Açaí da Amazônia (Euterpe oleracea Mart.) como estratégia para o estudo das antocianinas e indicadores naturais no Ensino de Química: uma experiência desenvolvida no PIBID/QUIM/CESP/UEA

ISBN 978-85-85905-15-6

Área

Ensino de Química

Autores

Viana, C.A. (UEA) ; Lima, A.V. (UEA) ; Batista, I.A. (UEA) ; Costa, I.S. (UEA) ; Tavares, J.S. (UEA) ; Viana, S.A. (UEA) ; Gonçalves, L.V.S. (UEA) ; Castro, F.B. (UEA) ; Freitas, O.B. (UEA) ; Eleutério, C.M.S. (UEA)

Resumo

Esta experiência foi realizada na Escola Estadual Senador João Bosco com alunos do 1º Ano do Ensino Médio. Além dos alunos da escola foram envolvidos acadêmicos do Curso de Química do CESP/UEA bolsista do PIBID. Para abordar as temáticas antocianinas e indicadores naturais nas aulas de Química os pibidianos adotaram como estratégia de contextualização o açaí da Amazônia (Euterpe oleracea Mart.). Os frutos foram coletados na área urbana e conduzidos aos Laboratórios para os primeiros tratamentos e testes. Os resultados confirmaram a importância de serem realizadas nas escolas experiências que envolvem produtos que fazem parte do cotidiano dos alunos. A escola não deve ignorar a realidade desses atores, pois é fundamental que eles saiam da escola compreendendo o mundo que os cerca.

Palavras chaves

Antocianinas; Indicadores Naturais; PIBID

Introdução

Diferentes estudos desenvolvidos com o fruto de açaí da Amazônia (Euterpe oleracea Mart.), evidenciam sua vasta composição química e nutricional. Outra informação importante é o elevado teor de antocianina (não tóxica) nas cascas desse fruto, mostrando a viabilidade de uso como corante natural para a indústria de alimentos. Essas informações são difundidas em sites específicos, em livros da área de alimentos, jornais, artigos e pela comunidade científica em congressos, simpósios, seminários etc. Embora esse fruto seja comumente consumido pela população da Região Norte, nas escolas, por exemplo, pouco se vê uma exposição expressiva de suas características e propriedades. Em decorrência desse fato, bolsista do PIBID ligados ao Curso de Química do CESP/UEA utilizaram o fruto de açaí da Amazônia (Euterpe oleracea Mart.) para falar das antocianinas e dos indicadores naturais. Optaram por esse fruto pelo fato deste ser bastante conhecido pelos alunos e também por considerar que a escola não deve ignorar a realidade de seus alunos, pois é fundamental que eles saiam da escola compreendendo o mundo que os cerca. É por isso, que o fazer docente deve possibilitar a integração entre a teoria, a prática e os saberes cotidianos para que os alunos possam ter uma maior compreensão dos conteúdos de química veiculados em sala de aula. Os resultados confirmaram a hipótese: se o professor de Química utilizar como recurso didático alguma coisa que seja de conhecimento dos alunos (o açaí, por exemplo) eles terão uma aprendizagem mais sólida e significativa.

Material e métodos

Para desenvolver o estudo das antocianinas como indicadores naturais nas aulas de Química foram necessários alguns procedimentos como: levantamento bibliográfico sobre o açaí (Euterpe oleracea Mart.), as antocianinas e indicadores naturais; coleta e seleção dos frutos maduros; preparação e acondicionamento da solução concentrada; realização das práticas experimentais na escola. Para preparar a solução concentrada foi necessário amolecer os frutos em água morna, temperatura aproximada 32ºC por 30 min. Depois foram maceradas e coadas obtendo-se uma solução concentrada de açaí. Antes da solução ser armazenada na geladeira foi verificado o seu pH. Na escola foram realizadas as experiências com alunos do 1º ano do Ensino Médio.

Resultado e discussão

Os resultados da experiência mostraram que o fruto maduro de açaí da Amazônia (Euterpe oleracea Mart.) pode ser utilizado pelo professor de química da educação básica como recurso didático para o estudo das antocianinas e demonstração de indicadores ácidos-bases (Figura 1): A experiência possibilitou falar aos alunos que a mudança de coloração de flores e frutos de certos vegetais se dá em função do pH do solo que sustentam esses vegetais. Isso nos permitiu informar que vegetais de mesma origem (planta mãe), mas que são de regiões distintas podem apresentar flores com outras colorações em função da interferência do pH do solo nos pigmentos florais chamados de antocianinas, substâncias mutáveis face a fatores físicos e químicos. Outra informação importante veiculada é que o açaí da Amazônia (Euterpe oleracea Mart.) tem 33 vezes mais antocianina que a uva, apresentando, portanto, benefícios à saúde. Em relação a sua utilidade como indicador ácido-base a solução em meio ácido tornou-se vinho avermelhado, em meio básico amarelo e utilizando um produto desengordurante verde musgo (Figura 2). A experiência comprovou a eficiência da solução de açaí da Amazônia como excelente indicador natural de ácido-base.

Conclusões

Esta experiência comprovou a importância de se relacionar o conhecimento teórico com a prática utilizando materiais comumente conhecido pelos alunos e isso é corroborado por Galiazzi e Gonçalves (2004) quando esta mostra que a experimentação é um recurso que favorece superação de conhecimentos tácitos, explicita a teoria e o enculturamento no discurso científico, que inclui aprender as teorias estabelecidas pela ciência e aprender como se constrói o conhecimento científico é o enriquecimento das teorias pessoais que integram além do conhecimento científico outros conhecimentos.

Agradecimentos

À CAPES, ao Gestor e alunos da Escola Estadual Senador João Bosco, ao senhor............................

Referências

GALIAZZI, Maria do Carmo; GONCALVES, Fábio Peres. A natureza pedagógica da experimentação: uma pesquisa na licenciatura em química. Quím. Nova [online]. 2004, vol.27, n.2, pp. 326-331. ISSN 1678-7064.

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