da primeira rodada, em que eles puderam observar a química dentro do seu dia-a-dia. As dicas contidas nas cartas despertaram a curiosidade e o desejo dos participantes em conhecer mais sobre o conteúdo. No término da atividade foi aplicado outro questionário, no qual os alunos explicitaram que acham importante a utilização de novas metodologias no ensino de Química. E estes alunos ficaram surpresos com essa forma de estudar Química e não imaginavam que ela estava tão presente em nosso cotidiano. O desenvolvimento da tecnologia não exige dos alunos um conhecimento básico sobre o assunto o que torna o jogo acessível a qualquer público. Vale ressaltar que, as Tecnologias da educação não devem ser adotadas como única ferramenta de ensino, ele é apenas mais um subsídio para que os professores desenvolvam melhor o conteúdo nas suas aulas de Química.

Conclusões

Diante do exposto e com base nos questionamentos feitos aos alunos, os resultados obtidos foram satisfatórios. Ficou evidente que eles aprovaram a tecnologia, embora não gostassem muito de química, com a metodologia aplicada eles se sentiram mais entusiasmados a participarem da aula e houve melhora no ensino-aprendizagem dos mesmos, que passaram a entender a importância da disciplina para sua vida e para a sociedade.

Agradecimentos

Ao IFPA e a todos que de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho.

Referências

MARQUEZ, A. Andragogía: propuesta política para una cultura democrática en educación superior. Santo Domingo, República Dominicana, jul. 1998.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

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