ISBN 978-85-85905-15-6
Área
Ensino de Química
Autores
Oliveira Santos Lacerda, N. (UEG) ; Bonfim de Araújo, C. (UEG)
Resumo
A partir dos programas PIBID e LIFE percebemos as possibilidades para uma formação que garanta: conexão entre teoria e prática; integração entre as escolas e as instituições formadoras; equilíbrio entre conhecimento, competências, atitudes que realça a responsabilidade social da profissão e articulação entre ensino pesquisa e extensão. E o objetivo dessa pesquisa participante é analisar as contribuições desses programas para o curso de licenciatura em química da UEG. Para nossa coleta de dados, realizamos uma análise documental do subprojeto e relatórios parciais, e transcrições das gravações das reuniões e debates do grupo de pesquisa, e finais. Os sujeitos dessa pesquisa foram os licenciandos bolsistas, coordenadores e supervisores do PIBID/Química.
Palavras chaves
LIFE; PIBID; FORMAÇÃO INICIAL
Introdução
O Programa de Bolsa Institucional da Iniciação à Docência (PIBID) é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica que tem como meta melhorar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura (CAPES, 2013). O subprojeto PIBID do curso de licenciatura em química da Universidade Estadual de Goiás (UEG) do Câmpus de Ciências Exatas e Tecnológicas, em Anápolis – Goiás, foi aprovado pelo edital de 2013 e tem como objetivo proporcionar experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar através de pesquisas sobre as tendências atuais no Ensino de Ciências: Interdisciplinaridade, contextualização, Enfoque Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS), História e Filosofia da Ciência (HFC), Inclusão, Jogos e atividades Lúdicas, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) Educação Ambiental (EA). Possibilitando assim, a reflexão, análise crítica e diálogo para uma construção autônoma do profissional docente (FELÍCIO et al, 2014). Percebemos então a partir desse trabalho a necessidade de constituirmos um espaço destinado a pesquisas no ensino. Tivemos então, projeto aprovado no edital de 2013 (CAPES, 2013) do Programa de Apoio a Laboratórios Interdisciplinares de Formação de Educadores – LIFE, para com esses dois programas PIBID e LIFE possibilitarmos uma formação que garanta: conexão entre teoria e prática; integração entre as escolas e as instituições formadoras; equilíbrio entre conhecimento, competências, atitudes e a ética que realça a responsabilidade social da profissão e articulação entre ensino pesquisa e extensão. O objetivo dessa pesquisa participante é analisar as contribuições desses programas para o curso de licenciatura em química da UEG.
Material e métodos
Optamos nesse trabalho por analisar as ações já realizadas através de uma pesquisa participante. A pesquisa participante é um modelo de pesquisa educacional no qual um grupo participa na análise de sua própria realidade, com o intuito de promover uma modificação social voltada para a melhoria da realidade dos participantes da observação. (GROSSI, 1981; BRANDÃO, 1984). Dentre as várias ações propostas pelo laboratório, já foram realizadas as seguintes: Organização e Montagem LIPEC – Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Ensino de Ciências; Criação do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Ensino de Ciências-GIPEC formado por dicentes e docentes; realização das reuniões para estudos e pesquisas ; realização do ciclo de Seminários e palestras do GIPEC sobre CTS, HFC, Educar pela Pesquisa, Jogos e atividades lúdicas, TIC, para graduandos, bolsistas e professores das escolas assistidas pelo PIBID, para aprofundamentos teórico-metodológicos. Oficinas sobre o uso da Lousa Digital, sobre a produção de vídeos didáticos com enfoque CTS. Dois ciclos de seminários de estágio da química licenciatura (CISEQUI). Participação em eventos, com submissão de trabalhos a partir dos estudos e discussões do GIPEC para o avanço das pesquisas sobre o Ensino de Ciências. E tivemos uma culminância interdisciplinar que foi o 1º Encontro das licenciaturas (ELU) do nosso câmpus envolvendo os cursos de química, física, matemática e biologia, com participação de outras Instituições. Para nossa coleta de dados, realizamos uma análise documental do subprojeto e relatórios parciais, e transcrições das gravações das reuniões e debates do grupo de pesquisa, e finais. Os sujeitos dessa pesquisa foram os licenciandos bolsistas, coordenadores e supervisores do PIBID/Química que são membros do GIPEC.
Resultado e discussão
A partir da análise documental dos relatórios parciais e finais percebemos
os avanços dos bolsistas na inserção a pesquisa em ensino de química,
evidente no número de trabalhos apresentados em eventos internos e externos.
Isso foi possível devido ao trabalho realizado das ações propostas pelo
LIPEC e pelo PIBID, ocorrendo assim a convergência de seus objetivos
iniciais. O contato com os conteúdos pedagógicos e as possíveis relações com
os conteúdos específicos, constatados nas miniaulas, seminários e debates em
que os bolsistas foram protagonistas. O amadurecimento nas relações
interpessoais, além do aumento da resiliência no processo de formação e a
importância disso para o estágio supervisionado. Sobre as dificuldades
relatadas nesses documentos a mais citadas foram: falta de disponibilidade
no horário do curso (que é integral), para o desenvolvimento das atividades
na escola e para o aprofundamento teórico-metodológico, que ficou evidente
que as 8 horas propostas de para o PIBID são insuficientes para o andamento
do que foi proposto inicialmente, além das limitações encontradas nas
escolas campo como: Falta de disponibilidade necessária dos supervisores,
falta de entendimento dos gestores sobre os objetivos do programa,
desinteresse dos supervisores pela pesquisa. Mas apesar disso é
incontestável os avanços positivos que segundo Arroyo (2007) possibilita a
formação dos alunos que contemple uma formação consolidada, pois as
instabilidades vivenciadas na escola campo, os saberes, os impasses, as
certezas e incertezas fortalecem um trabalho desafiador com perfil de um
profissional crítico-reflexivo.
Conclusões
Após a implantação do LIFE podemos constatar um aumento significativo no que tange as pesquisas e a produção de trabalhos nas variadas áreas do Ensino de Ciências, sendo o espaço destinado para o PIBID desenvolver atividades e utilizar recursos antes não disponibilizados. Consideramos que o laboratório de ensino interdisciplinar é um espaço dedicado à discussão, reflexão e constituição de saberes docentes que se dá com estudos, discussões teóricas e práticas com diferentes olhares, experiências e perspectivas, contribuindo assim para uma relação mais efetiva entre a teoria e prática.
Agradecimentos
Ao LIPEC - laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Ensino de Ciências, PIBIB e a CAPES.
Referências
ARROYO, M. G. Condição docente, trabalho e formação. In: SOUZA, J. V. A. (org.) Formação de Professores para a Educação Básica. São Paulo: Autêntica, 2007.
BRANDÃO, C. R.; CAMPOS, M. M.; DEMO, P. Seminário sobre pesquisa participativa. Brasília: INEP, 1984.
CAPES, DEB/CAPES. Relatório de gestão Prodocência. Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica – DEB, Brasília, 2013b. Disponível: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/1892014-relatorio-PRODOCENCIA.pdf> Acesso em 20 Jan de 2015.
CAPES, DEB/CAPES. Relatório de gestão LIFE. Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica – DEB, Brasília, 2013c. Disponível: <http://www.capes.gov.br/images/stories/download/bolsas/1892014-relatorio-LIFE.pdf> Acesso em 20 Jan de 2015.
FELÍCIO, H, M, DOS S.; GOMES, C.; ALLAIN, R, L. O PIBID na ótica dos licenciandos: possibilidades e limites no desenvolvimento do programa. Revista do Centro de Educação, vol. 39, núm. 2, maio-agosto, 2014, pp. 339-351.
GROSSI, Y. de S. Mina de Morro Velho: a extração do homem, uma história de experiência operária. São Paulo: Paz e Terra, 1981